Do Outono que está prestes a despedir-se...
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Outono, que chegou antes de chegar
Escasso sol, que levou as folhas secar
Vento louco que, as folhas, fez voar
Obrigando a natureza a mudar
É vê-las, já sem vida, pisadas, amachucadas
Formar tapetes pelas ruas
Onde as encontramos, acumuladas
Enquanto as árvores vão ficando nuas
E estas duas, no banco, pousadas
Quem sabe há quanto tempo caídas
Resistem, quase de "mãos dadas"
Unidas na despedida
Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1 Texto
Outono é cor!
É o verde da erva que ganha vida com as primeiras chuvas. Um sinal de esperança e perseverança.
É o castanho dos troncos que vão ficando despidos. Símbolo de resistência.
É o amarelo e o laranja das folhas que vão caindo, envelhecidas, no chão. A leveza, num tapete que nos amortece os passos. A luz que nos alegra, quando os raios de sol teimam em não aparecer. A energia. A transformação. E a coragem.
É o preto, da terra, e pedaços da natureza que com ela se vão misturando. O poder e a força do solo, o mistério do que dele nascerá.
E, por entre estas e tantas outras cores, surge uma singela flor branca, a "côr da luz". Para nos trazer calma, e paz. O equilíbrio interior de que, tantas vezes, necessitamos.
Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1Texto
A cada ano que passa, dou menos por ele.
Parece que já não é o mesmo.
Que já não vem com a mesma alegria, com a mesma garra, com a mesma força.
Que cada vez é mais curto, ainda que tenha a mesma duração.
Os dias parecem mais pequenos que antes.
Se calhar, sempre foram, já que começam a encolher com a sua chegada.
Mas não parecia.
Não antes.
Quando, às oito da noite, ainda estávamos a sair, com pena da praia.
Quando, quase às dez da noite, ainda era dia.
Ainda dava vontade de sair à rua.
Ainda não apetecia dormir.
O verão, que parece já não o ser, cheira a um outono antecipado.
Em que uma pessoa chega ao final do dia encasacada.
Com vontade de se enroscar nas mantas.
A evitar sair, e ter que vestir camisolas quentes que já não deveria usar, nesta altura.
Sinto que o verão ainda agora chegou, e já se está a despedir, quando ainda falta mais de metade dos dias para se ir embora.
Será que ficou retido algures, e enviaram um farsante no seu lugar?
Será que o verão está, realmente, diferente de outros tempos?
Ou será que fui eu que mudei, e não o vejo com os mesmos olhos?
A verdade é que não foi por este verão que eu me apaixonei...
Mas é este verão, que vem ao de leve, que só um dia ou outro parece ganhar fôlego para se fazer sentir, e logo se vai, que tem marcado presença nos últimos anos.
Um verão cansado, desnorteado, sem rumo.
Um verão que já não traz magia, nem romance, nem aventura.
Um verão murcho, e sem sal.
Um verão que se limita a cumprir o calendário, mas não convence.