Contrastes
Por entre o cinzento do céu, e o laranja do pôr do sol, o contraste em tons de preto, das plantas, arbustos e troncos!
A despedida do verão que já se julgava longe, mas decidiu mostrar que ainda não foi embora.
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Por entre o cinzento do céu, e o laranja do pôr do sol, o contraste em tons de preto, das plantas, arbustos e troncos!
A despedida do verão que já se julgava longe, mas decidiu mostrar que ainda não foi embora.
Nascem onde menos se espera.
Crescem.
Desenvolvem-se.
Florescem em "solo" agreste. Em "terreno" considerado pouco ou nada fértil.
Mas, para estas plantas, é o ideal.
São "apontamentos" da natureza, que trazem cor e beleza aos muros para os quais ninguém perde tempo a olhar.
... aproveito uma aberta, e procuro um banco de jardim, onde me possa sentar, e aquecer ao sol, num dia tão frio.
Por incrível que pareça, tempo não me falta.
Pelo contrário, parece ser tempo a mais, ainda que nunca o seja.
É irónico que esteja sempre a queixar-me de que me falta tempo e, quando o tenho, não o possa aproveitar como gostaria, e só queira vê-lo passar depressa.
Por mim, passam pessoas.
Estudantes, num qualquer intervalo entre aulas, ou já com o dia terminado.
Acompanhantes que, tal como eu, tentam ocupar o tempo.
Funcionários, que aproveitam a pausa para petiscar, ou fumar um cigarrinho.
Pacientes, que vão, ou vêm, de alguma consulta.
Familiares que chegam para visitas.
Poucos se atrevem a sentar.
Afinal, os bancos estão molhados da chuva que, pouco tempo antes, tinha caído.
O vento também não convida a ficar parado muito tempo.
Mas eu, deixo-me estar.
Ali, posso respirar. Aliviar a dor de cabeça. Abstrair.
Olho para o céu.
Nuvens brancas percorrem-no, em passo apressado.
Também não querem ficar ali muito tempo.
E quem quer?
O sol vai aproveitando os seus últimos minutos de esplendor.
A caminho, vêm as nuvens negras que, depressa, o esconderão.
Tiro, para memória futura, uma fotografia daquele pedacinho de paz, no meio da incerteza que me aguarda.
Levanto-me, e dirijo-me de volta ao caos, para me proteger da chuva que não há-de tardar a cair.
E espero...
Abrigada de uma intempérie. Desabrigada de outra.
Eu, e tantas outras pessoas.
No sábado fomos até à Ericeira.
O tempo ameno em Mafra fez-nos ir até lá dar uma volta mas, claro, como já seria de esperar, na Ericeira não estava tão ameno. Estava um ventinho fresco típico de Janeiro.
E também o mar estava a combinar.
Sou daquelas pessoas que tanto adora um mar calmo no verão, para entrar nele, como agitado no inverno, para apreciar.
Ainda por cima, com maré cheia.
Já tinha saudades de ver as ondas rebentarem nas furnas, proporcionando um bonito espectáculo natural.
Havia muita gente por ali, não só a passear, mas também a fotografar, ou filmar este show.
As ondas iam alternando: ora quatro ou cinco fortes, ora um período de calmaria.
E, claro, elas não esperam nem posam para a câmara.
Ou se tem a sorte de as captar, ou se aprecia directamente.
Com muita "sorte" até somos brindados com os salpicos resultantes da rebentação.
Aliás, devia ser por isso que a atmosfera parecia meio nublada, esbranquiçada, apesar de não haver nevoeiro explícito.
- Que lugar é este?
- É um refúgio, onde podes vir sempre que precisares.
- E porque precisaria eu de um refúgio?
- Todos nós, em algum momento da nossa vida, precisamos de um!
- Porque temos que fugir?
- Não necessariamente. Podemos apenas procurá-lo para nos afastarmos daquilo (e daqueles) que nos rodeia, e estar a sós, connosco, sem pensar em mais nada, por breves instantes.
- Então, é para me esconder? Enquanto o mundo conta até dez, eu venho e escondo-me aqui?
- Por exemplo. Mas é mais do que isso.
Aqui está a calma, a paz, o silêncio, que nos abstraem da confusão e ruído diário.
Aqui consegues sentir o ar mais puro. As árvores dão-te o oxigénio e o fôlego que necessitas.
És só tu, e a natureza. Mais ninguém.
- E não é perigoso?
- O perigo está em qualquer lado. Não é mais nem menos perigoso do que outro lugar qualquer.
- Posso chamar-lhe floresta encantada?
- Porque não?! Afinal, tudo aqui tem o seu encanto: as flores, os pássaros, os ramos, o rio.
Até o sol, a brilhar por entre as árvores, a dizer que a luz estará sempre presente, para te iluminar.
Que te dará sempre energia, quando a tua se estiver a esgotar.
Que nunca te deixará perder a esperança, mesmo num dia mais cinzento.
- E não posso falar com ninguém sobre ele?
- Não deves. Se não, deixa de ser o teu refúgio. A não ser que o queiras partilhar com alguém especial para ti.
- Como tu estás a fazer?
- Sim, como eu estou a fazer, agora, contigo.
- Gostei do "nosso" refúgio.
- Ainda bem!
- E vou mantê-lo secreto.
- Para que o resto do mundo fique lá fora.
- Sim. E nós, cá dentro!
Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1Texto