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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

À deriva...

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Por vezes, sem nos darmos conta, acordamos um dia e sentimo-nos à deriva.

À deriva num imenso mar, sem terra à vista.

À deriva num imenso deserto, ou numa extensa floresta, onde não vislumbramos um único abrigo.

O nosso porto seguro, que sempre ali esteve, não existe mais. Desapareceu.

E nós, ficamos sem referência. Sem orientação.

 

Damos aos braços, para nos mantermos à tona. Mas não sabemos para onde nadar...

Caminhamos, porque de nada adianta ficar no mesmo sítio. Mas não sabemos para onde ir...

Remamos, mas não vislumbramos nada além de água...

Está tudo ligado mas, ainda assim, é como se um dos interruptores se tivesse desligado. E uma parte de nós deixasse de funcionar.

 

É provável que, neste desafio de resiliência e sobrevivência, venhamos a encontrar um novo porto seguro. Diferente do anterior, mas igualmente seguro.

É provável que, com o tempo, nos venhamos a adaptar a esta nova forma de viver. À mudança. Às circunstâncias.

 

É expectável que o tempo volte a pôr-nos a funcionar em "modo manual" mas, até lá, é como se nos tivessem colocado em "piloto automático".

Vivemos, mas não por inteiro.

Sentimos, mas apenas pela metade.

E o que quer que digamos, ou façamos, parece sair forçado. 

Porque tem que ser. 

Mas sem a vontade e o entusiasmo de antes.

Sem a energia de outrora.

 

Sentimo-nos à deriva...

E talvez nos deixemos levar pela corrente, pela maré...

Talvez nos deixemos levar pelo vento...

Talvez nos deixemos guiar por pontos imaginários...

Só para chegar a algum sítio, algum lugar...

Para poder descansar. E recuperar forças. 

 

Até que consigamos discernir entre ficar, ou partir, para outras paragens.

Com energia renovada, e pelo próprio pé.

 

Porque nunca hei de participar num trail

 

Ultimamente tem vindo a ganhar bastantes adeptos, e parece que se tornou mesmo uma moda, paralelamente à corrida de estrada.

O meu marido, que costuma participar em algumas corridas, há muito desejava experimentar correr um trail.

E sobre isso, tenho uma opinião muito própria, que pode ser completamente absurda tendo em conta que se trata de uma competição, mas que para mim faz todo o sentido:

- o trail deveria ser algo para se participar em grupo (duplas ou equipas maiores), em que uns se ajudam aos outros e mantêm-se unidos, a ultrapassar os obstáculos e a derrubar barreiras, até à meta;

- o principal objectivo deveria ser a experiência, um momento diferente passado com amigos, um desafio a superar mas sem a preocupação ou pressão da vitória, ou de uma boa classificação;

- apesar de se escolher, propositadamente, terrenos acidentados, de difícil acesso e que exigem uma excelente forma física, e as condições serem totalmente diferentes de uma estrada de betão, ainda assim deveria haver mais segurança e mais meios à disposição dos participantes;

- quem quiser experimentar um trail, deve treinar antes para isso, e não se aventurar sem qualquer preparação;

- pode ser péssimo para quem, como eu, não tem o mínimo sentido de orientação, ainda mais se os meios disponíveis para orientação forem escassos ou nulos; 

- deveria haver alguém ligado à organização em pontos estratégicos do percurso;

- deveria ser fornecido aos participantes um contacto de emergência para o caso de alguma eventualidade;

 

É por tudo isto, que nunca hei de participar num trail! Além, claro, da minha pouca vontade de correr. 

Porque para mim não faz qualquer sentido ir cada um por si, preocupado com uma medalha ou prémio, e arriscar-se a ficar pelo caminho, sem qualquer recurso à disposição. 

Até pode ser um perfeito disparate o que estou para aqui a dizer, mas a mim não me apanham a subir montanhas, nem a atravessar rios, nem qualquer outra actividade radical ligada ao trail!

 

Devo ser alérgica a Lisboa!

 

Ontem fui com a minha filha a Lisboa para a aula de preparação para o book.

Tenho a dizer que a minha filha, com 11 anos, é muito mais desembaraçada do que eu, e com um excelente sentido de observação e orientação! Foi uma grande ajuda para chegarmos ao destino sem enganos porque, se dependesse de mim, não sei se as coisas correriam tão bem.

Aos domingos não abundam autocarros para Lisboa, por isso, tivemos que levantar cedo. Estava tudo encoberto e um frio a fazer lembrar o Outono. A viagem até Lisboa até foi rápida (uma parte foi auto-estrada), não fosse o raio do autocarro fazer uma chiadeira desgraçada, que parecia que se desconjuntava todo!

Escusado será dizer que, a partir de Loures, já o céu estava limpo e o sol a brilhar.

Como ainda tínhamos uma hora pela frente, decidimos ir de metro. Mais barulho! Ainda assim, chegámos cedo e ficámos a fazer tempo ali na esplanada em frente.

Entretanto, enquanto ela estava na aula, resolvi comer um pedaço da tosta mista que ela tinha deixado. Esqueci-me que tinha manteiga. Mas a fome estava a apertar. Nesta altura, já tinham começado os primeiros sintomas de dor de cabeça.

Quando nos despachámos, voltámos a apanhar o metro. Almoçámos no Alvaláxia - ela no Burger Ranch, e eu o resto da tosta, que só conseguiu deixar-me mal disposta, graças à manteiga e aos orégãos (nunca tinha visto tostas mistas com orégãos).

Depois, uma fila enorme para apanhar o autocarro para a Ericeira, que nunca mais andava, e uma viagem longa pela frente (sem auto-estrada desta vez).

Cheguei a casa, e estive quase todo o resto da tarde deitada no sofá, com a cabeça a rebentar. Ainda me levantei para ir comer, mas pouco consegui levar à boca. Peguei na Tica para levá-la à rua, mas tive que me voltar a deitar. Só à noite é que a coisa melhorou ligeiramente, e aí já consegui comer.

A última vez que estive assim tão mal foi, precisamente, depois de ter ido a Lisboa, ao Cirque du Soleil.

Está visto que devo ser alérgica a Lisboa!

Nem quero pensar que no próximo fim de semana há mais.

Atenção às facturas das despesas de saúde!

 

Até agora, para efeitos de dedução no IRS, os contribuintes podiam declarar as despesas de saúde isentas de IVA, ou com IVA à taxa de 6%, e as despesas de saúde com IVA à taxa de 23%, desde que justificadas por receita médica.

Aquando do preenchimento da declaração, bastava fazer contas e colocar, nos respectivos espaços, os valores gastos em cada uma das situações.

As facturas podiam, assim, conter despesas com IVA a taxas diferentes, cabendo a nós fazer essa distinção na declaração.

Agora, com as alterações introduzidas com a reforma do IRS, e sempre que as suas compras incluam despesas sujeitas a diferentes taxas de IVA, os contribuintes passam a ser obrigados a pedir facturas separadas, sob pena de as mesmas não serem deduzidas no IRS.

Porquê? Porque as despesas de saúde com IVA à taxa de 23%, ainda que prescritas pelo médico, deixam de ser dedutíveis. E, se colocarem, numa mesma factura, despesas à taxa de 6% e à taxa de 23%, a aplicação não consegue diferenciar, separar, nem considerar no âmbito da dedução. 

Como o sistema informático não é capaz de fazer essa distinção, essas despesas acabam por entrar nas deduções relativas às despesas gerais das famílias. A questão é que esta dedução tem um limite baixo e facilmente atingível, enquanto que na saúde o limite é mais elevado, ou seja, estão a ocupar uma "categoria" de deduções com despesas que não lhe pertencem, deixando assim de haver espaço para outras, enquanto que na "categoria" onde as mesmas deveriam ser colocadas, sobra espaço. E isso pode prejudicar os contribuintes.

No entanto, é de lamentar que só agora tenha vindo a público esta orientação, e não no início do ano estando, por isso mesmo, a geral alguma polémica. É que, a esta altura, já muitos contribuintes pediram facturas, referentes a despesas de saúde, sem recorrer a esta separação.

Por isso, a partir de agora, tenham muita atenção ao pedirem as vossa facturas!

 

Actualização: ao que parece, o governo quer voltar atrás na decisão, e continuar a considerar as despesas com IVA a 23%. De qualquer forma, pelo sim, pelo não, mais vale pedir na mesma em separado. 

 

 

 

 

 

 

Psicologia versus Life Coaching

O mundo está em constante transformação – todos os dias surgem novas ideias, novos conhecimentos, novas invenções, novas descobertas, novas tendências, novas atitudes e comportamentos, novas mentalidades, novas exigências, aos mais variados níveis e nos mais diversos campos.

Cada vez mais, essa transformação afecta as pessoas, que acabam por procurar soluções para amenizar ou aniquilar o seu impacto nas suas vidas.

Actualmente, quer a nível global, por causa da crise que atravessamos e tudo o que ela implica, quer a nível individual, por situações particulares que aconteceram ou acontecem com cada um de nós, as pessoas sentem necessidade de uma luz ao fundo do túnel, de fórmulas milagrosas, de apoio, de orientação…

Há quem procure tudo isso em Deus, na fé, na Igreja…Há quem consiga essa ajuda através da Psicologia. E, provavelmente, neste contexto surge agora o Life Coaching.

Mas afinal, em que diferem a Psicologia e o Life Coaching?

Há quem diga que um psicólogo não faz mais do que ouvir aquilo que as pessoas têm para contar, ouvir desabafos e lamentos, e com isso as pessoas sentem-se mais aliviadas. Há quem prefira entupir as pessoas com antidepressivos e outros medicamentos do género, do que encaminhá-las para um psicólogo.

Mas um psicólogo não é apenas um ouvinte, é bem mais do que isso. Um psicólogo estuda o nosso comportamento e a nossa mente, estuda a forma como agimos perante as situações, a forma como nos adaptamos ao meio em que vivemos.

Ele observa, escuta, e tenta explicar e esclarecer porque tivemos determinado tipo de comportamento ou determinada reação a situações e problemas específicos, que poderão ser influenciados pelo nosso metabolismo, temperamento, motivação, ou pelo meio, cultura ou grupo de que fazemos parte.

De uma forma geral, a psicologia procura tratar os problemas humanos individuais e interpessoais através do aconselhamento, fazendo-nos perceber aquilo que nos está a afectar, porque nos está a afectar, e qual a melhor forma de ultrapassar.

Talvez qualquer pessoa possa ser chamada de psicólogo (um amigo, um pai, um avô), muitas vezes até podemos ser psicólogos de nós próprios, mas pelo sim, pelo não, não custa ouvir a opinião de quem estudou e se formou nessa ciência! Quanto mais não seja para confirmar as nossas próprias teorias e conclusões!

No Coaching, existe um Coach, que nada mais é que um treinador, e um coachee, neste caso cada um de nós.

E o que faz este treinador? Treina-nos! Para um determinado objectivo que queremos alcançar!

Ou seja, procuramos o nosso treinador, explicamos o que pretendemos, ou quando nem isso sabemos, ele tenta-nos fazer perceber para que lado devemos caminhar, e a partir daí traça-nos um plano e uma meta, cuja duração para atingi-la depende dos casos e da resposta obtida.

No caso do Coaching Pessoal, ou mais conhecido por Life Coaching, o treinador procura que o jogador descubra e faça uso das suas próprias competências, reconheça e supere as suas fragilidades, encorajando e motivando.

Ajuda-nos a organizar aqueles mil e um pensamentos que andam sem rumo, à solta na sopa de letras que habita no nosso cérebro.

Pode funcionar como um apoio para o nosso autoconhecimento e um estímulo para termos objectivos na vida e metas para cumprir com sucesso, a dar um novo sentido à nossa vida.   

Por vezes, o coach serve-se de pequenas histórias para, a partir daí, nos fazer pensar e compreender melhor certos comportamentos, certas atitudes e melhorarmos ou alterarmos, se for o caso disso.

Como em tudo na vida, às vezes damos por nós a pensar – “isto é tudo muito bonito na teoria, mas na prática não me serve para nada”!

Na minha opinião, acho que ambos se podem complementar e ser muito úteis. Se precisarmos, cá estão, se não precisarmos, melhor ainda!