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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Coincidências literárias

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Há pouco tempo, estava eu a escrever sobre um livro que tinha lido, e esqueci-me do nome de uma das personagens.

Sabia que começava por "E", mas vinham tantos nomes à mente, menos o que era.

Tive mesmo que ir ver ao livro como é que a dita cuja se chamava. 

 

Um ou dois dias depois, pego num novo livro para ler e, qual não é o meu espanto, quando percebo que a personagem deste livro tem, precisamente, o nome igual àquele que eu não me lembrava!

Acabei de ver a quarta temporada de La Casa de Papel e...

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... que venha já o desfecho deste assalto ao Banco de Espanha porque duas temporadas à volta do mesmo, já começam a cansar, quanto mais três!

Se é para haver mais temporadas, que seja com novos planos, novos assaltos, novos recomeços, novas vidas, novas oportunidades.

 

Não é que esta temporada não tenha sido excelente, tal como as anteriores. Porque foi.

Todos eles começaram "na mó de baixo", desesperados, desnorteados, desestabilizados, desgastados, sem capacidade para pensar no que quer que fosse, com os nervos, a pressão, o fracasso, a derrota e a polícia a levarem a melhor.

Mas, uma vez "Professor", para sempre "Professor" e, com um empurrão daqui e outro dali, volta a surgir a motivação, volta a surgir a vontade de vencer a guerra, volta o raciocínio e a lógica, volta o brilhantismo e a genialidade a que já nos habituou, para tentar voltar a unir, e reunir, o grupo, e retirá-los do Banco de Espanha com vida.

Algo que, como já sabemos, não será possível para Nairobi.

 

É uma temporada que traz muitas surpresas, reviravoltas, emoções.

E se nós, público, mal ou bem, vamos conseguindo gerir ou deixar fluir estas últimas, para quem está  naquela situação, a empreender um plano daqueles e gerir um assalto, ao mesmo tempo que se deixa levar pelas emoções, é muito mais complicado.

Pode ser, como se costuma dizer "a morte do artista". Pode deitar tudo a perder. Pode levar a não ter a lucidez e a frieza necessária, ou a calma e compreensão que são exigidas.

 

Relativamente às personagens, tendo visto, pelo meio, a Zulema de Vis a Vis, é difícil não compará-la a Alicia Sierra porque, à excepção de uma gravidez e um penteado diferente, ambas são muito parecidas.

E adorei vê-la nas cenas finais de La Casa de Papel, sobretudo, quando despe a pele de inspectora, e passa a foragida, mas ainda com trunfos na manga.

 

Quanto ao Arturo, adorava que o governador o pusesse de uma vez nos eixos. É tão fácil odiar esta personagem que nos enoja, revolta, irrita, mexe com o sistema nervoso, que acho que qualquer um de nós, se pudesse, já o tinha posto fora de cena, se pudesse.

E foi tão bem merecida aquela raiva animalesca do Denver!

 

Destaco ainda a caricata turma de mineiros que chega quase no final da temporada, para dar seguimento ao plano Paris. Tal como o infiltrado Juanito.

 

E, como não poderia deixar de ser, a personagem Marselha que, nesta temporada, esteve sempre lá, onde era preciso, para tentar de todas as formas salvar o que restava do plano junto com o Professor, e voltar a pôr tudo nos eixos, enfrentando touros ou até uma dificuldade linguística, logo ele que fala uma dúzia de línguas!

 

O último episódio mostra que ainda há muito a fazer, deixa muitas situações em aberto e, sobretudo, a cena final, pode originar vários cenários na próxima temporada.

Por isso, vamos lá acabar com o assalto de uma vez por todas.

Por mim, pelo público, por eles e, acima de tudo, pela Nairobi!

O único reality show em Portugal que conseguiu ser genuíno

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Ou, pelo menos, tentou sê-lo.

Falo, como não poderia deixar de ser, da primeira edição do Big Brother!

 

Era o primeiro em Portugal.

A produção não sabia se o formato funcionaria por cá, e a estação não fazia ideia da aceitação e audiências que poderia ter.

Os concorrentes não sabiam muito bem ao que iam, nem como seria estarem fechados tanto tempo numa casa.

E o resultado foi o que se viu: um sucesso, com concorrentes que marcaram, quer pela positiva, quer pela negativa, e dos quais ainda hoje nos lembramos.

De certa forma, também eles não tinham filtros. Pareciam mais genuínos. Com as emoções à flor da pele. A sentir cada momento, stress, diversão, pressão, saudade, inimizades, num único espaço.

 

Desde então, se repararmos, todos os seus sucessores, através desta primeira experiência, cujos concorrentes acabaram por servir de cobaia, começaram a parecer, cada vez mais, um produto pré fabricado.

Um produto que foi sendo limado aqui e ali, para ver como poderia aumentar as audiências, causar polémica, ser falado.

Um produto que vem com guiões, para personagens específicos que, quanto mais problemáticos, chocantes ou alucinados, melhor, para que encaixem na perfeição.

 

Hoje, olhamos para os actuais reality shows, e começamos a acreditar que aquelas pessoas que ali surgem, na sua vida privada, não serão as mesmas que nos entram pelo ecrã. Que, aquelas que nos chegam estão, simplesmente, a desempenhar um papel que lhes foi atribuído naquela história. 

 

A diferença dos reality shows, para uma qualquer telenovela ou série é que, enquanto os atores, mesmo desempenhando o papel de vilões, vêem as personagens diferenciadas da pessoa que são, e continuam a ter o carinho do público, os concorrentes, são vistos como um só, e ficam, muitas vezes, com a imagem denegrida, e sujeitos a todo o tipo de comentários indesejados.

Enquanto os atores são vistos como pessoas que estão ali a trabalhar, na profissão que escolheram, os concorrentes são vistos como "os parasitas", que não querem trabalhar e se sujeitam a tudo, para ganhar dinheiro e fama.

Ao género "não importa se falam bem ou mal, desde que falem".

 

E não me venham falar de experiências sociais, porque a única coisa que ali estar a ser testada é, até que ponto, vale toda a exposição, polémica, atrito, conflito, pressão, para garantir boas audiências.

E até que ponto os concorrentes se deixam "vender", sofrendo muitas vezes nas mãos das produtoras desses formatos, nomeadamente, com chantagens, obrigações, diria até, alguma violência psicológica, para aparecerem na televisão.

 

Experimentem, um dia destes, voltar às origens.

Deixar os concorrentes serem eles próprios, e agirem de acordo com a sua personalidade.

Perceber até que ponto querem participar em algo, que só lhes garantirá um salário equivalente ao que receberiam, se estivessem a trabalhar.

Deixar por conta da prestação destes, e do público, o nível das audiências.

Poderia até nem resultar. Mas, para quem está deste lado, seria muito mais credível e interessante. 

 

 

Está a chegar o final de Absentia...

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... e vai deixar saudades!

A segunda temporada está, sem dúvida alguma, muito melhor do que a primeira.

Com mais ritmo, mais mistério, mais acção, mais surpresas.

Deixámos aquela primeira temporada morta, em que quase adormecíamos a cada episódio, só despertando nos episódios finais, para entrar numa nova temporada que nos consegue manter alerta e intrigados.

Apesar de relacionadas, já que os acontecimentos que estão a ser vividos agora estão, de várias formas, ligados ao que aconteceu, no passado, com a Emily, estes novos episódios trouxeram uma lufada de ar fresco à série e foi, sem dúvida, uma aposta ganha da Stana Katic.

 

 

Em relação às personagens, temos uma Emily ainda mais dura, com a mesma determinação e instintos de sempre, mas ainda muito traumatizada com o que passou ao longo dos seis anos anteriores, com esse trauma a manifestar-se, muitas vezes, de forma descontrolada. 

A principal preocupação de Emily é voltar a ter uma relação com o filho, Flynn que, a determinado momento, poderá voltar a estar em perigo.

 

O Jack, irmão da Emily, tenta refazer a sua vida, voltando ao trabalho, agora como paramédico. E gera-se um conflito entre aquele que é o seu dever enquanto médido que um dia foi, os conhecimentos que tem como cirurgião e que podem fazer a diferença entre salvar ou deixar morrer uma vítima, e aquilo que, enquanto paramédico, lhe é permitido fazer.

A certa altura, ele salva a vida de uma pessoa, devido à sua intervenção atempada e precisa. Mas, quando pensa que o chefe o vai reconhecer e, quem sabe, promover, é supreendido com uma reprimenda e o aviso de que, se voltar a repetir, é despedido.

Isto gera uma enorme frustração nele, que vai ser atenuada com um novo romance.

 

Até a Alice deixa de ser a boa samaritana, compreensiva, esposa devotada. 

Após o aborto e sem qualquer apoio de Nick, ela vai virar as suas atenções para a sua própria realização pessoal, e envolver-se com outro homem, aquele que, provavelmente, seria o último com quem deveria ter uma relação.

 

Já Nick, continua com aquele papel enfadonho, frustrado no campo profissional e pessoal. 

 

A grande supresa para mim é a personagem Cal Isaac, que vai formar dupla com Emily, de volta ao FBI, na descoberta da verdade, e resolução do caso, sendo o único apoio que ela tem, a todos os níveis, sobretudo depois da morte do amante Tommy Gibbs.

 

 

Sobre a história, começamos com um atentado, passamos para uma série de assassinatos aparentemente relacionados, e com ligação ao atentado. Entre as vítimas dos homicídios, a mãe biológica de Emily.

Na família, enquanto o pai de Emily sofre um enfarto, Flynn faz terapia e o casamento de Nick e Alice desmorona-se.

Emily continua a debater-se com as memórias do passado, que podem ser a chave para o presente, sobetudo quando começam a surgir caras e nomes familiares.

Quem estará por detrás de tudo isto?

 

 

O último episódio é já na próxima terça-feira, e não faço a mínima ideia de como irá terminar a história.

Mas, assim numa reviravolta inesperada, gostava que fosse a Alice a grande vilã!

 

 

Alguém por aí acompanha a série?

Estão a gostar?

E palpites para o grande final, há?

Depois d' "A Rede"...

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... acho que vamos andar todos desconfiados sobre aquelas pessoas que temos adicionadas no facebook, e que não conhecemos pessoalmente!

Não se vá dar o caso de ser um perfil falso, uma personagem inventada, uma pessoa fictícia.

 

 

A verdade é que, quando nos inscrevemos e utilizamos este tipo de redes sociais, sabemos os riscos e perigos que corremos, sabemos que nem tudo o que por lá se vê é verdade, que cada um diz e coloca lá o que mais lhe convém, e que há muito boa gente que faz, de enganar e manipular os outros, o seu modo de vida, sobretudo se conseguir lucrar alguma coisa com isso.

E se não sabemos, é porque somos mesmo muito ingénuos, ao ponto de acreditar em tudo o que vemos, sem desconfiar, sem duvidar.

 

 

Claro que, apesar de tudo isso, não estamos livres de sermos apanhados no meio de uma rede como esta, de que fala a reportagem de Conceição Lino.

A forma como é engendrada, de forma a que tudo pareça real e credível, torna mais difícil desconfiar de que algo não bate certo, até porque, por um lado, temos tendência a acreditar que ninguém tem necessidade de estar a enganar os outros e, por outro, temos tendência a solidarizar com as desgraças alheias e a criar empatia por quem por elas passa.

 

 

Hoje será transmitida a terceira e última parte desta reportagem, que nos mostra como Sofia conseguiu arrastar para a sua "rede", Nuno, Maria, Ana, Margarida e até Irene, mãe de Nuno.

E talvez aí se consiga perceber qual o principal objectivo de toda esta história inventada, o porquê de envolver estas pessoas, ou a necessidade de o fazer.

Para além de ter feito Nuno apaixonar-se pela imagem e personagem por si criada, ainda conseguiu arrastar outras pessoas desconhecidas, que com ela criaram laços por conta do seu drama, e que passaram a fazer parte da sua falsa vida.

 

 

Porquê? 

Por prazer em brincar com os sentimentos, emoções e vida das pessoas?

Para se sentir mais poderosa, capaz de controlar estas pessoas, e fazê-las jogar o seu jogo sem o saberem, como marionetas nas suas mãos?

O que ganhou esta mulher com toda esta trama inventada?

 

 

E sim, é perfeitamente normal que as pessoas envolvidas estejam revoltadas, e se sintam usadas, manipuladas, enganadas. Que se sintam frustradas consigo mesmas por terem estado tão cegas durante todo aquele tempo, por não terem desconfiado de nada, por terem engolido toda a história de boa fé, sem se questionarem.

 

 

No entanto, embora condenando a atitude desta mulher, não posso deixar de constatar que, apesar de tudo, ela acabou por, de certa forma, dar um sentido à vida destas pessoas que com ela se envolveram.

No caso de Nuno, apesar de todo o desgaste, abuso e chantagem emocional, durante aquele tempo, ele teve um objectivo na sua vida. Se precisava? Se calhar, sim. 

Não criticando a sua atitude, que qualquer um de nós poderia ter, a verdade é que sendo ele um homem bem resolvido, de bem com a vida, com o seu trabalho, amigos e família estruturada, que necessidade tinha de se envolver com alguém, desta forma, sem nem sequer a conhecer pessoalmente? 

A necessidade de se apaixonar. Faltava essa parte na sua vida, e foi por aí que a suposta Sofia atacou.

 

 

Quanto às restantes, todas afirmam que, a determinado momento, foi essa Sofia que lhes deu força e apoiou em situações mais delicadas que elas próprias passaram. Que acabaram por desabafar os seus problemas com ela, e de receber uma força do outro lado que não esperavam.

Ou seja, estas pessoas precisavam de alguém que as ouvisse, com quem pudessem conversar, sem julgamentos. E Sofia aproveitou-se dessa necessidade.

Por outro lado, o facto de apoiarem uma pessoa tão jovem, que sofria de cancro mas que, apesar de tudo, parecia sempre de bem com a vida e bem disposta, também lhes deu um sentido à vida, um propósito. Sentiam-se úteis, por ajudarem alguém. Mais uma vez, Sofia encarregou-se disso.

 

 

E por aqui se pode perceber que, quem planeia engendrar uma teia ou rede como esta, vai procurar pessoas que, à partida, sabe que precisam de alguma coisa, que estão mais susceptíveis, que fazem destas redes o seu escape do dia-a-dia, que procuram fazer amizades e travar novos conhecimentos nas redes sociais, que têm aquilo de que precisa para que mordam o isco.

São estratagemas planeados, bem estudados para que tudo bata certo, construídos ao pormenor, com tempo, e orquestrados por uma mente perversa ou, simplesmente, doente. 

Fazer várias vozes diferentes, e personagens diferentes, fingir uma doença, fingir lágrimas e desespero, inventar mortes de familiares, e acidentes, não é para todos.

Mas, que há pessoas capazes disso, e muito mais, lá isso há. E podem estar mais perto de nós do que pensamos, até mesmo no nosso grupo de "amigos" do facebook!

 

 

E por aí, têm acompanhado a reportagem?

Qual é a vossa opinião?

Já começaram a fazer uma limpeza nas vossas redes sociais, ou estão seguros das pessoas com quem falam?

 

 

Imagem: https://mag.sapo.pt/