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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Quando duas peças parecem não encaixar

(A propósito do Dia Mundial do Puzzle)

Puzzle grande com fotografia

É fácil dizer "se tentarmos, se fizermos um esforço, se nos decidarmos a isso, se realmente for isso que queremos, conseguimos".

Não é bem assim.

Simplesmente, há peças que encaixam, e outras que não.

Tentar encaixar duas peças de um puzzle, que já percebemos que não podem ser encaixadas, é negar o evidente, e ignorar o óbvio.  

Claro que podemos insistir. Forçar. Mas de que adianta? Elas continuarão sem encaixar. Com sorte, ainda acabam por ficar danificadas.

Ou, então, podemos sempre tentar moldá-las para que se ajustem. Tirar um bocadinho daqui. Acrescentar um bocadinho dali.

Mas, para quê? Por pura teimosia?

As peças deixam de ser o que são, perdem uma parte de si, ganham outra que não faz parte de si, só para se encaixarem?

E, ainda que encaixando, será que farão sentido? 

Então, talvez se deva, em vez de insistir em encaixar duas peças que, simplesmente, por mais que se tente, não encaixam, procurar a peça certa.

Porque ela estará algures por aí. Pode é demorar mais tempo a encontrá-la.

 

Perder o controlo...

O que é Ilusão e o que é Real.jpg

 

Por vezes, acontece.

Numa questão de segundos.

 

Estamos a nadar e, de repente, ficamos sem pé.

Estamos a segurar o volante mas, repentinamente, a nossa mão larga-o.

Estamos a tentar mantermo-nos acordados mas, subitamente, os olhos fecham.

Estamos a agarrar as rédeas mas, inesperadamente, elas soltam-se.

 

Acreditamos que temos tudo controlado. E até tínhamos.

Mas, do nada, perdemos o controlo.

 

Nesse momento, o pânico invade-nos.

Queremos, rapidamente, recuperar o controlo.

No entanto, com a mesma rapidez com que o queremos recuperar, o mais certo será perdê-lo definitivamente.

Como quem esbraceja para se manter à tona, cansando-se, e acabando por se afogar.

 

Por isso, por vezes, a melhor forma de recuperar o controlo é, primeiramente, manter a calma.

Observar.

E, só então, agir.

De forma precisa, e certeira...

 

 

 

 

 

 

"Se Os Gatos Desaparecessem do Mundo", de Genki Kawamura

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Depois de ler este livro, devo confessar que um outro, que tinha na minha lista de desejos para comprar, sobre gatos, foi de lá retirado a alta velocidade.

Chega de decepções!

 

O anterior, "Memórias de Um Gato Viajante", já não me tinha enchido as medidas mas, supostamente, este era melhor, e mais emotivo.

Não foi!

Foi uma seca.

Uma história básica que pouco tem a ver com gatos. Que pouco tem a ver com o sentido da vida. 

É uma reflexão fraquinha sobre aquilo de que realmente precisamos, e o que não nos faz falta. Sobre o que os outros precisam, ou não. Sobre a nossa importância neste imenso mundo, e as consequências dos nossos actos.

 

É dito ao longo da história que, para alguém ganhar, outro alguém tem que perder. E que, para nós ganharmos algo, temos que perder algo.

Pois eu diria que, para ganhar este livro, alguém perdeu dinheiro.

E, para o ler, perdi o meu tempo.

Mas ganhei a noção de que não me posso voltar a deixar enganar por este tipo de histórias!

 

A sério?!

Um gato que, às tantas, fala linguagem humana de há séculos atrás?!

Um Diabo que não sei se veste Prada, mas usa roupas extravagantes, tem sentido de humor e faz acordos com Deus?!

Uma ex-namorada que ainda guarda uma carta da falecida mãe do ex-namorado, para um dia lhe entregar, quando, e se, ele a procurasse?!

Enfim...

Só posso dizer: não percam o vosso tempo!

 

 

SINOPSE
 

"Tão belo quanto comovente, este é um romance sobre a perda e sobre o quão importante é estarmos próximos e presentes na vida de quem amamos. Em pleno século XXI, o que importa realmente na vida?
Os dias do jovem carteiro estão contados. Afastado da família, vive sozinho e tem por companhia o seu gato Repolho. Nada o preparou para a notícia que acaba de receber: o médico diz-lhe que tem apenas alguns meses de vida. Mesmo antes de começar a escrever a lista de coisas que tem de fazer antes de morrer, o Diabo aparece para lhe propor um trato: se ele fizer desaparecer apenas uma coisa do mundo, ganha um dia de vida. Assim começa uma estranhíssima semana…
Pensemos: como podemos escolher o que conta realmente na nossa vida?
Como separamos as coisas sem as quais viveríamos daquelas de que mais gostamos?
Perante a oferta do Diabo, o protagonista desta história e o seu adorado gato são levados até aos limites da escolha, da aceitação e da reconciliação.
Um romance-fábula sobre um homem e a sua luta para descobrir o que realmente importa na vida."

Quando não há nada a perder, nada há a temer

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Por vezes, é bom. Outras, nem tanto.

Por vezes, é coragem. Outras, loucura.

Por vezes, é luta. Outras, resignação.

Por vezes, é desafio. Outras, desespero.

Por vezes, é vitória. Outras, derrota.

Por vezes, é ilusão. Outras, a verdade nua e crua.

Por vezes, é o início. Outras, o fim da linha.

A importância de nos focarmos naquilo que ganhamos

(e não naquilo que perdemos)

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Ao longo da vida, vamos ganhando e perdendo.

Faz parte.

Não podemos ganhar tudo. Não podemos ganhar sempre.

 

Mas o que é, para nós, ganhar?

Será obter aquilo que nos espera no final? Na meta?

Será a concretização do objectivo?

Será a "taça"? A "medalha"?

 

Quem o consegue, até pode ganhar alguma coisa, mas não é o único vencedor. Nem é a única coisa que vence.

Também aqueles que não conseguem chegar ao final, conquistar o "prémio", concretizar o objectivo, e ficam pelo caminho, podem ser vencedores. E, por vezes, ganham até mais. Não aquilo que esperavam, ou pelo qual lutavam, mas outras tantas coisas, inesperadas, mas bem vindas.

Porque há muito que se vai ganhando pelo caminho. 

Ainda que continuemos a pensar naquilo que perdemos.

 

O que é um erro.

O importante não é focarmo-nos naquilo que perdemos, mas antes naquilo que já ganhámos, e podemos vir a ganhar.

Não importa o que foi, o que podia ter sido, o que deixou de ser.

Importa o que é, e pode ainda vir a ser, e isso só depende de nós.