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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Não saber aceitar um "não"

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A sociedade actual não sabe (ou não quer) aceitar um "não".

Seja em que situação, contexto ou faixa etária for, o "não" é, demasiadas vezes, ignorado. Outras tantas, rebatido, em forma de retaliação, represália, vingança ou lição, para quem se atreveu a proferi-lo.

 

Vemos, cada vez mais, crianças a fazer birra, porque não aceitam um qualquer "não" dos pais, dos avós, dos educadores. E, cada vez mais, conseguem fazê-los ceder.

Vemos, não raras vezes, adolescentes a insultar, agredir, a ter comportamentos condenáveis, porque querem tudo à maneira deles, e estão habituados, lá está, desde crianças, a conseguirem sempre o que querem, depois de os "não" se transformarem em "sim".

E, consequentemente, vemos, com cada vez maior frequência, adultos frustrados, inconformados, furiosos, quando o "não" volta a entrar nas suas vidas, só para contrariá-los. Sim, porque, para estes adultos, tudo é, unica e exclusivamente, sobre si. Não importa o que os outros querem, o que os outros sentem. Só não podem é ser contrariados.

 

Por isso, quando alguém ousa "desafiá-los" (não que o objectivo seja esse, mas é assim que o encaram), fazem-se de vítimas. Amuam. Tentam fazer a outra parte mudar de opinião, de ideias. Tentam convencer, de forma persuasiva, de que eles é que estão certos, e os outros errados. 

Outros, por sua vez, ficam transtornados, tornam-se agressivos, transformam-se em perseguidores maníacos, capazes das maiores atrocidades, incluindo, matar.

 

Portanto, hoje em dia, pode-se dizer, que quem se atreve, e de cada vez que se atreve, a dizer um "não" está a arriscar, literalmente, a sua vida.

E não é exagero.

Na sociedade em que vivemos, mata-se por tudo, e por nada.

Mata-se por um punhado de euros.

Mata-se por um bocado de chão, ou meia dúzia de galinhas.

Mata-se por uma opinião diferente, ou por uma atitude que não agrada.

Mata-se porque alguém não quer uma relação.

Mata-se, só porque sim.

Pela incapacidade, cada vez maior, de uns (muitos), de ouvir, lidar e aceitar um "não" de outros!

As saudades que eu tinha de ouvir música!

(e que eu nem fazia ideia)

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A música e o estado de espírito de uma pessoa quase andam de mãos dadas, uma influenciando o outro, das mais variadas formas.

Ora atenuando, ora exaltando aquilo que estamos a sentir.

Ora levando-nos mais a fundo. Ora puxando-nos para cima.

Ora relaxando. Ora enchendo-nos de energia.

 

Não é que não oiça uma música ou outra.

No trabalho há sempre um rádio ligado.

Nas compras, há sempre uma rádio a passar música.

Até mesmo em filmes, ou séries, há uma banda sonora.

 

Mas ouvir, mesmo, aquelas músicas que quero, em casa, sem mais ninguém por perto, há muito que não o fazia.

Escolher o que quero ouvir, recordar músicas de que já nem me lembrava.

Cantar. Dançar. 

A falta que a música me fazia!

E eu nem sabia como.

 

Pode não ser tudo, pode não resolver os problemas, mas trouxe uma leveza, uma serenidade e uma energia positiva, que há muito não sentia.

Aliando a isso, o belo dia de Primavera que se fez sentir por aqui, pode-se dizer que foi o suficiente para começar esta semana com mais ânimo.

Agora, é evitar afastar, novamente, a música da minha vida. 

1 Foto, 1 Texto #11

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Lasiocampa quercus

 

Parar.

Escutar.

Observar.

Nem sempre, andando de um lado para o outro, sem rumo, ora chegando aqui, ora chegando ali, sem nunca permanecer muito tempo, conseguimos perceber o que nos rodeia.

Há que ser paciente.

Astuto.

Apurar todos os sentidos.

Compilar toda a informação.

E, só então, voar!

 

 

 

Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1Texto

Devemos proteger os jovens da realidade, ou deixá-los ver e lidar com ela?

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Dizia-me, no outro dia, alguém que, por vezes, quando as famílias iam visitar os idosos nos lares, ou instituições, acabavam por permitir que os mais novos (netos/ bisnetos) não entrassem, porque eram novos, e não tinham que ver "aquilo". 

Há também uma grande tendência, no que respeita ao falecimento de familiares, para deixar os jovens em casa, ou com alguém que possa ficar com eles algumas horas, enquanto decorre o velório e funeral, porque poderia ser demais para eles, e não estarão preparados para tal.

Outras vezes, fugimos de certos temas, e pintamos uma realidade alternativa, para mascarar aquela que existe, como a dos sem abrigo, da violência, das guerras, das fomes, da miséria.

São jovens. Têm mais em que pensar. Não precisam de lidar com a dura realidade. 

Pois...

 

Não digo que, de forma totalmente oposta, desatemos a esfregar-lhes na cara a realidade.

Que os obriguemos, de repente, a ir para as ruas, ou para onde se passam as diversas problemáticas sociais, ou cenários menos coloridos, para que saibam como a vida é.

Que os forcemos a algo para o qual não estão preparados. Por vezes, nem nós estamos preparados.

Mas também não nos caberá, somente a nós, decidir isso.

Seeia bom ouvir os jovens. Saber qual é a sua vontade. O seu desejo. Se se sentem confortáveis.

Ou não, mas ainda assim querem ver e lidar com a realidade.

 

Se calhar, mesmo sem querer, somos nós que, muitas vezes, temos mais dificuldades em encará-la, e projectamos as mesmas nos jovens.

No entanto, eles não têm que ser iguais a nós.

E, se é verdade que não há necessidade de expô-los a tudo, de um momento para o outro, também há limites para a excessiva protecção que lhes queremos dar, alienando-os da realidade que, mais cedo ou mais tarde, lhes surgirá à frente, de uma forma ou de outra.

 

 

 

 

Pessoas que gostam muito de falar mas não têm interesse em ouvir

A ADMIRÁVEL BELEZA DO "SABER OUVIR OS OUTROS" ~ O Texto no ...

 

Muitas vezes, as pessoas que se queixam que ninguém as ouve, são as mesmas que não mostram o mínimo interesse em ouvir os outros.

Diz o ditado que "temos duas orelhas e uma só boca, para falarmos menos, e ouvirmos mais". 

Por isso, não nos custará dar-lhes bom uso, e ouvir quando alguém precisa de um ouvinte, mais do que de um falante.

Mas, e se passarmos o tempo todo a ouvir, sem que os outros nos dêem espaço para, também nós, falarmos?

Será que vamos continuar a ouvir da mesma forma? Será a nossa atenção e disponibilidade a mesma?

 

Há pessoas que têm uma imensa necessidade de falar e, quando não existe a disponibilidade ou receptividade da outra parte que estas esperariam, muitas vezes queixam-se de que não têm quem as oiça. 

Mas será que essas mesmas pessoas já pararam para pensar que podem também não o estar a fazer com os outros?

Já pensaram se, também elas, mostram interesse em ouvir o que os outros têm a dizer, ou só estão focadas em falar?

 

E quando digo mostrar interesse, é mesmo verdadeiro interesse. Não é fazer aquelas duas ou três perguntas da praxe, que perguntam só por perguntar, e para que não digam que não querem saber para, logo em seguida, voltarem ao ataque, como se o que a outra pessoa disse fosse irrelevante, entrando por um ouvido e saindo por outro, quando comparado com o que têm a dizer.

Um pouco ao género "toma lá 5 minutos para não te queixares, mas o resto da hora é para mim, que o que eu tenho a dizer é mais importante"!

 

Pois...

Talvez, se fizessem essa pergunta a si mesmas " se estão a ouvir os outros na mesma medida em que querem ser ouvidas", falassem menos, e ouvissem mais também.