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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

1 Foto, 1 Texto #11

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Lasiocampa quercus

 

Parar.

Escutar.

Observar.

Nem sempre, andando de um lado para o outro, sem rumo, ora chegando aqui, ora chegando ali, sem nunca permanecer muito tempo, conseguimos perceber o que nos rodeia.

Há que ser paciente.

Astuto.

Apurar todos os sentidos.

Compilar toda a informação.

E, só então, voar!

 

 

 

Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1Texto

Devemos proteger os jovens da realidade, ou deixá-los ver e lidar com ela?

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Dizia-me, no outro dia, alguém que, por vezes, quando as famílias iam visitar os idosos nos lares, ou instituições, acabavam por permitir que os mais novos (netos/ bisnetos) não entrassem, porque eram novos, e não tinham que ver "aquilo". 

Há também uma grande tendência, no que respeita ao falecimento de familiares, para deixar os jovens em casa, ou com alguém que possa ficar com eles algumas horas, enquanto decorre o velório e funeral, porque poderia ser demais para eles, e não estarão preparados para tal.

Outras vezes, fugimos de certos temas, e pintamos uma realidade alternativa, para mascarar aquela que existe, como a dos sem abrigo, da violência, das guerras, das fomes, da miséria.

São jovens. Têm mais em que pensar. Não precisam de lidar com a dura realidade. 

Pois...

 

Não digo que, de forma totalmente oposta, desatemos a esfregar-lhes na cara a realidade.

Que os obriguemos, de repente, a ir para as ruas, ou para onde se passam as diversas problemáticas sociais, ou cenários menos coloridos, para que saibam como a vida é.

Que os forcemos a algo para o qual não estão preparados. Por vezes, nem nós estamos preparados.

Mas também não nos caberá, somente a nós, decidir isso.

Seeia bom ouvir os jovens. Saber qual é a sua vontade. O seu desejo. Se se sentem confortáveis.

Ou não, mas ainda assim querem ver e lidar com a realidade.

 

Se calhar, mesmo sem querer, somos nós que, muitas vezes, temos mais dificuldades em encará-la, e projectamos as mesmas nos jovens.

No entanto, eles não têm que ser iguais a nós.

E, se é verdade que não há necessidade de expô-los a tudo, de um momento para o outro, também há limites para a excessiva protecção que lhes queremos dar, alienando-os da realidade que, mais cedo ou mais tarde, lhes surgirá à frente, de uma forma ou de outra.

 

 

 

 

Pessoas que gostam muito de falar mas não têm interesse em ouvir

A ADMIRÁVEL BELEZA DO "SABER OUVIR OS OUTROS" ~ O Texto no ...

 

Muitas vezes, as pessoas que se queixam que ninguém as ouve, são as mesmas que não mostram o mínimo interesse em ouvir os outros.

Diz o ditado que "temos duas orelhas e uma só boca, para falarmos menos, e ouvirmos mais". 

Por isso, não nos custará dar-lhes bom uso, e ouvir quando alguém precisa de um ouvinte, mais do que de um falante.

Mas, e se passarmos o tempo todo a ouvir, sem que os outros nos dêem espaço para, também nós, falarmos?

Será que vamos continuar a ouvir da mesma forma? Será a nossa atenção e disponibilidade a mesma?

 

Há pessoas que têm uma imensa necessidade de falar e, quando não existe a disponibilidade ou receptividade da outra parte que estas esperariam, muitas vezes queixam-se de que não têm quem as oiça. 

Mas será que essas mesmas pessoas já pararam para pensar que podem também não o estar a fazer com os outros?

Já pensaram se, também elas, mostram interesse em ouvir o que os outros têm a dizer, ou só estão focadas em falar?

 

E quando digo mostrar interesse, é mesmo verdadeiro interesse. Não é fazer aquelas duas ou três perguntas da praxe, que perguntam só por perguntar, e para que não digam que não querem saber para, logo em seguida, voltarem ao ataque, como se o que a outra pessoa disse fosse irrelevante, entrando por um ouvido e saindo por outro, quando comparado com o que têm a dizer.

Um pouco ao género "toma lá 5 minutos para não te queixares, mas o resto da hora é para mim, que o que eu tenho a dizer é mais importante"!

 

Pois...

Talvez, se fizessem essa pergunta a si mesmas " se estão a ouvir os outros na mesma medida em que querem ser ouvidas", falassem menos, e ouvissem mais também. 

Sou, cada vez menos, uma boa ouvinte...

A diferença entre ouvir e escutar.

 

 

... quando isso significa ouvir, repetidamente, as mesmas coisas, as mesmas frases, as mesmas palavras, as mesmas queixas, os mesmos problemas, as mesmas lamentações, os mesmos planos que nunca passam da teoria à prática, as sucessivas mudanças de aspirações consoante o dia, as mesmas conversas que se fazem só porque sim, a constante necessidade de atenção.

Acho que essa pouca apetência para ouvir vem, a par com a falta de paciência, com o avançar da idade.

 

À primeira e, eventualmente, à segunda conversa, ainda consigo, realmente, ouvir, escutar e, eventualmente, aconselhar ou apoiar.

A partir daí, esqueçam. Ouvir o mesmo vezes sem conta, e ter que dar o feedback que esperam, outras tantas, não é para mim.

Às tantas, desligo, e já não estou a prestar atenção nenhuma. 

Por vezes, se me parece que a conversa está a ir pelo mesmo caminho, e tenho confiança com a pessoa em causa ainda alerto "outra vez isso" ou "já no outro dia falámos disso". Nem sempre a conversa iria parar ao mesmo, mas o meu sistema de alarme dispara logo.

Já com quem não tenho confiança, deixo apenas de prestar atenção.

 

E quanto mais insistem, menos paciência tenho, menos oiço, e menos vontade tenho de conversar.

Por exemplo, de há uns meses para cá, já nem sequer atendo o telemóvel a um tio meu, porque sei que, sempre que me liga, a conversa é sempre a mesma. Fico-me por uma mensagem, de vez em quando.

O meu marido até me diz: Porque é que não atendes? Ele não deve ter com quem falar.

E eu respondo: Não sou psicóloga! Uma pessoa fala uma, fala duas, fala três vezes, as coisas não mudam, o outro não quer saber do que dizemos, então corta-se.

 

Pode parecer muito radical, muito brusco, mas existem pessoas que abusam, que nos sugam toda a energia, que nos alteram de forma negativa a disposição e o humor.

Podemos até ajudar as primeiras vezes mas, depois, se não fizermos esse corte, estamo-nos a prejudicar mais, do que a ajudar os outros.

 

 

 

Manias

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Serei a única que prefiro ler eu própria alguma notícia, texto ou email, do que me estarem a ler o que lá está?

É que nem vale a pena tentar, porque me disperso logo, e acabo por ter que ler tudo em seguida, para perceber o que lá está.

Lá em casa ainda me perguntam "mas qual é a diferença entre ser eu a ler ou tu?". No meu caso, faz mesmo muita diferença!