Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Cuidar de quem, um dia, também cuidou de nós

Vetores Idoso Triste grátis, 100+ imagens nos formatos AI e EPS

 

Resistência e teimosia não duram para sempre, quando a saúde (ou a falta dela) reclama que os tempos são outros.

Os meus pais, sobretudo o meu pai, tiveram que se render ao facto de que teriam que mudar um pouco (grande) a sua vida.

 

E não é fácil conjugar um modo de vida calmo, sem pressas, vivido à medida das necessidades diárias, com o ritmo e falta de tempo que nós, filhos, levamos.

Os meus pais eram daquelas pessoas que hoje precisavam de uma coisa, e compravam. Amanhã, se precisassem de outra, iam novamente. Para o meu pai, era uma espécie de passeio, de convívio, uma forma de sair de casa.

Agora, tiveram que se adaptar à nova realidade - compras em quantidade, para vários dias, ao fim de semana, que é quando eu vou às compras para mim também.

O pão do dia, ou alguma coisa da farmácia, ou do banco, como estão aqui pertinho do trabalho, calham em caminho, mas os hipermercados não.

 

Acabaram-se os pagamentos em mão, os carregamentos nas lojas e afins. Passa a ser tudo por transferência bancária ou multibanco, até porque também calha em caminho, e poupa tempo e trabalho.

Fica tudo a meu cargo, porque sou a filha que está aqui mesmo ao lado deles.

E não custa nada cuidar de quem, um dia, cuidou de nós.

 

Não é fácil para eles.

Para o meu pai, é um castigo não poder sair de casa. Mas as dores não lhe permitem andar muito. Se tiver que ir a algum lado, é de táxi.

Depois, se forem como eu, haverá coisas que gostariam de ser eles a comprar, a escolher, a fazer, e vêem-se dependentes de terceiros.

 

Para mim também não o é.

São contas, facturas, pagamentos, compras, leituras dos contadores, e tudo o resto, a dobrar.

Ultimamente, até tenho levado a minha filha para me ajudar, se não, ainda me esqueço de alguma coisa.

Uma vez, estava a levantar dinheiro para mim mas, como os últimos movimentos tinham sido para os meus pais, já estava a inserir o código deles, em vez do meu.

 

Mas se não formos nós a cuidarmos dos nossos, e a ajudá-los, quem o fará?

Estranhos?

Enquanto eu puder, estou cá para eles. Da mesma forma que eles, apesar de tudo, ainda continuam cá, para mim, para o meu irmão, para os netos!

 

 

 

Aquele momento em que se procura uma coisa...

needle_in_the_haystack.jpg

 

...e não se encontra nada!

Hoje tenho consulta de medicina do trabalho. É suposto levar o boletim de vacinas.

Só me lembrei disso hoje de manhã. Vou procurar ao sítio onde era suposto estar, e não encontro nada.

Tenho lá tudo: boletim da grávida (já lá vão 12 anos), cédula do baptizado (já lá vão os mesmos 12 anos), receitas de óculos e lentes de contacto, boletim da criança e o boletim de vacinas da minha filha, e outros papéis, mas o boletim de vacinas, nem vê-lo.

Ao almoço, vou procurar noutro sítio onde poderia estar. Encontro manuais de instruções, postais de natal, mapas, envelopes, o diploma do jardim de infãncia da minha filha, uma caixa com exames e análises feitas há séculos, e outros documentos, mas nada de boletim!

Quando não for preciso, aparece. Hoje, vou ter que ir sem ele. E explicar que, com a arrumação depois das obras de há dois anos (altura em que fui à consulta a última vez), ele evaporou-se!

E, entretanto, se não encontrar essa "agulha no palheiro" que é a quantidade de papéis, documentos e pastas lá de casa, o melhor é mesmo pedir uma 2ª via no Centro de Saúde!

Ser mulher...

 

"O Dia Internacional da Mulher, celebrado hoje, tem a sua origem nas manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho, no contexto da Segunda Revolução Industrial e da Primeira Guerra Mundial, quando ocorre a incorporação da mão-de-obra feminina, em massa, na indústria. As condições de trabalho, frequentemente perigosas, motivavam protestos por parte dos trabalhadores. Muitas manifestações ocorreram nos anos seguintes, em várias partes do mundo.

No dia 8 de Março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada em Nova Iorque, fizeram greve, reivindicando melhores condições de trabalho, tais como, a redução da carga horária, a equiparação de salários (as mulheres recebiam um terço do salário de um homem pelo mesmo tipo de trabalho) e o tratamento digno no trabalho.

A manifestação foi reprimida com violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica que foi, depois incendiada, tendo morrido carbonizadas cerca de 130 operárias.

No mesmo dia, mas na Rússia, trabalhadoras de outra fábrica de fiação manifestaram-se contra as condições de vida e trabalho e a participação do seu país na Primeira Guerra Mundial.

Nos Estado Unidos e na Europa, a luta estendia-se também ao direito de voto.

Em Dezembro de 1977 foi oficializada, pelas Nações Unidas, a data de 8 de Março como Dia Internacional da Mulher, para lembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres, e tentar acabar com o preconceito e a desvalorização das mulheres."


Mas, se é verdade que as mulheres já obtiveram grandes conquistas ao longo destes últimos 2 séculos, também é verdade que, para muitas, esta celebração não faz sentido.

Continuamos, frequentemente, a ser discriminadas, oprimidas, maltratadas... Continuamos a ser, muitas vezes, injustiçadas pelo sexo oposto.

Ser mulher, actualmente, pode significar desdobrar-mo-nos em vários papéis - mulher, mãe, esposa, dona de casa, trabalhadora - e provar que conseguimos desempenhá-los a todos.Ser mulher nem sempre é fácil. Por vezes, é até bem duro. 

Cada vez se vêem mais mulheres em cargos antigamente ocupados somente por homens. Cada vez as mulheres vão adquirindo mais direitos, outrora exclusivos do sexo masculino. Cada vez mais as mulheres conquistam poder de decisão sobre a sua vida e o seu destino. Cada vez mais se vêem mulheres a trabalhar para sustentar a família. A imagem, a força e a forma como a mulher é tratada evoluiu significativamente, de forma positiva, ao longo dos tempos. Mas ainda haverá um longo caminho para percorrer, embora haja mulheres que rejeitam piamente a política dos direitos e deveres iguais.

Eu sou mulher, e tenho orgulho nisso. Tive a sorte de nascer numa época em que as mulheres têm a vida um pouco mais facilitada, em que já podem escolher o que é melhor para si, em que já não dependem obrigatoriamente dos maridos para sobreviver.

Mas, ser mulher, implica uma luta constante, até nas mais pequenas coisas da nossa vida. Ser mulher implica coragem e determinação. Ser mulher, é sê-lo todos os dias, e não apenas hoje...