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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Copiar e cabular - sim ou não?

Resultado de imagem para cábulas na faculdade

 

Quando eu andava no ciclo, tive uma professora de história que devia ter algum trauma com cábulas e, em dias de teste, a sala ficava de pernas para o ar: ela afastava as mesas umas das outras, colocava os alunos com melhores notas a cantos isolados, verificava o material que tivéssemos na mesa, e circulava pela sala o tempo todo, a observar e tentar descobrir os infractores!

 

Na Faculdade, um dos professores do meu marido vai mais longe, e pede para eles terem na mesa apenas a caneta, ficando tudo o resto (mochilas/ estojos) a um canto da sala. Também lhes pede para tirarem relógios e afins. E faz rondas pela sala. Dizem os que já conhecem bem o professor que "com ele, não há hipótese para cábulas". Os resultados não se fazem esperar. Baixos.

Por outro lado, também informaram os que agora chegaram que, com um outro professor, "pode-se copiar e cabular à vontade, desde que não se dê muito nas vistas, ele não diz nada". E assim foi! Alguns mais discretos, outros mais "à descarada"! Se resultou? Claro que sim! Alunos que tiveram receio no primeiro teste, mas se arriscaram no segundo subiram a nota. Alguns, inclusive, passaram de uma negativa fraca para um nota acima de 16!

 

 

Resultado de imagem para cábulas na faculdade

 

De acordo com alguns estudos, 70% dos alunos copia ou faz cábulas nos testes. Apenas, cerca de 2% é apanhado. Poder-se-á dizer que "o crime compensa"?

Sim, tendo em conta que a maioria não é apanhada nem sofre qualquer tipo de penalização, compensa. Mesmo que esteja à vista de todos que aquela nota não foi alcançada graças ao estudo, não sendo apanhados no momento, não há como provar que fizeram algo de errado. Mas, muitas vezes, o professor vê, e não diz ou faz absolutamente nada, ao género "não me tramem, que eu também não vos tramo".

 

 

Agora, o que leva os alunos a optarem por estes métodos de desenrasque?

Muitas vezes, o puro comodismo, a falta de vontade de estudar e a pouca preocupação com aquilo que ali estão a fazer.

Outras, o simples facto de ser impossível memorizar tanta matéria junta em tão curto espaço de tempo, quando os professores estiveram anos para o fazer.

Alguns alunos consideram que o que interessa é passar na disciplina, e concluir o curso. Depois, o resto vai-se vendo e aprendendo com a experiência, ou consultando os livros, com tempo e calma.

O facto de os professores nada dizerem ou fazerem para impedir os alunos de copiarem/ cabularem, também incentiva a que os mesmos recorram a estes métodos.

 

É justo para quem não o faz?

Não. Não é justo.

Embora qualquer um possa fazer (só não faz quem não quer), há alunos que, simplesmente, não têm jeito para isso, não conseguem disfarçar sabendo que estão a fazer algo que não é correcto, ficam nervosos e dão nas vistas, correndo o risco de ver o teste anulado.

E há alunos que defendem que, ou se sai dali a saber, ou não se está apto para exercer, e nesse caso não vale a pena.

Por conta dessa atitude, ficam retidos em determinadas cadeiras, enquanto que os seus colegas se safam, e seguem em frente.

 

Se é correcto fazê-lo?

Não, não é.

Mas não o faríamos todos, se soubessemos de antemão que não seríamos apanhados e que, com isso, pouparíamos tempo, dinheiro e preocupações? Talvez não...Mas isso já é um problema nosso.

Seja por falta de vontade dos alunos em empenhar-se, ou porque o ensino actual assim obriga, a verdade é que vivemos na era do "salve-se quem puder e como puder". E, enquanto não se colocar um travão, e se for permitindo ou alimentando estas práticas, elas continuarão a ser usadas, para o bem de uns, e injustiça de outros.

Se, por um lado, condeno quem recorre a estes métodos, por outro, penso que deveriam todos fazê-lo. Afinal, se quem está lá dentro permanece cego e pouco se preocupa, porque havemos nós de o fazer?

 

Pessoalmente, penso que nunca seria capaz.

 

E por aí, qual é a vossa opinião? 

 

 

 

 

 

 

 

As máquinas seriam tão mais úteis...

 

...se funcionassem!

 

Ditam os tempos modernos que a moda e o futuro são as novas tecnologias. Não há lugar para métodos antiquados e práticas "primitivas" há muito ultrapassadas. 

Assim se inventaram as máquinas que dão dinheiro e efectuam um sem número de operações a qualquer hora do dia, como as caixas de multibanco. E assim se substituiram, por exemplo, as máquinas de senhas manuais pelas electrónicas.

Claro que todas elas seriam, efectivamente, de grande utilidade se não estivessem constantemente avariadas ou fora de serviço! E se não tivéssemos que recorrer aos métodos antigos cada vez que isso acontece!

Os maus tratos ao longo dos tempos

 

 

"Na antiguidade, o infanticídio era uma prática habitual. Eliminar filhos ilegítimos, deficientes ou prematuros, controlo da natalidade ou crenças religiosas eram alguns dos motivos apontados para justificar tais actos.Os recém-nascidos eram sacrificados em altares, projectados contra as paredes, ou abandonados nus às intempéries. Era também comum a venda de crianças para prostíbulos, bem como prostituição de crianças em templos ou casas de prostituição. Em algumas sociedades, os castigos humilhantes eram usados para educar. Só a partir do século XVIII, começam a surgir as primeiras instituições para educar e proteger as crianças. Mais tarde, criaram-se várias medidas e leis de protecção. No entanto, ainda hoje algumas sociedades continuam a permitir situações de abuso e a suportar várias formas de maus tratos infantis, aceitando-as como formas de educação e interacção entre adultos e crianças..."

 

Ao tomarmos conhecimento dos ideais e práticas que eram apoiadas e exercidas em épocas passadas, ficamos com a sensação que, aquilo a que hoje em dia se apelida de maus-tratos, e como tal considerado crime punível é, na verdade, uma versão muito mais leve e quase aceitável como normal!

Claro que, qualquer tipo de maus-tratos, independente da forma ou gravidade que apresentar, sejam eles severos ou brandos, bárbaros ou discretos, nunca deverá ser aceitável.

Felizmente, tem havido uma cada vez maior consciencialização, preocupação e interesse, que resulta no surgimento de legislação mais específica e respostas mais adequadas para este fenómeno que nos acompanha desde a antiguidade.

Alguns tipos de maus tratos foram abolidos, outros permanecem, outros ainda têm vindo a surgir (fruto, em parte, de uma evolução tecnológica).

Há, de facto, comportamentos muito enraizados em determinadas sociedades, na sua história e cultura, que são difíceis de alterar. Como tal, é de reconhecer a mudança que já se conseguiu operar, desde épocas mais remotas até à actualidade, em algumas dessas sociedades. 

No entanto, ainda muito mais haverá a fazer no combate à violência e aos maus tratos infantis em todo o mundo.

 

Sobre o bullying...

"É frequentemente sugerido que os comportamentos agressivos têm sua origem na infância: "Se o comportamento agressivo não é desafiado na infância, há o risco de que ele se torne habitual. Realmente, há evidência documental que indica que a prática do bullying durante a infância põe a criança em risco de comportamento criminoso e violência doméstica na idade adulta."




Uma criança ou jovem, no seu processo de desenvolvimento, pode começar a revelar, quer por factores individuais, quer por condições familiares adversas, comportamentos agressivos.

Esses comportamentos agressivos traduzem-se, muitas vezes, em práticas de bullying. Os agressores sentem-se superiores, fortes e invencíveis, consideram o seu comportamento absolutamente normal e arrastam com a sua conduta, outros jovens que se aliam por se sentirem protegidos ou por prazer em fazer parte de um grupo dominante.

É importante que esse tipo de práticas e comportamentos seja travado na sua fase inicial, que os agressores compreendam que a sua conduta não é aceitável e que a resolução dos seus problemas não passa descarregando as suas frustrações em quem não se sabe ou consegue defender, e que nada tem a ver com a sua situação.

Conheço “bullies” que, após a fase escolar, passaram a ter na idade adulta, comportamentos adequados. Mas muitos haverá que, se não forem travados, podem transportar esse comportamento agressivo para a idade adulta, sob a forma de violência doméstica ou actos criminosos.