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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Enquanto espero...

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... aproveito uma aberta, e procuro um banco de jardim, onde me possa sentar, e aquecer ao sol, num dia tão frio.

Por incrível que pareça, tempo não me falta.

Pelo contrário, parece ser tempo a mais, ainda que nunca o seja.

É irónico que esteja sempre a queixar-me de que me falta tempo e, quando o tenho, não o possa aproveitar como gostaria, e só queira vê-lo passar depressa.

 

Por mim, passam pessoas. 

Estudantes, num qualquer intervalo entre aulas, ou já com o dia terminado.

Acompanhantes que, tal como eu, tentam ocupar o tempo.

Funcionários, que aproveitam a pausa para petiscar, ou fumar um cigarrinho.

Pacientes, que vão, ou vêm, de alguma consulta.

Familiares que chegam para visitas.

 

Poucos se atrevem a sentar.

Afinal, os bancos estão molhados da chuva que, pouco tempo antes, tinha caído.

O vento também não convida a ficar parado muito tempo.

Mas eu, deixo-me estar.

Ali, posso respirar. Aliviar a dor de cabeça. Abstrair.

 

Olho para o céu.

Nuvens brancas percorrem-no, em passo apressado.

Também não querem ficar ali muito tempo.

E quem quer?

 

O sol vai aproveitando os seus últimos minutos de esplendor.

A caminho, vêm as nuvens negras que, depressa, o esconderão.

Tiro, para memória futura, uma fotografia daquele pedacinho de paz, no meio da incerteza que me aguarda.

Levanto-me, e dirijo-me de volta ao caos, para me proteger da chuva que não há-de tardar a cair.

 

E espero...

Abrigada de uma intempérie. Desabrigada de outra.

Eu, e tantas outras pessoas. 

 

 

Pelas furnas da Ericeira

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No sábado fomos até à Ericeira.

O tempo ameno em Mafra fez-nos ir até lá dar uma volta mas, claro, como já seria de esperar, na Ericeira não estava tão ameno. Estava um ventinho fresco típico de Janeiro.

E também o mar estava a combinar.

Sou daquelas pessoas que tanto adora um mar calmo no verão, para entrar nele, como agitado no inverno, para apreciar.

Ainda por cima, com maré cheia.

 

 

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Já tinha saudades de ver as ondas rebentarem nas furnas, proporcionando um bonito espectáculo natural.

Havia muita gente por ali, não só a passear, mas também a fotografar, ou filmar este show.

As ondas iam alternando: ora quatro ou cinco fortes, ora um período de calmaria.

E, claro, elas não esperam nem posam para a câmara.

Ou se tem a sorte de as captar, ou se aprecia directamente.

Com muita "sorte" até somos brindados com os salpicos resultantes da rebentação.

Aliás, devia ser por isso que a atmosfera parecia meio nublada, esbranquiçada, apesar de não haver nevoeiro explícito.

 

 

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1 Foto, 1 Texto #17

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- Que lugar é este?

- É um refúgio, onde podes vir sempre que precisares.

- E porque precisaria eu de um refúgio?

- Todos nós, em algum momento da nossa vida, precisamos de um!

 

- Porque temos que fugir?

- Não necessariamente. Podemos apenas procurá-lo para nos afastarmos daquilo (e daqueles) que nos rodeia, e estar a sós, connosco, sem pensar em mais nada, por breves instantes.

- Então, é para me esconder? Enquanto o mundo conta até dez, eu venho e escondo-me aqui?

 

- Por exemplo. Mas é mais do que isso.

  Aqui está a calma, a paz, o silêncio, que nos abstraem da confusão e ruído diário.

  Aqui consegues sentir o ar mais puro. As árvores dão-te o oxigénio e o fôlego que necessitas.

  És só tu, e a natureza. Mais ninguém.

 

- E não é perigoso? 

- O perigo está em qualquer lado. Não é mais nem menos perigoso do que outro lugar qualquer.

 

- Posso chamar-lhe floresta encantada?

- Porque não?! Afinal, tudo aqui tem o seu encanto: as flores, os pássaros, os ramos, o rio.

  Até o sol, a brilhar por entre as árvores, a dizer que a luz estará sempre presente, para te iluminar.

  Que te dará sempre energia, quando a tua se estiver a esgotar.

  Que nunca te deixará perder a esperança, mesmo num dia mais cinzento.

 

- E não posso falar com ninguém sobre ele?

- Não deves. Se não, deixa de ser o teu refúgio. A não ser que o queiras partilhar com alguém especial para ti.

- Como tu estás a fazer?

- Sim, como eu estou a fazer, agora, contigo.

 

- Gostei do "nosso" refúgio. 

- Ainda bem!

- E vou mantê-lo secreto.

- Para que o resto do mundo fique lá fora.

- Sim. E nós, cá dentro! 

 

Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1Texto