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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

1 Foto, 1 Texto #11

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Lasiocampa quercus

 

Parar.

Escutar.

Observar.

Nem sempre, andando de um lado para o outro, sem rumo, ora chegando aqui, ora chegando ali, sem nunca permanecer muito tempo, conseguimos perceber o que nos rodeia.

Há que ser paciente.

Astuto.

Apurar todos os sentidos.

Compilar toda a informação.

E, só então, voar!

 

 

 

Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1Texto

"Emaranhados" da vida

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E, de repente, vemo-nos numa fase em que o caminho percorrido já foi tão longo, e os obstáculos ultrapassados, tantos, que não faz qualquer sentido voltar para trás, quando já se chegou tão longe.

Mas, por outro lado, tudo à nossa frente é um emaranhado, que não sabemos por onde começar a desbravar, para poder seguir adiante.

Até porque a nossa garra e vontade já não é a mesma de outrora. O cansaço e o desgaste vão-se fazendo sentir, e começam a levar a melhor.

Então é mais fácil, simplesmente, deixarmo-nos ficar por ali, parados, num terreno que até nos permite alguma protecção e comodidade, até que algo nos faça ganhar coragem para avançar, e continuar a abrir caminho.

Quando a meta se aproxima...

Pintar e Colorir Desenhos: Meta desenhos para colorir

 

Falta uma semana!

Uma semana para acabar o ano lectivo.

O último dos 12.

 

Os testes estão feitos.

Os trabalhos, apresentados.

O que tinha de ser feito, foi. E já não há volta a dar.

Fica só a faltar o exame nacional mas, oficialmente, as férias estão aí à porta.

 

Então, e como correu este último período?

A mim pareceu-me que, depois de dois anos de malabarismos por conta da pandemia, este último ano acabou por ser um pouco mais normal mas, neste terceiro período, senti que a maior parte dos estudantes, incluindo a minha filha, já estavam demasiado desmotivados para aquele derradeiro esforço.

 

Há quem, com o aproximar da meta, ganhe um novo ânimo e acelere na recta final, com entusiasmo, para chegar lá o mais rapidamente possível e acabar a prova bem classificado.

E há quem, ao vê-la, sinta todo o cansaço acumulado a abater-se sobre si, e perca as poucas forças que ainda lhe sobram, fazendo aqueles últimos metros quase a arrastar-se, já pouco querendo saber se chega em primeiro, quinto ou décimo, mas apenas que chegue, que corte a meta, e consiga o desejado apuramento.

 

O da minha filha, mal ou bem, está garantido.

A missão foi cumprida. 

O percurso foi concluído no tempo regulamentar.

E está de parabéns!

 

 

 

 

É o mundo que está perdido, ou nós que nos perdemos nele?

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O mundo está louco. Virado do avesso.

Ou, então, somos nós, que vamos enlouquecendo, com tudo aquilo com que nos deparamos à nossa volta.

O mundo está perdido. Sem rumo.

Ou, então, somos nós que estamos perdidos, nesse rumo para onde nos arrastam, sem que o tenhamos escolhido.

Muitas vezes, a vida atira-nos para o “olho do furacão”, para o meio da tempestade.

Prende-nos na “montanha-russa”, e faz-nos andar em velocidades e perigos vertiginosos, sem opção.

Ou, então, obriga-nos a assistir a um “filme de terror”, no qual não temos como intervir para salvar aquelas personagens que estão a vivê-lo.

Muitas vezes, só queremos que pare. Que acabe. Que chegue ao fim, e nos seja possível libertar, fugir para bem longe.

Só queremos que a maré nos arraste até à areia, onde não haverá mais perigo.

Refugiar no nosso porto de abrigo, onde nos sentimos seguros. Na nossa bolha protectora.

Onde o sol ainda brilha.

Onde a sanidade ainda prevalece.

Onde a paz ainda é a constante...

A subida

Pode ser uma imagem de natureza, céu e lusco fusco

 

"Parar é morrer", dizem.

Mas, por vezes, para não morrer, é preciso parar.

 

Naquela subida, que parecia não ter fim, ela subia, insistia, passo a passo, sem parar, ainda que todas as forças lhe estivessem a fugir pelo corpo porque sabia que, se parasse, por um minuto que fosse, já não conseguiria continuar.
 
No início, movia-a a coragem, a determinação, a força.
Depois, a perseverança. 
E, à medida que ia subindo, a obstinação. A vontade de superar o desafio.
Que logo se transformou em teimosia. Em sobresforço, contraprodutivo.
Uma espécie de testagem dos limites, que já há muito acusavam estar a ser ignorados.
 
Mas, depois, deu-se por vencida. Parou. Sentou-se, esgotada.
Ali permaneceu, por bastante tempo.
Acreditava mesmo que, dali, já não conseguiria sair.
Que tudo tinha sido em vão.
 
Ainda assim, restava-lhe uma centelha de orgulho. De dignidade. 
Algo a impelia fazer uma derradeira tentativa. Porque há coisas que não devem ficar a meio. E seria mais fácil chegar ao destino, do que retornar ao ponto de partida.
 
Quando se tentou pôr de pé, ficou surpreendida.
As dores já não se faziam sentir tanto. Já não se sentia tão cansada.
Não faltava assim tanto para alcançar o topo. Não custava tentar.
 
Motivada e esperançosa, retornou à subida, acabando por alcançar o objectivo a que se tinha proposto.
E assim, depois de vencida, acabou vencedora.
Mas como saber se as subidas que iniciamos têm uma meta ou se, pelo contrário, são eternas e infinitas? 
 
Na verdade, não sabemos.
Mas, se não acreditarmos que elas nos levam a algum lado, de que nos servirá subi-las?
Se não existir topo, de que adianta escalar?
 
 
 
Inspirado neste texto!