Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

E, de repente, os filhos ganham asas!

transferir.jpg 

 

E tornam-se, verdadeiramente, adultos!

Passadas as férias de verão, chegou o momento de a minha filha dar um rumo à vida, já que não queria prosseguir os estudos.

Portanto, começou por inscrever-se no IEFP, onde se candidatou a algumas ofertas de emprego, e onde ficou inserida num Programa ou Plano de Procura de Emprego.

Inscreveu-se também na Net Empregos.

Fez o seu currículo, e enviou candidaturas espontâneas para alguns trabalhos que lhe interessavam, para o caso de terem uma vaga disponível.

 

Duas das candidaturas do IEFP foram aprovadas, e recebeu cartas para entrar em contacto com as ditas empresas, para envio de currículo e marcação de entrevista. Ninguém lhe respondeu de volta.

Recebeu uma proposta de curso, do IEFP, online, remunerado. O valor pago não é muito, e também não era bem a área que ela gosta, por isso, respondeu que tinha mais interesse noutras áreas, pelo que foi reencaminhada para outra técnica (não sei bem se será esse o termo), que depois lhe mostrará outras propostas.

 

Entretanto, num dia em que fui às compras, numa loja que está em obras, vi que estavam a recrutar pessoas para se juntarem à equipa. Ia tirar foto. O meu marido disse: "Ah, isso é informática, ela não percebe nada de arranjo de computadores". Não tirei foto. Entrámos no supermercado. Vimos um balcão na loja.

Pensei: "Se calhar também é atendimento ao público. Não perdemos nada." Voltei atrás, e tirei foto.

Nesse sábado, a minha filha enviou o curriculo, em resposta.

Na segunda-feira, ligaram-lhe, para marcar entrevista.

Tentámos tranquilizá-la e dar-lhe algumas dicas, mas até nem foi preciso.

 

Foi uma confusão porque coincidiu, quase ao segundo, com o envio dos currículos para a oferta do centro de emprego e, então, ela achou que ia a uma entrevista para uma dessas ofertas. Só quando lá chegou, percebeu que não.

Mas ainda bem!

Precisavam de uma pessoa para atendimento ao público. A loja ainda não vai abrir, mas têm outras, e perguntaram-lhe se queria experimentar.

Ela disse que sim.

Foi à entrevista num dia de temporal e eu pensei: isto tem tudo para correr mal. Afinal, até correu bem.

 

E foi assim que, ontem, deu início a uma nova etapa na sua vida: o mundo laboral!

Não sei se estava mais nervosa ela, ou eu.

Uma pessoa não quer falar muito, para não agoirar. Não quer fazer a festa, sem certezas.

Mas claro que queremos que tudo corra bem.

Que ela goste. E que gostem dela.

Não é fácil arranjar trabalho nesta zona. Menos ainda, só com o 12º ano, a não ser para os hipermercados, cadeias de fast food e afins.

Não a pressionámos para aceitar. Não tinha que ser já. 

Mas é algo dentro do que ela queria.

Atendimento ao público, numa loja de informática.

E ela estava entusiasmada.

 

Ontem foi o primeiro dia.

Acordar cedo.

Apanhar o autocarro.

Esteve uma parte da manhã numa das lojas. Depois, levaram-na para a outra.

Tem que almoçar lá no trabalho.

Como tinham que vir a uma outra loja à tarde, deram-lhe boleia, e deixaram-na à porta de casa.

 

Hoje, já foi directamente para a loja onde vai aprender.

Levantar ainda mais cedo.

Estava uma manhã péssima, vento, trovoada.

Mal entrou no autocarro, caiu uma chuvada.

Felizmente, ao chegar lá à paragem, não chovia.

Ainda tinha o caminho a pé pela frente, e não sabia quanto tempo demorava até ao local de trabalho, que ainda fica a alguma distância.

Como tinha tempo, foi vendo as paragens existentes nessa estrada para, em dias como o de hoje, apanhar um outro autocarro que por ali passa, e que a deixa perto do trabalho (tínhamos estado a ver no google maps, mas havia umas que não apareciam).

E passou por ela o dito autocarro pelo que, se o horário se mantiver, dá tempo. 

 

É certo que ainda está à experiência.

Que podem até não querer ficar com ela.

Mas já estamos muito orgulhosos por ela ter esta vontade, esta iniciativa, ir sem medos, e querer mesmo fazer pela vida.

E, claro, a torcer para que assine contrato e, se tudo correr bem, que venha para a loja aqui de Mafra.

Até lá, tudo o que fizer é experiência. Sair da sua zona de conforto.

Conhecer outra realidade, que não a dos estudos.

 

De repente, a minha filha ganhou asas, e está a aprender a voar!

 

 

Das guerras...

1917: Por que a Primeira Guerra Mundial não é tão retratada nos filmes

 

A guerra é o meio usado, pelos mais fracos, para mostrar uma força e poder que, talvez, não tenham, à custa do sacrifício de vidas inocentes...

A guerra é o meio usado quando o diálogo não resulta, ou nem sequer é tentado.

 

A guerra...

Motivo de orgulho para alguns. De vergonha, para outros...

 

A guerra...

A mesma que gera uma valentia desmedida. E um medo incomensurável...

 

A guerra...

Que tantos fazem questão de lembrar. E tantos outros, de esquecer.

 

A guerra...

Aquela que, os que a iniciam, nunca nela entram.

Mas que sempre têm quem, por ela, queira lutar. Por idealismo. Por patriotismo. Ou por egoísmo...

E, depois, há os que nem sequer sabem porque estão a lutar. A travar batalhas que não são deles. E não fazem ideia de porque têm que se chegar à frente, sem poder escolher se o queriam ou não.

 

A guerra...

Aquela em que quase todos perdem. E poucos, ou nenhuns, ganham verdadeiramente.

Aquela que tira tudo, a quase todos. E pouco, ou nada, dá, em troca.

 

A guerra...

Aquela em que, até mesmo os que não estão na frente de batalha, são atingidos pelos estilhaços, e sofrem as consequências.

 

Aqueles que sobrevivem trazem as marcas. As sequelas.

Aqueles que voltam, carregam as memórias. Das mortes... Do sangue... Das atrocidades cometidas...

Os que por lá ficaram, perderam-se, para sempre, numa guerra inútil que, afinal, nunca terá fim. Eles foram apenas os primeiros, de muitos que por lá ficarão.

 

Por cá, as famílias choram pelos filhos, maridos, irmãos, pais, que já não voltam...

Quase todos choram pelos que, indirectamente, por cá se perderam também. Pela fome, pelas doenças, pela violência, pelo pouco que sobra daquilo que lhes foi tirado. 

E, enquanto estes choram, os tais, esses que decidem quando começa e acaba a guerra, riem, nas suas casas, com as suas famílias, como se nada tivesse acontecido. 

Porque se sairem vencedores, são eles os que mais ganham. E, se saírem derrotados, os que menos perdem...

Por vezes, também é preciso saber desistir

desistir.jpg

 

Há quem desista muito facilmente, e quem teime em não desistir.

Há quem leve a vida toda a desistir, e quem não tenha essa palavra no seu dicionário.

 

Há quem diga que desistir é para os fracos. 

Mas, por vezes, desistir pode ser a decisão mais acertada.

E não torna ninguém mais fraco. Apenas, mais sensato.

 

É aí que as coisas se complicam.

Nem toda a gente sabe desistir. Há quem confunda persistência, com teimosia. Determinação, com irresponsabilidade.

Há quem insista naquilo que sabe que será uma luta perdida, por puro orgulho.

Há quem esteja tão agarrado, tão focado, que não consiga abdicar, abrir mão, tomar a decisão mais acertada.

 

Por vezes, insistir é insensato. Ainda que pareça ser aquilo que nos faz mais felizes hoje, pode não ser o que nos trará felicidade, amanhã.

Para algumas pessoas, desistir será a decisão mais difícil que alguma vez tomaram na vida.

Mas é preciso aprender a fazê-lo, a saber fazê-lo, e a aceitar que, o que achamos que estamos a perder hoje, pode ser aquilo que nos levará a ganhar, amanhã.

 

Quando existe um orgulho recíproco entre pais e filhos

50286109_969727009888506_8013727917076905984_n.jpg

 

Os pais são o principal exemplo para os filhos. A sua referência.

Muitas vezes, os seus ídolos, as pessoas que mais admiram.

Como tal, é normal que, até pela educação que lhes é dada, por esses pais, os filhos tenham vários comportamentos e atitudes semelhantes aos pais.

E isso acaba por incluir as mesmas qualidades, e os mesmos defeitos que, quando colocados frente a frente, chocam.

Sobretudo quando essas características são influenciadas por gerações diferentes, e pela sociedade em que cada uma dessas gerações se insere.

 

 

Todos sabemos que, muitas vezes, as discussões entre pais e filhos surgem mais pelas semelhanças entre ambos, do que pelas diferenças.

Se pais e filhos são determinados, vão querer levar a sua avante, achando que a sua forma é a melhor. Se pais e filhos são teimosos, cada um vai puxar para o seu lado a razão. E por aí fora.

 

 

No outro dia, num filme que vi, mãe e filha tinham ideais muito semelhantes mas, ainda assim, elas chocavam uma com a outra.

Porquê?

Porque aquilo que, na geração da mãe, era tido como coragem e determinação, numa época em que esses comportamentos não eram muito aceitáveis, hoje, apenas representa algo banal, aceitável e, como tal, ineficaz, sendo necessário enveredar por outro tipo de acções, que causem impacto e levem à mudança, na geração actual.

A mãe ainda não se tinha apercebido que, de certa forma, a filha queria seguir o mesmo caminho da mãe, mas com as ferramentas que existem agora à sua disposição, e que são mais úteis que as da mãe.

Por outro lado, a filha encarava cada refutação, cada questão, cada confrontação da mãe, como um ataque, como manifestação de superioridade, revoltando-se, e sentindo-se inferiorizada ou desvalorizada.

Quando, na verdade, a mãe apenas o fazia para que ela pudesse mostrar a sua opinião, debater, expôr as suas ideias e formas de ver o mesmo problema, tal como, anteriormente, a sua própria mãe tinha feito com ela.

 

 

É nessa partilha, nesse debate, que se quer saudável, que surge aquilo que nos enche o coração: o orgulho recíproco!

É nesses momentos que percebemos que os nossos filhos cresceram numa outra época, e devem dar uso às ferramentas que têm ao dispor, bem melhores que as nossas, que já estão obsoletas.

E, quando os vemos em acção, não conseguimos esconder o orgulho que sentimos por ver como cresceram, e como fazem bom uso daquilo que lhes transmitimos, mas lhe dão, ao mesmo tempo, o seu próprio cunho.

Por outro lado, os filhos não esquecem aquilo que os pais são, o que defendem, aquilo pelo qual lutam e, se por vezes, lhes tentam mostrar um outro lado, uma outra visão, não é porque estejam do contra, ou porque não gostem daquilo que somos ou fazemos, mas porque têm orgulho nesses pais, e querem que eles continuem a ser aquilo que sempre foram, e lhes transmitiram.

Neste Dia Internacional da Mulher...

Resultado de imagem para silhueta mulher

 

...deixo aqui uma questão para todas elas:

 

Porque é que nós, mulheres, gostamos tanto, e sentimos tanto orgulho em ser mulheres?

 

Podem comentar com tudo aquilo que vos vier à cabeça, por mais fútil ou profundo que vos pareça!

 

 

Será porque temos uma capacidade única que os homens nunca terão: o de gerar uma vida dentro de nós, e carregar parte de nós dentro no nosso corpo durante meses, até o colocarmos no mundo?

Será porque temos, supostamente, uma maior sensibilidade? Porque temos o famoso "sexto sentido"?

Será porque, apesar de consideradas mais sensíveis e delicadas, conseguimos mostrar o quão somos fortes quando é preciso?

Será porque as mulheres são seres lutadores por natureza?

Será porque a mulher tem um corpo mais bonito?

Será porque podemos usar uma infinidade de roupas, e penteados, enquanto que os homens estão limitados?

Será porque, atrás de um grande homem, está sempre uma grande mulher?

 

Eu acho que acaba por ser um pouco de tudo isto mas, acima de tudo, mais do que me orgulhar de ser mulher, orgulho-me da mulher em que me tornei, e da forma como transformei na mulher que hoje sou!