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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Por onde anda o meu "outro eu"'?

Le relazioni sono lo specchio in cui ci vediamo

 

Por onde anda o meu "outro eu"?

Aquele que, um dia, fui e que, hoje, não consigo vislumbrar?

 

Foram tantas as capas que lhe vesti 

Tantas as peles com que o revesti

Para o resguardar

Para o fortalecer

Para enfrentar o que viesse pela frente

 

E, agora, quase não o reconheço

Parece distante

Muito distante

 

Tento rasgar cada uma das capas

Tento arrancar cada uma das peles

Na esperança de o voltar a reencontrar

Mas descubro que, por baixo de cada uma, continuo a ser "este eu" 

Só existe "este eu"

 

Então, por onde anda o meu "outro eu"?

Porque sinto amarras que me impedem de o procurar?

Porque sinto uma névoa, que me impede de o redescobrir?

Porque sinto forças, que me impedem de alcançá-lo?

 

Sinto falta do "outro eu"

Aquele mais livre, mais leve

Aquele mais descontraído, mais divertido

Aquele mais romântico

Aquele mais aventureiro

Aquele mais disponível

Aquele mais jovem

 

Em lugar dele, encontro "este eu".

 

Ou, talvez, não exista "este eu", e "outro eu".

Exista apenas o "eu".

O "eu" que evoluiu

Que se transformou

Que amadureceu, com o tempo

Que guarda características de outrora, e lhe junta outras de agora

 

Quem sabe, aceitando "este eu", venha à tona o "outro eu", e se fundam num só...

 

 

Histórias Soltas #23: O sinal

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Dizem que más notícias, quanto mais tarde vierem, melhor.

Ela não sabia se era bem assim.

Na verdade, ela nem sequer sabia se eram más notícias, as que viriam.

 

Nunca se preocupou muito com isso.

Quando surgiu, há cerca de dois anos, acreditou que era mais um sinal, que estaria a nascer.

Mais um para a colecção.

Para se juntar aos outros que, constantemente, vão surgindo.

Ano após ano.

 

Nas estações mais frescas, com a quantidade de roupa que vestia, nem sequer se lembrava daquilo.

Só voltava a dar por isso, no verão.

Quando ficava exposto.

Quando começava a provocar prurido.

Mas logo o verão passava, e se esquecia novamente da sua existência.

 

Até que, chegada uma nova primavera, olhou para aquela mancha estranha com outros olhos.

Que raio seria aquilo?

Estava a dar-lhe uma comichão louca e, sem conseguir evitar coçar, já estava a fazer ferida.

Para evitar mais esse problema, andou a pôr umas pomadas, que ajudaram.

 

Marcou uma consulta de dermatologia.

Começou a lembrar-se de todos os escaldões que tinha apanhado há muitos anos. E das consequências que, agora, eles poderiam trazer.

Mais valia averiguar, e descartar o pior.

 

Como ainda faltava mais de um mês, tirou umas fotografias, e partilhou num grupo dessa área, para ver o que diziam.

A resposta que lhe deram foi de que, pelas fotografias, não parecia ter sinais de malignidade. Parecia ser só um nevus plano que irrita ao contacto com a roupa, e por isso o eritema, escamação e comichão.

No entanto, foi aconselhada a fazer uma consulta presencial com um dermatologista, que iria usar outros meios para um diagnóstico mais correto.

 

Restava, então, esperar pela consulta.

E tinha, finalmente, chegado o dia.

 

Mas foi adiada.

Mais um mês.

 

Pode ser um sinal, de que não é caso para preocupação.

Mais um verão, e umas férias, para aproveitar o sol e a praia.

A mancha está melhor.

Se calhar até faz bem.

 

Seja como for, não há nada a fazer, a não ser esperar pela nova data.

Boas ou más notícias, só então se saberão...

 

 

 

Existe idade certa para começar a fazer a depilação

 

Sortudas as mulheres que foram favorecidas pela mãe natureza, e nunca tiveram que se preocupar com a depilação.

As restantes, têm que enfrentar este problema dos pelos, a melhor forma de os tirar sem dor, os produtos mais eficazes, os que têm um efeito mais prolongado, os que se adequam mais à sua pele, e outras preocupações associadas à depilação.

Mas a principal pergunta é: com que idade podemos começar a fazer a depilação? Existe uma idade certa? 

Com a puberdade, há uma transformação completa do corpo das crianças e pré adolescentes. Também nessa altura, começam a preocupar-se mais com a sua aparência e, como não podia deixar de ser, com os tão indesejados pelos! Podem surgir os complexos, a vergonha, o ter que andar tapado para não se ver. Se forem poucos, há quem aconselhe a descoloração. Mas, para pernas (e outras partes do corpo) sem pelos, a única solução é mesmo a depilação!

E se, um dia destes, a vossa filha vos disser que quer começar a fazer a depilação?!

Alguns médicos acreditam que a idade ideal para se começar é entre os 10 e os 13 anos. Outros, preferem aguardar pela primeira menstruação, que normalmente também é por volta desta idade.

No entanto, estão de acordo ao afirmar que, quanto mais precoce for o contacto com substãncias químicas, maior a possibilidade de desenvolver alergias e sensibilizações. Isto porque a pele das crianças é mais fina e sensível devendo o uso de ceras, cremes depilatórios e lãminas (entre outros) ser evitado ao máximo.

Convém ainda relembrar que devem utilizar materiais descartáveis e, no caso da cera, a temperatura não pode ser muito alta, sob pena de queimaduras.

Na momento em que as nossas filhas querem iniciar a depilação, é uma questão de experimentar diferentes métodos e ver com qual deles elas se dão melhor. E, de preferência, nos primeiros tempos, fazer apenas quando se mostrar mesmo necessário.

 

 

Solidariedade que vem de dentro, e se sente por fora!

"Solidariedade é um acto de bondade com o próximo, ou um sentimento, uma união de simpatias, interesses ou propósitos"

 

Se há solidariedade e pessoas solidárias neste mundo, este é um exemplo disso.

Sim, existem muitas formas diferentes de mostrar que somos solidários. E cada um escolhe aquela que mais se adequa à sua maneira de ser e de estar na vida.

Ainda há pouco tempo, assistimos a diversas manifestações de solidariedade para com as vítimas, e sobreviventes, do ataque ao Charlie Hebdo, um pouco por todo o mundo.

Quer através de junção de multidões, marchas, da arte nas suas variadas formas, de um simples texto num blog ou numa rede social, foi enorme o apoio a esta luta pela liberdade de expressão. Não que se pudesse com isso fazer alguma coisa pelas vítimas, ou proteger que cá ficou, mas pelo facto de que não aceitamos que em pleno século XXI e em países onde prezamos e usufruimos da liberdade de expressão conquistada com muita luta, haja ataques como este.

Mas, não condenando essas mesmas formas de demonstrar apoio e solidariedade, não posso deixar de enaltecer e destacar esta que, a meu ver, e a ser concretizada, é um verdadeiro acto de bondade para com alguém que não devia ter sido condenado, nem sujeito a tão dura pena.

Sim, refiro-me a Raif Badawi, condenado a ser chicoteado 1.000 vezes por insultar o islão no seu blogue. E aos sete membros da Comissão Americana para a Liberdade Religiosa Internacional, que se oferecem para receber 100 chicotadas cada um, no lugar dele.

Homens e mulheres, conservadores e liberais, cristãos e muçulmanos, todos defendem o mesmo princípio: 

"A compaixão, uma virtude sublinhada no islão bem como no cristianismo e no judaísmo e outras fés, é definida como sofrer com o próximo. Somos pessoas de credos diferentes, mas estamos unidos pelo sentido de obrigação de condenar e resistir à injustiça e, se for necessário, sofrer com as suas vítimas. Preferimos partilhar da sua vitimização do que ficar parados a vê-lo sofrer esta cruel tortura".

 

Posto isto, que mais se pode dizer? É a solidariedade que vem de dentro, e se sente por fora, na própria pele, atenuando e partilhando a dor do próximo!

Púrpura de Henoch Schönlein

 

Para todas as pessoas que, tal como eu, nunca tinham ouvido falar em tal doença, aqui fica a descrição sumária.

Também conhecida por púrpura alérgica, consiste na inflamação dos vasos sanguíneos e ocorre, principalmente, em crianças jovens.

Os sintomas mais comuns são as hemorragias na pele, dores nas articulações e dor abdominal podendo, em alguns casos, afectar os rins.

A grande maioria dos casos, como o da minha filha (até ver), não necessitam de tratamento além do controle dos sintomas (medição regular da tensão arterial e observação da urina), paracetamol para as dores, dieta hipoalergénica, e repouso absoluto.

É uma doença que se resolve por si, num período de tempo, normalmente, nunca superior a um mês.

Não se sabe a causa, embora possa ocorrer após algumas infecções virais e bacterianas ou como reacção a algum medicamento, e está relacionada com a produção, por parte das nossas defesas, de anticorpos contra os vasos sanguíneos.

A pele é sempre atingida. As pintas vermelhas iniciais vão-se juntando e formam conglomerados de cor púrpura, mais comuns a nível dos membros inferiores, embora possam surgir, como à minha filha, nos superiores (mãos, pulsos, cotovelos). As articulações mais afectadas são também as dos membros inferiores - anca, joelho, tornozelo, podendo também surgir nas mãos e pés.

No caso da Inês, ela apresentava os dois pés inchados, e as pernas também.

Em situações normais, não é uma doença grave nem contagiosa, apesar do seu nome pomposo, e é mais comum do que possamos imaginar.