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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Ser diferente...

Ser diferente é não ser anormal - Há Lobo no Cais

 

As pessoas não estão habituadas ao que é diferente.

Estranham. Desconfiam. Receiam.

Mas também têm curiosidade.

E, com o tempo, tendem a seguir posições totalmente opostas ao que é diferente, e aos que são diferentes.

Ou se aproximam, na ânsia de satisfazer a curiosidade. E acham piada, tal como a tudo o que é novo, ou novidade.

Ou rejeitam. Desprezam. Ostracizam. Discriminam.

Podes tentar, de todas as formas, agradar. Tentar que te aceitem.

 

No entanto, a forma como te vêem não depende daquilo que faças, ou que digas.

Depende da cabeça, da mentalidade e da vontade de quem te vê.

 

Podes ter a sorte de, realmente, te aceitarem como és. De aceitarem a diferença.

Mas, na maioria das vezes, apenas toleram. Usam quando dá jeito, quando é conveniente.

Ou, então, nunca chegam a aceitar.

Porque o que é diferente, incomoda. É visto como uma ameaça. Uma ofensa.

Algo que não encaixa. Que não pode coexistir no mesmo meio, no mesmo espaço.

E que nunca será bem visto, nem aceite, pelos demais.

 

E, sabes que mais?

Não importa!

Não tens que ser igual. Não tens que ser o que os outros esperam de ti.

Se és diferente, tira partido dessa diferença. Usa-a a teu favor.

Esquece quem não tem a capacidade de perceber o que está a perder.

Quem não compreende que a diferença enriquece, acrescenta, complementa.

Não tira nada de ninguém.

 

É bom ser diferente.

Ainda que essa diferença incomode muita gente.

Gente que, no fundo, também gostaria de ser diferente.

Mas não se atreve. Não tem coragem de sê-lo.

 

 

Inspirado na série "Anne With an E".

 

O que escondem as perguntas?

 

Porque fazemos perguntas? O que pretendemos com elas? O que escondemos nas suas entrelinhas?

Perguntamos porque temos dúvidas? Ou para desfazer certezas?

Perguntamos porque queremos saber as respostas? Ou serão perguntas capciosas, para as quais já sabemos as respostas e só pretendemos confirmação?

Perguntamos para que nos respondam? Ou serão perguntas retóricas, apenas para reflexão?

Dizem que, em caso de dúvidas, devemos sempre perguntar. Mas será que podemos, ou devemos, fazer sempre as perguntas que nos passam pela cabeça? Ou será melhor, em determinados momentos, guardá-las?

Perguntar ofende? Há quem diga que não. Há quem defenda que sim. Eu digo que há maneiras diferentes de fazer uma mesma pergunta, dando-lhe voluntaria ou involuntariamente, sentidos e objectivos distintos.

Há quem pergunte para esclarecer ou para se informar, há quem pergunte para compreender, e há quem pergunte adequada e oportunamente dentro de um determinado contexto, numa conversa normal. Há perguntas que são pertinentes.

Mas há, também, quem pergunte para agredir, quem pergunte para ofender, quem pergunte para acusar, quem pergunte para recriminar, quem pergunte para afirmar.

Há quem pergunte, não para esclarecer, mas para semear dúvidas.

Existem perguntas simples, básicas e directas. Mas uma pergunta pode esconder muito nas suas entrelinhas, ter duplo sentido ou dupla intenção.  

Há perguntas para as quais não existe resposta. E aquelas perguntas que, pura e simplesmente, nem merecem resposta!

 

Os Beppe Grilos de Portugal


"Beppe Grillo? 'Nós já temos um palhaço. Chama-se Cavaco Silva" - afirmou Miguel de Sousa Tavares, em entrevista ao Jornal de Negócios, quando lhe perguntaram se temia que aparecesse algum palhaço aqui. 

 

Foi atrás da pergunta, diz ele, mas já se arrependeu! Acontece a todos, Sr. Miguel! As palavras saem desgovernadas pela boca num momento, e no outro estão estampadas na primeira página de um jornal.

Agora, arrisca-se a ser condenado por crime de ofensa à honra do Presidente da República. Foi o próprio presidente que requereu a análise das afirmações ao Procurador Geral da República.

E pergunto-me eu se, pela lógica, não teriam que ser analisados, à luz da mesma lei, programas televisivos como o Contra Informação, Contrapoder e outros em que, nitidamente, se goza com os governantes do país, incluindo o Exmo. Sr. Presidente Aníbal Cavaco Silva.

Ou quem sabe todos os blogs, plataformas e sites na internet onde o que não faltam são declarações semelhantes ou bem mais graves à sua pessoa.

Somos uma democracia, temos direito à liberdade, e liberdade de expressão, de "exprimir e divulgar livremente o nosso pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio", sem impedimentos nem discriminações, sem censura. Mas, se o fizermos, arriscamo-nos a cometer infracções que acabam condenadas como crimes de ofensa.

Afinal, liberdade é, também, e acima de tudo, possibilidade de escolha: escolher se, quando e em que contexto e circunstâncias podemos ou devemos dizer o que nos vai no pensamento para todos verem, ou simplesmente, guardar para nós.

E há tantos Beppe Grilos neste país!