Desde que o meu marido comprou o carro, há dois anos atrás (e já não era novo), que os pneus eram os mesmos. O ano passado, devido ao acidente e ao facto de os bombeiros os terem esvaziado para imobilizar o carro, ficaram desgastados, embora ainda circulassem sem nunca dar problemas. Como lhe tinham recomendado, assim que teve oportunidade, trocou os pneus da frente por outros. E como o dinheiro custa a ganhar, optou por pneus usados.
E eu sei que, com a crise que atravessamos, não nos podemos dar ao luxo de comprar coisas novas, mas tenho a mania de pensar que coisas usadas não prestam, e novo é que é bom. Por isso torci o nariz quando ele fez o negócio.
O que é certo é que, coincidência ou não, passado pouco tempo o pneu furou! Aos outros, mesmo velhinhos, nunca aconteceu nada!
Entretanto, embora lhe tenham dito que aquele pneu que lhe venderam já estava gasto e que devia reclamar, quando falou com o homem que lhe vendeu, este disse que o problema é que ele tinha andado muito com o pneu furado.
Vendeu-lhe uma câmara de ar e remendou-lhe o pneu, que foi novamente colocado no lugar. Voltei a torcer o nariz e disse mesmo: "vamos lá ver quanto tempo dura".
Ontem, à vinda de Pegões para Mafra, começa-nos a cheirar a borracha queimada, ouvimos o barulho do pneu a "tropeçar" na estrada e paramos o carro - o pneu rebentou todo! Estava bom para o ferro velho!
E, como um mal nunca vem só, a chapa por baixo da minha porta amolgou, a porta agora abre e fecha com dificuldade e a mala do carro (vá-se lá saber porquê) lembrou-se de não abrir também.
Já há muito diz o ditado "quem veste ruim pano, veste duas vezes por ano"! E ficou provado, desta vez, que o barato saiu caro. Agora resta comprar pneus novos (mesmo novos) e gastar mais dinheiro.