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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Pensamentos

 

 

Uma vez disseram-me que, por vezes, é bom haver algo ou alguém que entre na nossa vida para a destabilizar, para lhe dar um abanão e, quem sabe, até a virar do avesso!

Sobretudo quando temos hábitos, posturas, crenças e rotinas tão instaladas e vincadas. Quando criámos uma determinada metodologia, ordem e sequência, que orienta os nossos actos, e a maneira de estar e encarar a vida e as pessoas à nossa volta.

Principalmente, quando só conseguimos observar o mundo segundo a nossa perspectiva, e permanecemos resistentes à mudança. Resistentes a baixar o escudo e deixar alguém entrar no nosso casulo. Resistentes a viver tantas coisas que, assim, acabamos por perder, não experimentar, e não desfrutar. 

De qualquer forma, além da apreensão que sinto quanto à veracidade deste pensamento e à sua real eficácia, estou pouco receptiva a rotações superiores a 90º graus! 

Quando os pais tentam comprar os filhos

 

"Mckenna era uma menina que sempre fora habituada a ter tudo o que queria.

Os seus pais tinham um trabalho que lhes ocupava a maior parte do dia. Entre os papéis, os telefonemas e as saídas constantes para resolver problemas, pouco sobrava para estarem em família.

Num certo dia, Mckenna precisou de falar com eles sobre algo que a incomodava. Para variar, a única resposta que obteve, depois de uma tentativa frustrada de conversação, foi "querida, o que tu quiseres diz, que o papá compra".

Não era, de todo, o que ela queria ouvir. Mas que poderia ela esperar, se ela própria nunca se preocupou com nada que não fosse material, e se foi sempre essa a forma de os pais a recompensarem?"

 

Quem não conhece casos de pais que, pelos mais variados motivos, se vêem obrigados a estar durante longos períodos de tempo afastados dos filhos e, quando voltam, tentam compensar com presentes?

Quem não conhece casos de pais que, para evitar as típicas birras dos seus filhos e não se chatearem, acabam por os conseguir calar com recurso a prendas?

Se a situação em si já é grave, e prejudicial para estas crianças, torna-se ainda pior quando mãe e pai têm posturas diferentes em relação ao mesmo assunto. Quando um diz que sim e o outro diz que não, quando um concorda e o outro discorda. 

A criança toma consciência que, de cada vez que uma resposta não lhe agradar de um lado, pode contar com o outro lado para satisfazê-la.

Quem o faz, está a contribuir para que uma das partes passe a não ter autoridade nenhuma sobre o filho, passe a não ser tida em conta nas decisões, e seja considerada a "má da fita", enquanto a outra parte, que satisfaz sempre todas as vontades e pedidos, ganha pontos e fica bem vista! 

Muitas vezes, esta "arma" é utilizada como trunfo, em casos de filhos de pais separados.

A mãe não pode comprar aquilo, o pai compra! O pai não compra porque considera que não é necessário, a mãe dá!

É triste quando o amor, o respeito, a consideração e admiração de um filho têm de ser "comprados" com recurso a bens materiais e dinheiro. Tal como é triste que esse pai ou essa mãe se torne um modelo para os filhos, simplesmente porque lhes satisfaz todos os caprichos.

Educar uma criança para que cresça e se prepare para a vida e para o mundo, para que tenha regras, valores, e saiba o que é realmente importante, não é fazer e dar tudo o que eles querem.

Dinheiro nenhum substitui o amor que os pais podem e devem dar aos filhos. Presentes nenhuns substituem momentos únicos que podem ser vividos em família. Nada compensa todas aquelas horas e dias que nem sequer se lembraram que os filhos poderiam precisar dos pais. 

Como é óbvio, não me estou a referir aqueles que, por amor aos filhos e para lhes proporcionar melhores condições de vida, se vêem obrigados a fazer determinados sacrifícios como trabalhar longe, ter menos tempo disponível para estar com eles, nem tão pouco aos pais que gostam de mimar os filhos de vez em quando com um ou outro presente.

Refiro-me sim, aqueles que só se lembram de ser pais por conveniência, quando lhes apetece, ou que acham que basta ter dinheiro para honrarem o estatuto de pais!