"Perfil Falso", na Netflix
Esta série poderia ser sobre o típico homem (também há muitas mulheres a fazê-lo) que cria um perfil falso para andar a viver aventuras com várias mulheres, enganando-as.
Mas agora, olhando para trás, a premissa do perfil falso foi só mesmo isso: uma premissa. Que acaba por ser relegada para segundo plano.
Porque, em primeiro plano, está toda uma conspiração, cujos motivos não me convenceram muito.
Camila é uma dançarina num clube de Las Vegas.
Através de uma app, ela conhece Fernando, com quem acaba por viver um romance ao longo de 4 meses, com muitas viagens (e ausência) dele pelo meio.
Um dia, decide fazer uma surpresa e aparece em Cartagena, onde Fernando trabalha e vive.
E fica a saber que o homem que conhece como Fernando é, na verdade, Miguel, e está a usar um perfil falso, com imagens do verdadeiro Fernando.
Após saber a verdade, Camila poderia, simplesmente, ter voltado para Las Vegas e posto um ponto final naquela história.
No entanto, ela passa a viver no mesmo condomínio luxuoso de Miguel, como vizinha, dando início a uma série de acontecimentos que podem não acabar da melhor forma.
Miguel é casado, tem dois filhos, e uma boa vida. E agora pode ver tudo desmoronar com a presença de Camila, a quem não consegue resistir.
Paralelamente, temos a história de Adrian, cunhado de Miguel, que vive um relacionamento de 5 anos com Cristóbal, de quem está noivo, mas também esta relação será posta à prova, com a presença constante de Inti, funcionário no restaurante de Adrian.
E, depois, temos Pedro, pai de Adrian e de Ángela, sogro de Miguel, que está disposto a tudo para ver os seus "genros" pelas costas.
"Perfil Falso" poderia ser uma boa série, mas acaba transformada, parte dela, numa espécie de filme pornográfico, catalogando os homossexuais como promíscuos, e outra parte, numa trama pouco convincente, com um enredo algo forçado, e meio repetitiva.
Vê-se, entretém, deixa no ar a possibilidade de uma segunda temporada, mas esperava mais.