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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Para que serve mesmo a avaliação intercalar?

Mulher é confusa e pensando com sinal de interrogação | Vetor Premium

 

Desde que tenho a minha filha a estudar, e que implementaram esta forma de avaliação intercalar, a meio de cada período, sempre a considerámos uma espécie de vislumbre do que poderão vir a ser as notas de final de período, com os devidos acertos, tanto pela positiva, como pela negativa.

 

Porque ainda falta o resto do período, e tudo pode mudar.

Assim, não me surpreenderia que um "Satisfaz", virasse negativa. Ou um "Insatisfaz" se tornasse positiva.

Mas que um "Bom", a meio do período, somado a um teste de 13, se torne uma negativa, no final do período, já é mais difícil de aceitar.

 

Ah e tal, não liguem muito à avaliação qualitativa, porque a quantitativa é que conta. 

Pois... Então, porque é que fez questão de diferenciar a primeira, entre "Insatisfaz" para uns, "Bom" para outros, e até um "Excelente", para o preferido do professor?

 

Todas as outras notas foram atribuídas com fundamento, e lógica.

E esta, baseou-se em quê?

Por que critérios se guiará, para fazer as suas avaliações?

Enganou-se na intercalar? Ou enganou-se agora?

E, se não se enganou em nenhuma, qual será a justificação para um aluno "bom", ao fim de um mês, e com um teste positivo, se transformar num aluno com avaliação negativa?

Bipolaridade do professor?

 

 

A avaliação final foi lançada, e desapareceu logo a seguir!

Notas inflacionadas ou fraudes na avaliação? | Escola Portuguesa

 

Ontem acedi ao Inovar, pela manhã, para ver se já tinham sido lançadas as notas do 3.º período.

Para minha surpresa, lá estavam elas.

Bem como a avaliação global dos três períodos e a menção de que "transita" para o ano seguinte.

Enviei foto para a minha filha, e imprimi, para ela guardar.

 

À hora de almoço, as mesmas desapareceram.

Até agora, está tudo novamente em branco.

Quem não conseguiu ver de manhã, terá que esperar. E vamos lá ver se os poucos que viram não vão ter surpresas.

Terá sido erro da plataforma?

Ou um lançamento antecipado que não era suposto acontecer?

E, de repente, tornei-me "a louca"...

mulher-digita.gif

 

 

... a louca que corre para o telemóvel , ou pega no primeiro pedaço de papel que tem à mão, para escrever aquela ideia que acaba de surgir, nas horas mais impróprias, e nos sítios mais inusitados.

 

E não é porque são muitas!

É mesmo porque a memória está mais para formiga, do que para elefante e, se não o fizer na hora, minutos depois já não me lembro de nada.

 

E, sim, este post também foi objecto de apontamento, na parte de trás da lista de compras do marido!

Como é que uma mãe se prepara...

Imagem relacionada

 

...para uma possível retenção escolar de um filho?

 

Quando os nossos filhos vão para a escola, e começam a tirar boas notas, ficamos felizes da vida, achando que está tudo encaminhado, e vai sempre correr tudo bem.

Nessa altura, só nos preocupa o facto de uma ou outra nota baixar um pouco em relação ao habitual, mas temos esperança que tenha sido uma vez sem exemplo.

 

Quando a responsabilidade começa a ser maior, e o número de disciplinas também, aumenta o receio de que as coisas possam mudar. Mas, quando chega o primeiro teste com nota negativa, é sempre um choque! Porque não estamos habituadas a isso, estamos acostumadas às boas notas, e apanha-nos totalmente desprevenidas.

 

Passado o choque inicial, o impacto provocado pelos próximos testes negativos causa menos estragos. Até porque vão alternando com positivas, e os professores são generosos e até dão boas notas no final.

 

Entrei neste ano lectivo da minha filha, com a noção de que seria um ano difícil, e que ela poderia não estar preparada para algumas disciplinas, nomeadamente, História. Iniciámos, cientes de que a possibilidade de vir a ter negativa a esta disciplina poderia ser real. 

A verdade, por muito que nos custe, e apesar de ser este o "trabalho" deles, é que as crianças não têm obrigação de ser boas a tudo. Há disciplinas para as quais terão mais aptidão que outras, e isso não é caso para desespero. E uma negativa não impede a passagem de ano.

Claro que também entrámos com o espírito - vamos lá dar tudo o que temos, e conseguir o melhor possível. Assim, depois de umas notas bem melhores que no ano anterior, nos primeiros testes, surge a primeira negativa - a História, como já esperávamos. Não custou tanto, porque já era algo para o qual estava preparada.

E, aí, surge a segunda negativa, a Físico-Química. Mais uma bofetada, mas vamos lá encher-mo-nos de positivismo, para contrariar e dar a volta a estes resultados.

 

Até que chega a avaliação intercalar e...três negativas - aquela a que ela tem-se safado sempre, e que eu não condeno, porque também para mim era sempre o meu calcanhar de Aquiles - Educação Física.

De um momento para o outro, percebemos que um filho está em risco de retenção. Claro que ainda estamos no primeiro período, que ainda foram só os primeiros testes e tudo pode mudar, e que os professores não iriam, provavelmente, reter um aluno assim, sem ponderar onde poderiam puxar uns cordelinhos.

Mas eu não gosto do incerto.

 

Tentámos perceber em qual destas disciplinas haveria mais hipóteses de recuperar. A História, dificilmente. Educação Física, tendo em conta o professor deste ano, idem. Se até aos rapazes que sempre tiveram boas notas, foi parco na avaliação. Resta-nos a Físico-Química. E tentar não baixar nas restantes, o que também já começa a ser complicado de gerir.

Os próprios professores já avisaram que eles podem contar com cada vez mais dificuldades, e que os testes não serão mais fáceis, pelo contrário. 

 

Os segundos testes já estão aí, e já houve baixas, embora dentro da positiva, que me deixaram em alerta máximo.

É estranho, porque a minha filha não é daquelas crianças que segue o modelo da estabilidade, dentro do que é pedido. Ora tira grandes notas, ora tira notas fraquíssimas. É capaz de tirar 80/90 a determinadas disciplinas, e 20/30 a outras! Anda sempre em picos, em altos e baixos, o que só prova, mais uma vez, que não é uma questão de dificuldade geral, é falta de aptidão, motivação ou interesse, por algumas das disciplinas que lhe são impostas.

 

Sim, é só o primeiro período. Mas dou por mim, consciente ou inconscientemente, a preparar-me para uma possível retenção escolar. E de que forma é que isso me afecta? De que forma é que encaro essa possibilidade?

E, mais importante, em que é que isso a afectará?

 

Vai perder os colegas que seguirem em frente, e começar de novo no que respeita a integração numa nova turma.

Vai perder um ano de estudos, mas há tanta gente que os perde em determinadas fases da vida - seja em anos sabáticos, a fazer disciplinas que ficaram para trás, à procura de emprego. 

Vai ouvir tudo de novo, e talvez consiga perceber melhor e adquirir os conhecimentos que faltaram no ano anterior. É para isso que serve, afinal, a retenção, e não para andar lá mais um ano a passear, como muitos fazem.

 

Se isto significa que estou resignada? Nem por isso. Nem quero, porque senão daqui a pouco dou por mim a achar normal duas ou três retenções!

Continuo a insistir com ela para que dê o máximo que consiga, para que safar-se, nem que seja com duas negativas mas, de preferência, sem elas.

Mas que já vi essa hipótese mais remota, não posso negar...

 

Copiar e cabular - sim ou não?

Resultado de imagem para cábulas na faculdade

 

Quando eu andava no ciclo, tive uma professora de história que devia ter algum trauma com cábulas e, em dias de teste, a sala ficava de pernas para o ar: ela afastava as mesas umas das outras, colocava os alunos com melhores notas a cantos isolados, verificava o material que tivéssemos na mesa, e circulava pela sala o tempo todo, a observar e tentar descobrir os infractores!

 

Na Faculdade, um dos professores do meu marido vai mais longe, e pede para eles terem na mesa apenas a caneta, ficando tudo o resto (mochilas/ estojos) a um canto da sala. Também lhes pede para tirarem relógios e afins. E faz rondas pela sala. Dizem os que já conhecem bem o professor que "com ele, não há hipótese para cábulas". Os resultados não se fazem esperar. Baixos.

Por outro lado, também informaram os que agora chegaram que, com um outro professor, "pode-se copiar e cabular à vontade, desde que não se dê muito nas vistas, ele não diz nada". E assim foi! Alguns mais discretos, outros mais "à descarada"! Se resultou? Claro que sim! Alunos que tiveram receio no primeiro teste, mas se arriscaram no segundo subiram a nota. Alguns, inclusive, passaram de uma negativa fraca para um nota acima de 16!

 

 

Resultado de imagem para cábulas na faculdade

 

De acordo com alguns estudos, 70% dos alunos copia ou faz cábulas nos testes. Apenas, cerca de 2% é apanhado. Poder-se-á dizer que "o crime compensa"?

Sim, tendo em conta que a maioria não é apanhada nem sofre qualquer tipo de penalização, compensa. Mesmo que esteja à vista de todos que aquela nota não foi alcançada graças ao estudo, não sendo apanhados no momento, não há como provar que fizeram algo de errado. Mas, muitas vezes, o professor vê, e não diz ou faz absolutamente nada, ao género "não me tramem, que eu também não vos tramo".

 

 

Agora, o que leva os alunos a optarem por estes métodos de desenrasque?

Muitas vezes, o puro comodismo, a falta de vontade de estudar e a pouca preocupação com aquilo que ali estão a fazer.

Outras, o simples facto de ser impossível memorizar tanta matéria junta em tão curto espaço de tempo, quando os professores estiveram anos para o fazer.

Alguns alunos consideram que o que interessa é passar na disciplina, e concluir o curso. Depois, o resto vai-se vendo e aprendendo com a experiência, ou consultando os livros, com tempo e calma.

O facto de os professores nada dizerem ou fazerem para impedir os alunos de copiarem/ cabularem, também incentiva a que os mesmos recorram a estes métodos.

 

É justo para quem não o faz?

Não. Não é justo.

Embora qualquer um possa fazer (só não faz quem não quer), há alunos que, simplesmente, não têm jeito para isso, não conseguem disfarçar sabendo que estão a fazer algo que não é correcto, ficam nervosos e dão nas vistas, correndo o risco de ver o teste anulado.

E há alunos que defendem que, ou se sai dali a saber, ou não se está apto para exercer, e nesse caso não vale a pena.

Por conta dessa atitude, ficam retidos em determinadas cadeiras, enquanto que os seus colegas se safam, e seguem em frente.

 

Se é correcto fazê-lo?

Não, não é.

Mas não o faríamos todos, se soubessemos de antemão que não seríamos apanhados e que, com isso, pouparíamos tempo, dinheiro e preocupações? Talvez não...Mas isso já é um problema nosso.

Seja por falta de vontade dos alunos em empenhar-se, ou porque o ensino actual assim obriga, a verdade é que vivemos na era do "salve-se quem puder e como puder". E, enquanto não se colocar um travão, e se for permitindo ou alimentando estas práticas, elas continuarão a ser usadas, para o bem de uns, e injustiça de outros.

Se, por um lado, condeno quem recorre a estes métodos, por outro, penso que deveriam todos fazê-lo. Afinal, se quem está lá dentro permanece cego e pouco se preocupa, porque havemos nós de o fazer?

 

Pessoalmente, penso que nunca seria capaz.

 

E por aí, qual é a vossa opinião?