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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

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Paranoia, na Netflix

Paranoid | Netflix Official Site

 

Uma mulher está, como tantas outras, num parque infantil, a empurrar o baloiço ao filho.

Uma outra mulher, sentada no banco do parque, aparentemente, a ler mas, ao mesmo tempo, muito atenta a tudo à sua volta, observa esta mãe e o menino.

Um homem surge, encapuzado, com um ar suspeito, e vai direito à mãe que empurra o baloiço, matando-a à facada, à frente de todos.

Um habitante dali, com um quadr de esquizofrenia é, em pouco tempo, considerado o autor do crime. Mais tarde, sem nunca o terem apanhado, também ele acaba por aparecer morto. Suicídio, talvez? Ou nem por isso?

 

Há alguém que anda a vigiar os passos da polícia.

Há alguém que anda a enviar postais misteriosos aos agentes, que apontam para um mistério maior do que aquele que parece ser.

E há alguém a fazer-se passar por detective, a falar com todas as testemunhas, e muito interessado numas folhas que a primeira vítima escreveu.

 

Paranoia começa, assim, da melhor forma para prender os espectadores.

 

Nina, uma das agentes, é uma profissional competente, prática, mas com uma vida pessoal completamente oposta. Com 38 anos, o namorado deixa-a e ela entra em crise, porque quer muito ser mãe e o prazo está a acabar. Ao mesmo tempo que corre atrás do namorado, para o convencer a dar mais uma oportunidade, convencida que o ama, atira-se ao colega, 10 anos mais novo que, por acaso, está apaixonado por ela. É uma mulher algo imatura a nível sentimental, e tudo aquilo que pensa sai-lhe pela boca sem ela querer.

 

Bobby é um agente muito marcado psicologicamente pela sua profissão, em permanente stress, frustração, raiva, como se tivesse um vulcão em permanente ebulição dentro de si. Ele quer descobrir a verdade e, para isso, está disposto a ir até ao fim, ainda que para tal, esteja constantemente a prejudicar-se e à sua saúde.

Vai caber a Bobby mostrar como uma pessoa pode, facilmente, ficar dependente de comprimidos e à forma descontraída como alguns médicos prescrevem medicação que, muitas vezes, não só não ajuda, como agrava o estado da pessoa que os ingere.

 

Alec é o mais novo dos detectives, e acaba por ver a sua vida pessoal misturada com a profissional, em diversos aspectos, não só por se envolver com uma colega, com quem trabalha diariamente, como por ter que interrogar o psiquiatra que tratava o suposto assassino, e que também foi e é amante da sua mãe.

 

Enquanto o chefe deles tenta encerrar o caso atribuíndo as culpas a Jacob, pela morte de Angela, os três percebem que há muito mais por detrás deste homicídio, e que o verdadeiro culpado anda à solta, à procura de algo, e pode fazer mais vítimas.

 

Lucy estava no local do crime.

Foi ela que pegou no filho de Angela quando o crime aconteceu.

Lucy tenta, desde o início, parecer uma mulher prestativa, solidária, simpática, que quer colaborar no que puder e ajudar Bobby com o seu problema de ataques de pânico.

Confesso que desde o início me pareceu suspeita.

 

Lançados os dados, Paranoia é uma série fácil de ver, pelo mistério, pela intriga, pelo romance.

Mas tem um final que deixa muito a desejar, com uma resposta ao enigma já várias vezes usado e, aqui, não da melhor forma, com personagens e problemáticas que poderiam ser muito mais aprofundadas e exploradas. 

 

 

Estratégias para andar de carro

 

Nunca pensei que, algum dia, teria que encontrar algumas estratégias para conseguir andar de carro de forma minimamente descontraída.

Mas é isso que eu tenho feito.

Desde que comecei a andar de carro (sempre ao lado do condutor ou atrás) e até agora, nunca me preocupei com nada. Era algo perfeitamente normal e natural.

Depois do acidente, cada vez que vamos a algum lado de carro, sinto que vou entrar num campo de batalha - a estrada - da qual não sei se sairei ilesa ou não.

Estou sempre atenta, a olhar para todos os lados, a ver se alguma bala é disparada, e de que lado virá. E o pior é que, mesmo que não venha, às vezes parece que isso vai acontecer. Pura ilusão de óptica mas, ainda assim, assusta.

Por isso, uma das minhas estratégias é levar o GPS na mão - enquanto estou entretida a ver a rota, onde temos que virar e quantos quilómetros faltam, não olho para a estrada.  A outra é, sempre que um carro vai ao nosso lado, ou a chegar-se para o nosso lado (normalmente em auto estradas), olhar em frente, para não me assustar com a tal ilusão óptica. 

Umas vezes resulta, outras nem por isso. Porque, por mais que tente, e que em determinados momentos vá distraída, a apreciar a paisagem ou a música, há sempre outros em que o meu subconsciente me impele a olhar para a estrada.

Podia fazer como quem viaja de avião: tomar alguma coisa para dormir e só acordar à chegada ao destino. Mas, e se acontecesse alguma coisa enquanto eu dormia, e eu nem desse por nada? Não, quero estar de olhos bem abertos, para o bem ou para o mal.

E é a única forma de superar o medo, e esta paranoia que me anda a dominar. Até porque o perigo pode estar em qualquer lado e em qualquer lugar. É verdade!

Mas foi na estrada que eu me deparei com ele...