Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Quem tem boca vai a Roma, de Rosana Antonio

doc20160627162505_001.jpg

 

"Quem tem boca vai a Roma", costuma-se dizer. Que é como quem diz, quem quer uma determinada coisa, deve ir à luta para consegui-la, e não ficar à espera que ela aconteça por obra do destino.

No caso deste livro, este ditado pode quase ser aplicado à letra, já que todas as histórias falam de alguém que, num determinado momento da sua vida, quiseram deixar os seus países de origem, rumo a Itália, e acabaram por ir para a Roma!

Os motivos que levaram nove personagens diferentes até esta cidade, são os mais variados, mas todos têm um ponto comum: mudar de vida.

Algumas histórias acabam bem. Outras, nem por isso.

Em algumas, Roma acaba por ser apenas um ponto de passagem durante alguns anos, findos os quais o regresso à terra natal, ou a partida para outro destino, se torna inevitável.  

Ao longo deste livro, o leitor ficará a conhecer um pouco das histórias de Raquel, uma brasileira do interior de Minas; Catarina e Manuel, ela oriunda da Guiné Bissau e ele de Portugal; Natali, venezuelana, e Olivier, da Eslováquia; Alice, uma jovem brasileira do Paraná; Sofia; Denise; Ruth, uma colombiana; Edna, de Lençóis; e Rosana, a autora do livro.

E, independentemente do desfecho de cada história, e do possível arrependimento pela decisão tomada, nenhuma destas pessoas seria a mesma, e saberia o que o destino lhes havia guardado, se não tivessem tentado.

Afinal, quem não arrisca e se mantém na sua zona de conforto pode estar mais seguro, mas também nunca saberá o que haveria além daquilo que tem e vive.

 

doc20160627162440_001.jpg 

Também esta obra mantém a característica de ser bilingue, contendo as histórias contadas em italiano! 

A vida é um jogo

 

Com uma casa de partida, uma meta ou casa de chegada, e todo um percurso a fazer pelo meio, para lá chegar.

Neste jogo, lançamos os dados. Por vezes, eles levam-nos a avançar vários passos. Outras vezes, obrigam-nos a recuar, a retroceder alguns passos ou, simplesmente, a não nos movermos. Nem sempre avançar é bom. Pode-nos levar a casas que gostaríamos de evitar. Nem sempre recuar é mau. Podemos ir parar a uma casa que até nos traga vantagens.

Cada uma das casas à qual os dados lançados nos levam, nos trazem desafios, objetivos a alcançar, perguntas às quais temos que responder. Algumas casas trazem coisas boas, pequenos incentivos, bónus, alegrias, a oportunidade de avançar mais um pouco neste jogo. Outras, nem tanto. São casas que não nos levam a lado nenhum, sem utilidade mas que, ainda assim, fazem parte do jogo.

Como todos os jogos, também a vida é um risco.

Mas, ao contrário de um jogo comum, que jogamos ou não consoante a nossa vontade, neste jogo da vida não pedimos para entrar. Ainda assim, fomos colocados no tabuleiro a partir do momento em que nascemos, e "obrigados" a jogá-lo, a correr esse risco. 

Ao contrário de um jogo comum, a maior parte de nós não tem pressa de chegar à meta, à fatídica casa de chegada, na qual iremos abandonar de vez o jogo, e esta vida que nos foi dada.

Queremos,sim, aproveitar aquilo que as diversas casas, que lhe precedem, nos têm para dar. Embora nem sempre o consigamos fazer como deveríamos. É que, mesmo avançando devagarinho, estamos a avançar, e as casas pelas quais passámos, ou não, vão ficando para trás, sem que possamos, muito provavelmente,lá retornar. E não nos esqueçamos que, a qualquer momento, e sem contarmos com isso, podemos ser eliminados do jogo.

A vida é um jogo, e este jogo é também feito de apostas. Algumas, serão apostas ganhas. Outras, poderemos eventualmente, perder. Mas só saberemos o resultado da aposta, depois de a fazer.

Só saberemos aquilo que nos espera, e onde nos levará este jogo, se nos mantivermos activos, em movimento, se continuarmos a lançar os dados, a fazer apostas, a utilizar os botões que temos ao nosso dispôr, a percorrer o tabuleiro onde fomos colocados como peões mas, ao mesmo tempo, como jogadores. 

Só conseguiremos aproveitar ao máximo este jogo, se soubermos aprender com as más jogadas, celebrar os pequenos avanços e conquistas, tirar partido das casas mais vantajosas onde os dados nos levem, e contornar aquelas que mais nos prejudicam.

Podemos não ter pedido para jogar este jogo da vida, mas a verdade é que estamos dentro dele.

E valerá a pena passar todo o percurso do jogo sem arriscar, sem o viver, sem tomar as rédeas do mesmo nas nossas mãos? Valerá a pena ficar parado, a ver os outros jogadores passar por nós, ou à espera que alguém lance os dados por nós, avance por nós, viva por nós?

Valerá a pena desperdiçar todas as ferramentas que nos foram fornecidas para nos ajudar nesta caminhada, e esperar que o destino se encarregue de nos empurrar de uma casa para a outra, quando não era nessas casas que queríamos estar?

A vida é um jogo, sim. E já que estamos nele, vamos jogá-lo como sabemos e podemos, e deixar a nossa marca enquanto nele nos mantivermos, sem receios!