Cerca de ano e meio depois de ter sido implementada a medida dos passes sociais, que provou ser uma excelente poupança ao final de cada mês, eis que a oferta de transportes, aqui na zona, está a piorar de dia para dia, ao ponto de deixar as pessoas nas paragens, à espera do próximo, ou a ter que usar o seu próprio veículo.
Passes sociais baratos, implicam mais passageiros a querer usufruir desses transportes.
No entanto, a frota de autocarros não aumentou.
Lá uma vez por outra, vinha um segundo autocarro, em alguns horários, para fazer o "desdobramento".
A pandemia, por outro lado, veio limitar o número de passageiros, o que significa que estes não podem ter o autocarro cheio, como antigamente.
Como tal, a partir do momento em que o autocarro atinge a lotação permitida (e aqui depende muito do motorista que o leva, porque há uns que deixam entrar e outros não), quem estiver à espera, terá de continuar na paragem à espera.
Com a diferença de que não há "desdobramento". Não vem nenhum outro autocarro levar as pessoas que ficaram "penduradas" na paragem. E tão pouco haverá outro autocarro num curto espaço de tempo.
Normalmente, vêm de hora a hora.
Quem trabalha, e está a contar com o autocarro para de deslocar para o trabalho, vê-se impossibilitado de chegar a horas, sempre que não tiver lugar no autocarro que deveria apanhar. É impensável.
A alternativa será, para quem tem carro e pode, levá-lo e, com isso, gastar dinheiro em gasolina.
Ora, então, de que serve pagar um passe, se não há transporte?
De que serve poupar no passe, se depois, pra além do passe, tem que gastar em gasolina?
Enquanto a Mafrense não resolver estas situações (e outras como as do transbordo e ligação entre autocarros, em que muitas vezes os motoristas nem esperam), vai continuar a levar com reclamações constantes mas, no fundo, quem se lixa é quem precisa dos transportes e do dinheiro e, à falta dos primeiros, vê-se obrigado a gastar duplamente, o segundo.