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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Pessoas que se armam em polícias de trânsito

Oficial Da Polícia De Trânsito Em Uniforme Com Colete De Alta Visibilidade  Em Pé Com O Cão De Serviço, Personagem De Policial Na Ilustração Vetorial  De Trabalho Em Um Fundo Branco Ilustraciones

Na zona onde vivo andaram a mudar algumas regras e sinais de trânsito.

Por conta disso, a rua que, habitualmente, fazíamos de carro, para ir ter à nossa casa, está agora interdita ao trânsito, para quem não seja residente.

E o mesmo fizeram noutras, o que para mim acaba por não fazer muito sentido visto que, nessas ruas, apenas moram 3 ou 4 pessoas.

Agora, obrigam as restantes a dar uma volta maior.

Não percebi bem qual foi o objectivo. Se é por quererem tirar o trânsito naquela zona histórica, ou por qualquer outro motivo.

 

Os sinais estão activos desde sexta-feira, penso eu. É recente, e ainda há pessoas que não perceberam, que não ligaram e seguiram adiante. Ainda hoje passou por lá uma carrinha de obras.

Seja como for, quem tem que controlar isso é a polícia.

 

Mas há sempre quem não tenha mais nada que fazer, quem passe a vida sentado numa esplanada na conversa e a comer e beber. Quem tenha a mania de se meter onde não é chamado, e armar-se em polícia de trânsito. Até porque a esplanada fica mesmo ao lado dos sinais!

 

Ontem, o meu marido estava a chegar do trabalho e ia entrar na rua do costume quando o homem começa a reclamar com ele, que não podia ir por ali, e se não via os sinais.

O meu marido respondeu que sim, estava a ver, mas também dizia lá na placa em baixo "excepto residentes". 

E o homem, então, pergunta: "mas você mora nesta rua?"

 

Mas que raio tem o homem a ver com isso?

Quem é ele para estar ali a abordar as pessoas (o meu marido não foi o primeiro)?

Será que recebe comissão, por cada condutor que faz parar para ensinar o significado dos sinais? Vai perguntar a cada um se mora ali ou não?

Se está com falta do que fazer, vá trabalhar.

 

Para começar, acho que ninguém tem que dizer nada a quem por ali passa, porque não sabe da vida dessas pessoas (se bem que estes parasitas, como passam a vida ali, já devem ter feito um estudo aprofundado dos residentes). 

Mas até compreendia a abordagem, se a forma como a fez fosse outra. Do género "olhe que agora tem aqui novos sinais, tenha atenção, que a polícia anda aí a controlar".

Não da maneira como o fez.

A Lei Secreta - mais uma série Netflix

 

A vida de um agente secreto não é fácil.

Não é um trabalho fácil. Vivem em constante perigo, muitas vezes isolados, ou com vidas duplas, correm riscos, e não podem falar sobre nada.

O ideal, para um agente secreto, é não ter família. Porque, quando existe, duplicam os problemas. 

Poderá um agente secreto, simultaneamente, ter uma família a quem dar atenção e ausentar-se a todo o momento, sem qualquer explicação? Conseguirão as relações e os casamentos resistir?

Até que ponto estará um agente secreto disposto a ir, e a escolher, entre ficar ao lado da família, ou servir a pátria?

E será que alguém lhes reconhece esse valor? Será que os superiores se preocupam mesmo com a vida destes agentes, ou apenas estão com eles quando lhes são úteis, quando precisam deles?

 

 

E, se tudo isto já seria complicado quando falamos de homens, imaginemos quão difícil será para as mulheres? 

Mulheres que são filhas. Mulheres que são mães. Mulheres que querem formar família, e ter uma vida normal, ao mesmo tempo que querem ter um papel relevante no seu trabalho, e ser aceites como iguais num mundo dominado pelo sexo masculino.

No Colômbia, houve uma equipa, formada inteiramente por mulheres, que combateu os traficantes na região e fez história, mostrando como estas agentes, que também são mães, filhas, esposas, tias, irmãs, enfrentam inimigos perigosos, arriscando as suas vidas e, muitas vezes, as dos seus familiares, no cumprimento de um dever maior, que é lutar pelo seu país.

 

 

 

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A série da Netflix "A Lei Secreta", é baseada nesses acontecimentos, e em testemunhos reais dessas agentes, e mostra a rotina de uma equipa de agentes da Inteligência, composta maioritariamente por mulheres, que terão de se infiltrar numa enorme organização de narcotraficantes, a fim de descobrir quem é o verdadeiro chefe do grupo, e derrubar os barões da droga e os seus associados.

Ao longo da série, vamos conhecendo as várias personagens, as suas dificuldades, os seus dilemas, as suas escolhas e decisões, e respectivas consequências, os perigos a que se submetem, aquilo que são obrigadas a abdicar.

 

 

 

 

 

 

 

 

Alejandra

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Uma jovem que vive com a sobrinha, após a mãe desta a ter deixado há quase um ano e que, para poder arranjar dinheiro para dar uma vida melhor à sobrinha, que ama, e sair daquele bairro pobre onde reina a violência e a delinquência, aceita ser "mula". 

Inexperiente, apesar de inteligente e cheia de recursos, acaba por ser apanhada pelo DIP, que a obriga a ajudá-los, para não ser presa.

Alejandra faz tudo o que for preciso para ficar com a sobrinha Kimberly, mas esta colaboração vai acabar por prejudicar ainda mais a situação, e levá-la a perder a guarda da menina, que acaba numa instituição.

Cansada de ser pressionada, tanto do lado da polícia, como dos traficantes com quem teve que se envolver, Alejandra resolve que mais vale ir presa, do que continuar a viver assim.

É então que o coronel Porto decide deixar de tratá-la como a criminosa que foi, para tratá-la como a agente em que se poderá tornar.

Alejandra é impulsiva, de "pelo na venta", temperamental, diz tudo o que pensa e faz o que acha que deve fazer, muitas vezes sem medir os riscos, mas não é mulher de desistir, ou baixar os braços e, como dizem, tem uma estrelinha que a favorece.

 

 

Tatiana

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Confesso que não gostei muito desta personagem. Sempre com aquele ar de mosca morta, acaba por ser a agente mais fraca, embora profissional. No início vemos uma Tatiana feliz, em plena lua de mel, a ter que deixar o marido sozinho porque foi chamada para mais uma missão.

E, quando essa missão implica envolver-se com outro homem, pelo qual se começa a apaixonar, toda a sua vida, pessoal e profissional, se vira do avesso. 

A determinado momento, Tatiana terá que escolher entre continuar a enganar-se a si própria, e aos que o rodeiam, nomeadamente, o marido, ou assumir aquilo que sente, e decidir entre ficar ao lado de um homem que pertence à organização de narcotraficantes, ou continuar com o seu trabalho, e levar a pessoa que ama a pagar pelos crimes que cometeu.

Ainda mais quando foram os líderes dessa organização que quase mataram o seu pai, e o deixaram no estado em que ela, mais tarde, o irá encontrar.

 

 

Amélia

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A missão desta agente é, de longe, a mais dura e difícil. Infiltrar-se no acampamento do comandante Bigotes, em plena selva.

Depois de ter voltado da primeira missão, descobre que a mãe, da qual esteve afastada durante meses, sofre de cancro, e precisa de tratamento urgente, optando por abandonar o DIP, para cuidar dela.

Mas, sem dinheiro para pagar tudo o que é preciso, vê-se obrigada a voltar para o DIP, que lhe garante que se encarregará de todas as despesas.

E é assim que Amélia abandona, mais uma vez, o irmão e a mãe, sem saber se a voltará a ver com vida, e ignorando que, ela própria, poderá vir a temer pela própria vida.

Pode até vir a conseguir a confiança do comandante Bigotes, mas qual o preço a pagar por isso? E quem arrastará com ela nessa missão perigosa?

Para mim, é uma das melhores agentes. Paciente, astuta, observadora, resistente, lutadora.

 

 

Sandra

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É a capitã da equipa e, desta vez, tal como há 10 anos atrás, terá que voltar a vestir a pele de Laura, juntamente com Sebastián, que dará novamente vida a Juan Pablo. 

Algo os afastou depois da última missão, e será muito difícil voltarem a trabalhar juntos de novo, como casal que um dia foram, na ficção, e na realidade.

Para Sandra, esta será a última missão. Com um filho que reclama a atenção da mãe, e com o seu pai a partir para outra cidade para viver a sua vida, Sandra sabe que não pode deixar o filho sozinho, até porque lhe prometeu que estaria mais presente na sua vida.

Por outro lado, afirmando que não pode contactar o pai do miúdo, porque nos casos de inseminação artificial não é dado o contacto do doador, Sandra está de pés e mãos atados, porque o filho só pode contar com ela. E ela sabe que, não podendo recuperar o tempo perdido, terá que compensá-lo com o que ainda poderão viver.

A determinado momento, Lucas é envolvido na missão, e conhece Sebastián, com quem estabelece uma bonita relação que nos leva a desconfiar que poderá ser o seu pai. Ao mesmo tempo, Sandra e Sebastián voltam a envolver-se, e prometem que, desta vez, nada os vai separar, e vão formar uma família.

Mas a missão tem outros planos para eles, e algumas decisões e revelações vão levar a dias muito duros para Sandra.

 

 

Para além destas 4 mulheres, temos ainda a coronel María Emma que, a determinado momento, estará sob a suspeita de ser a traidora do DIP, a agente Bertha, e a sargento Rojas.

Do lado dos homens, destaque para o coronel Porto que, graças a Alejandra, vai dar um novo rumo à sua vida e perceber que a sua vida não precisa de se resumir a trabalho e solidão, e que há muito mais para disfrutar. E Forero, companheiro de Tatiana, e craque da tecnologia.

 

 

Do lado dos traficantes, o destaque vai para Júnior, filho do traficante líder da organização que morreu há 10 anos atrás, pela mão de Sebastián. 

Carrega o passado e os erros do pai, que o transformaram no que é hoje. Um rapaz mimado, que faz birra quando as coisas não correm como ele quer, mas capaz de dar um tiro a quem ache que já não lhe serve, incluindo o seu companheiro que diz amar.

Binoche, é o banqueiro responsável pela lavagem de dinheiro, enquanto Eduardo se encarrega do transporte da mercadoria, e Bigotes da produção.

 

 

O que achei curioso nesta série foi ver até que ponto a droga pode estar presente no meio de nós, sem sequer darmos conta.

Achei algumas situações estranhas, de como agentes supostamente treinadas para tudo, ficaram sem acção em determinadas situações.

Não fiquei surpresa no que toca à corrupção, já que qualquer criminoso do topo que se preze, tem que ter aliados em algumas destas forças.

A série tem cenas muito fortes, algumas chocantes, e outras que nos levam às lágrimas, tal a forma como mexem com as nossas emoções.

Confesso que, depois de ver dois episódios, estive quase a desistir de acompanhar, vendo outras pelo meio, mais curtas. Mas ainda bem que insisti e voltei a esta, porque é, sem dúvida, uma série que marca!

 

 

 

As malas das mulheres e a segurança em Portugal

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O que tem uma coisa a ver com a outra? Já vão perceber!

 

Não há algo que se assemelhe mais a um armazém ou arrecadação atafulhados de tralhas, que as malas das mulheres. Para além de tudo o que colocamos lá dentro habitualmente, ainda há espaço para mais isto e aquilo. É os telemóveis da filha e do marido, é caixas de óculos, é a carteira do marido para não perder, e por aí fora.

Ora, como já aqui disse, no sábado fomos ver o espetáculo Soy Luna Live, na Altice Arena. Na minha mala, além das coisas do costume (que são muitas e já me fazem andar sempre à procura de uma, perdida no meio de todas), levava os bilhetes, a máquina fotográfica, e ainda dois bolos. De tão cheia que estava, até ia aberta.

 

Quando estávamos a entrar para a Altice Arena, tínhamos que passar pelos seguranças e polícia, encarregues de fazer a revista aos nossos pertences.

Mostrei a minha mala à mulher. Ela, limitou-se a desviar as embalagens dos bolos, espreitar lá para dentro e mandar seguir.

E eu fiquei parva com esta forma de actuar. É certo que eu não iria achar piada nenhuma se, ali no meio da rua, me tivesse esvaziado a mala e espalhado tudo, para depois eu ter que voltar a arrumar. A mulher, provavelmente, pensou que, com tanta gente ainda por entrar, não haveria tempo para esvaziar todas as malas e verificar ao pormenor.

Mas, desta forma, fica explicado porque é que muitos acidentes e incidentes acontecem em eventos, apesar de toda a segurança.

Se eu levasse alguma coisa imprópria que fosse: uma arma de fogo, uma faca, um detonador de bomba, ou outra coisa qualquer, no fundo da mala, tinha entrado à vontade, sem que o descobrissem. 

 

Será por terem achado que uma mulher, acompanhada pela filha e pelo marido, seria inofensiva? Ou por pensarem que, num concerto infantil, ninguém iria fazer nada? Será que estavam ali apenas a cumprir horário e receber essas horas de trabalho, ou à procura de pessoas suspeitas, entendendo-se por suspeito alguém com características pré definidas? De determinada raça, de determinada religião, com determinado aspecto ou aparência?

É que, a assim ser, podem estar a cometer o seu maior erro porque, cada vez mais, e tendo em conta os critérios utilizados, o perigo virá sempre de onde e de quem menos se espera, como por exemplo uma mãe acompanhada da sua prole, uma família normal, ou outras pessoas que não valerá a pena revistar ao pormenor, porque não representam, à partida, qualquer ameaça.

 

Espero que esta tenha sido uma situação isolada, e que não represente a forma como é feita a segurança em Portugal! 

Nerve - Alto Risco

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Há sempre duas faces da mesma moeda, como dizia eu ao meu marido, ao vermos este filme, que ele quis ver com a minha filha, para mostrar o quão perigosos podem ser certos jogos e desafios na net: pode resultar no bom sentido, que é alertar para os perigos e evitar que os adolescentes cometam erros, ou fazê-los ficar ainda com mais vontade de experimentar, ainda que não o demonstrem. É um risco. 

 

Mas este é, sem dúvida, um filme que eu recomendo! E até fiquei admirada de não ser um filme sobre o qual se lêem muitos comentários e opiniões, ao contrário de outros filmes e séries que passam na TV.

Nerve foi até apontado como o filme que serviu de fonte de inspiração aos criadores do jogo da Baleia Azul, embora com contornos diferentes.

 

"Vee está prestes a abandonar o conforto do lar, em Nova Iorque, e seguir para a universidade, na Califórnia. A sua vida é igual à de tantas jovens, rotineira, sem percalços, tudo dentro da sua zona de controlo. Até que a sua melhor amiga, Sidney, a desafia a entrar em Nerve, um jogo online com uma comunidade mundial dividida entre jogadores e observadores. Os observadores lançam desafios, mais ou menos perigosos, enquanto os jogadores têm que aceitar as provas, para serem recompensados monetariamente ou perderem todo o dinheiro ganho até então." 
 
 
Desengane-se quem pensa que só os adolescentes problemáticos, deprimidos ou com baixa autoestima e confiança se metem nestes jogos. Qualquer um pode entrar, qualquer um pode experimentar, qualquer um pode cair. É como fumar o primeiro cigarro, o primeiro shot, ou as primeiras drogas. O pensamento é "por experimentar uma vez, não me vai acontecer nada. Não vou ficar viciado(a). Pode ser verdade, ou pode ser o início da descida ao fundo do poço, de onde poderão vir a sair, ou não.
 
 
 
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Foi isso que Vee fez: não há-de vir grande mal ao mundo, por participar num único desafio. E o seu primeiro desafio é beijar um estranho na boca, num restaurante, durante cinco segundos. O seu alvo, Ian, acaba por revelar-se também um jogador. Os dois acabam por formar uma dupla e os desafios que lhes são lançados, em conjunto, começam a subir o grau de dificuldade.
 
 
 
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Vee ainda hesita em seguir para o próximo desafio mas, com a persuasão de Ian, a popularidade que começa a atingir, e o próprio sentimento de se superar aliado à adrenalina, para não falar do dinheiro que começa a cair na conta, sempre que supera um desafio, levam-na a seguir em frente.
 
Quando as coisas começam a atingir proporções inesperadas, e Vee percebe que ainda alguém se pode magoar a sério, tenta denunciar à polícia. Mas, ao contrário do que seria de esperar, a polícia nada faz, e Vee acaba por sofrer as consequências. 
 
O jogo torna-se de alto risco e Vee vai descobrir, da pior forma, que há uma terceira e terrível categoria oculta em Nerve, para além dos jogadores e dos observadores - os prisioneiros.
 
 
 
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Para deixar de ser prisioneira, Vee terá de vencer o último desafio, contra Ian, que também anseia por deixar de ser prisioneiro. Não podem abandonar o jogo, porque serão as respectivas famílias a pagar por isso. Têm de ir até ao fim e, o fim, pode mesmo ser o fim para um deles, ou para ambos.
Uma brincadeira que começou com um beijo a um estranho, pode terminar em morte. Sem quaisquer responsáveis para punir.
 
Só vendo o filme poderão perceber aquilo que estes adolescentes fazem, a pressão a que estão sujeitos, as consequências que poderão sofrer com o jogo, que pode destruir a vida de qualquer um, e dos que o rodeiam.
 
 

 

 
 
 

Confiar, sim! Mas em quem?

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Todos sabemos que a confiança é a base de tudo. Um dos pilares que sustenta a nossa vida, as nossas relações, que torna possível e mais fácil a nossa convivência em sociedade.

Se nos tiram esse pilar, perdemos o equilíbrio, não temos onde nos apoiar e ficamos sem rumo, desnorteados, sem saber como construir um novo pilar e recuperar a base que nos sustenta.

Por isso, é importante confiar, sim! Mas em quem?

Como vamos confiar na nossa justiça, se a nossa justiça defende e solta criminosos, e acusa e prende inocentes?

Como vamos confiar no nosso governo e nos nossos políticos, se aqueles que criam as leis, os impostos e as obrigações, são os primeiros a não cumpri-las, a fugir, a fazer-se de desentendidos ou desconhecedores, a não serem punidos por isso?

Como vamos confiar na nossa polícia quando, muitas vezes, são os próprios polícias os criminosos? Como vamos confiar nos inspectores para desvendarem crimes quando são eles próprios cabecilhas de esquemas de rapto, extorsão e sabe-se lá mais o quê?

Como vamos confiar nas entidades patronais se "quando o barco afunda" são os primeiros a saltar fora e a nos deixar entregues aos tubarões?

Como confiar nos bancos e naqueles que os gerem, se até os bancos mais seguros caem, e as pessoas correm o risco de ficar sem o seu dinheiro?

Como acreditar na seriedade das pessoas, se cada vez mais percebemos que muitas delas são corruptas?

Como vamos confiar nos amigos se, à primeira oportunidade, nos atraiçoam?

E poderia dar muitos mais exemplos.

Há quem diga que não podemos julgar o todo pela parte. É verdade. Mas não me venham dizer essas transgressões, em que apenas uma minoria envolvida em polémica, não afectam a credibilidade da restante parte.

É certo que não podemos viver eternamente com desconfiança. Mas parece-me que é assim que a maioria de nós, portugueses (e provavelmente por esse mundo fora também), nos sentimos actualmente. Sem confiança naqueles que deveriam tê-la, e fazer por merecê-la. Porque já um dia confiámos, e pagámos bem caro por isso.

Será um trabalho árduo para todos recuperar essa confiança perdida, acabar com a "desesperança" que parece ter vindo para ficar. Neste momento, as pessoas quase só confiam em si próprias, e mesmo assim...