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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

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Mafrense: de que adianta ter um passe, se não há transporte?!

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Cerca de ano e meio depois de ter sido implementada a medida dos passes sociais, que provou ser uma excelente poupança ao final de cada mês, eis que a oferta de transportes, aqui na zona, está a piorar de dia para dia, ao ponto de deixar as pessoas nas paragens, à espera do próximo, ou a ter que usar o seu próprio veículo.

 

Passes sociais baratos, implicam mais passageiros a querer usufruir desses transportes.

No entanto, a frota de autocarros não aumentou. 

Lá uma vez por outra, vinha um segundo autocarro, em alguns horários, para fazer o "desdobramento".

 

A pandemia, por outro lado, veio limitar o número de passageiros, o que significa que estes não podem ter o autocarro cheio, como antigamente.

Como tal, a partir do momento em que o autocarro atinge a lotação permitida (e aqui depende muito do motorista que o leva, porque há uns que deixam entrar e outros não), quem estiver à espera, terá de continuar na paragem à espera.

Com a diferença de que não há "desdobramento". Não vem nenhum outro autocarro levar as pessoas que ficaram "penduradas" na paragem. E tão pouco haverá outro autocarro num curto espaço de tempo.

Normalmente, vêm de hora a hora.

 

Quem trabalha, e está a contar com o autocarro para de deslocar para o trabalho, vê-se impossibilitado de chegar a horas, sempre que não tiver lugar no autocarro que deveria apanhar. É impensável.

A alternativa será, para quem tem carro e pode, levá-lo e, com isso, gastar dinheiro em gasolina.

Ora, então, de que serve pagar um passe, se não há transporte?

De que serve poupar no passe, se depois, pra além do passe, tem que gastar em gasolina?

 

Enquanto a Mafrense não resolver estas situações (e outras como as do transbordo e ligação entre autocarros, em que muitas vezes os motoristas nem esperam), vai continuar a levar com reclamações constantes mas, no fundo, quem se lixa é quem precisa dos transportes e do dinheiro e, à falta dos primeiros, vê-se obrigado a gastar duplamente, o segundo.

Cinco meses depois: os "contras" dos novos passes sociais

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Em Portugal, quase todas as medidas têm por hábito ser levadas a cabo ou concretizadas apenas pela metade.

E a dos novos passes, que chegou em Abril passado, não é excepção.

 

 

É certo que as vantagens são, a nível financeiro, compensadoras.

E que já todos sabíamos que a medida iria levar a que muitos optassem por utilizar os transportes públicos, antecipando a desvantagem de os mesmos irem ainda mais cheios que o habitual.

Supõe-se que parte do financiamento seria para cobrir a redução no valor dos passes e, a restante, para o aumento da frota.

 

 

Cinco meses depois, não me parece que exista uma maior oferta a nível de horários, e veículos de transporte.

Pior, e referindo-me aos autocarros aqui da zona, não me parece haver uma gestão de passageiros/ transportes, nem uma resolução eficaz, que faça os passageiros continuarem a preferir o autocarro, ao carro pessoal.

 

 

Uma das questões que se colocam é, por exemplo, a gestão dos passageiros quando o autocarro circula na autoestrada.

Sabemos que, à partida, os transportes são feitos para as pessoas irem sentadas, e é esse o suposto número de passageiros que deve levar.

Na prática, levam muito mais pessoas, muitas vezes em pé. Até que ponto o podem fazer, não sei. Mas que o fazem há anos, fazem.

 

 

Durante as minhas férias, o autocarro ia a abarrotar numa das vezes que o apanhámos para a Ericeira, e uma outra vez, de lá para cá.

Só houve uma vez em que me pareceu que colocaram um segundo autocarro a fazer o mesmo percurso, no mesmo horário, até Mafra.

Acabamos por ter sorte porque Mafra é um ponto onde sai muita gente até à nossa paragem, antes de, depois, entrarem outros tantos com destino à praia. E na Ericeira, há muitos anos que vamos apanhar o autocarro ao terminal, para termos lugar sentado.

 

 

Mas a grande questão que tenho colocado, por aquilo que o meu marido, que vai diariamente para Lisboa, me conta é o procedimento a ter quando o autocarro está prestes a entrar na autoestrada.

Até à última paragem pela estrada nacional, os passageiros vão sendo recolhidos, mesmo que não tenham lugar.

No entanto, nessa última paragem, se o autocarro estiver cheio, não entra mais ninguém porque, na autoestrada, de acordo com os motoristas, não podem levar ninguém de pé.

Portanto, os passageiros são obrigados a esperar pelo próximo autocarro o que, por norma, significa esperar quase uma hora.

E quem estiver no autocarro, de pé? É convidado a sair e esperar também pelo próximo?

E se o próximo também estiver cheio, e não puder levá-los?

Até que ponto a empresa disponibiliza um autocarro propositadamente para levar aqueles passageiros?

E quem tenha que cumprir horários, como faz?

 

 

Não estava já na hora de se pensar em servir e satisfazer melhor as necessidades dos passageiros, face a esta nova medida?

De que adianta pagar menos por um passe, se depois as pessoas lhes virem ser descontado, no ordenado, os atrasos ou faltas por culpa dos transportes?