Guarda de serviço
Num final de dia de nevoeiro e chuva miudinha, depois de uma tarde de trovoada, eis que alguém decidiu inaugurar os recém colocados candeeiros, e armar-se em "guarda de serviço"!
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Num final de dia de nevoeiro e chuva miudinha, depois de uma tarde de trovoada, eis que alguém decidiu inaugurar os recém colocados candeeiros, e armar-se em "guarda de serviço"!
Naquele dia, o vento estava muito forte.
Como, de resto, ao longo de toda a semana.
Era tão forte que o pássaro não conseguia voar.
Por mais que batesse as asas, por mais que tentasse, estava sempre no mesmo sítio.
Como alguém que nada contra a corrente.
Como um barco que se quer remar contra a maré.
Ele bem tentava, mas não conseguia.
O vento era mais forte que ele.
Só se estava a cansar. A magoar. E a perder tempo.
Então, ele fez o que achou melhor.
Em vez de continuar ali no alto, a ser travado, empurrado e desequilibrado pelo vento, ele optou por se proteger, refugiando-se num voo mais baixo e rasteiro.
Quando o vento não está de feição, não adianta bater de frente com ele. Há que ajustar o voo.
Da mesma forma que se ajustam as velas do barco, em pleno mar.
E que aproveitamos o curso da maré, para nos levar a bom porto.
Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1Texto
Ajudar a voar, ou cortar as asas?
Incentivar o voo, ou amedrontar?
Amparar a queda e cuidar das feridas, ou abandonar à sua sorte?
No outro dia, vi este passarinho.
Primeiro, pousado na janela de uma casa.
Depois, veio a voar pela rua.
Ora pousava no chão, e bicava o alimento que por ali encontrava, ora voava até aos arbustos, e ficava ali a decidir o próximo movimento.
Muitas vezes, vemos os nossos filhos como pequenos passarinhos.
Pensamos que não crescem (ou preferimos ignorá-lo).
Tememos que saiam do ninho cedo demais (ou assim achamos, porque para nós é sempre cedo).
Que não consigam voar.
Que caiam, e se magoem na queda.
Que não consigam sobreviver.
Mas tudo isso faz parte da vida.
Se o passarinho não voar com o nosso apoio, ele voará na mesma, ainda que sem ele.
Por isso, em vez de pôr entraves, não será preferível incentivar o voo?
Aconselhar a melhor forma de bater as asas, de planar, de voar mais alto e aterrar com relativa segurança?
Não terá o passarinho, mais confiança, e mais tranquilidade, sentindo que lhe está a ser dada liberdade?
Que está a ser depositada, nele, a nossa confiança?
E se o passarinho cair e se magoar, não é preferível estar lá para ele?
Para tratar-lhe das feridas? Para ajudá-lo a ultrapassar esse incidente?
Não é isso que os pais devem fazer, relativamente aos seus filhos?
É preferível estar lá, presente, em todos os momentos, ou afastá-los, quando as coisas não são como queríamos que fossem?
Porque eles farão a sua vida na mesma, independentemente da nossa atitude para com eles.
A nós, pais, cabe decidir se estamos ao lado deles, ou contra eles.
Da minha parte, sem dúvida que estarei sempre ao lado da minha filha.
Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1Texto
E não, não fui eu que andei às cabeçadas à parede, nem aos móveis, de tanto sono que tenho!
Nem tão pouco andei a lutar logo pela manhã.
Foi mesmo a D. Amora que resolveu, no momento em que me ia baixar para pegar nela, dar um impulso e saltar para a cadeira da entrada. A minha cara estava no caminho. Deu-me uma cabeçada no lado direito, entre o osso e o olho, que fiquei a ver estrelas!
E ela, coitada, também não deve ter ficado lá muito bem, com aquela cabecita pequenina a bater em mim.
Isto tudo, para subir para a cadeira e, da cadeira, para o poleiro mais alto, para estar à janela. A Amora é assim. Mal nós começamos a pegar nela, já ela dá balanço para chegar mais longe, mais alto, mais rápido!
Só que depois, por vezes, acontecem estes acidentes. No outro dia o balanço foi tal que me ia saltando dos braços para o chão.
Eu bem digo que ela acha que é um pássaro, e tem o poder de voar!