Passeio Pedonal Ericeira Sul - Foz do Lizandro
(quando campo e praia se conjugam)
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Não é todos os dias que encontramos uma praia em que podemos escolher em que "mar" tomamos banho e damos uns mergulhos. Ou nos damos ao luxo de aproveitar os dois, bastando atravessar uma pequena estrada para o outro lado.
Não é todos os dias que encontramos mar calmo, mais propício para nadar, e mar mais agreste, para quem prefere mergulhar e sentir a força das ondas, ou fazer surf.
Não é todos os dias em que temos uma praia com um lado sul, mais familiar e apetecível para os banhos de sol, com a areia mais fina, e um lado norte, mais destinado a quem queira fugir da escolha geral e, de certa forma, mais selvagem mas, por isso mesmo, mais bonito de ver.
Não é todos os dias que apanhamos água morna (sim, mesmo morna, embora tenha sido só num primeiro banho), mesmo lá mais para a frente. Não foi no Algarve, nem no Alentejo que, aí, apanhei sempre fria. Foi mesmo no Baleal!
Não é todos os dias que nos sentimos verdadeiros turistas, mesmo sem o ser.
Que podemos apreciar as dunas, numa espécie de dois em um, de campo e praia.
Eu sou fã número 1 de Tróia, depois da "minha" Ericeira, claro.
Mas fiquei rendida a mais este paraíso português!
Numa península que, em tempos, já foi ilha.
No ano passado não fui à praia.
Com o covid, as regras e as pinturas em casa, optei por não fazer praia.
Este ano, o tempo não anda muito convidativo e, mesmo em férias, a vontade não era muita.
Pensei que já não tinha aquele desejo tão grande e aquela paixão de antigamente.
Pensei que passava bem sem ir à praia mais um ano.
Até que, esta semana, fomos até ao Baleal.
E foi incrível perceber o quanto sentia falta de pisar a areia.
O quanto sentia falta do cheiro a maresia.
O quanto me fazia falta dar um mergulho no mar. Sentir o sal, e o sol, na pele.
Foi incrível perceber as saudades que eu tinha da praia, e quão bem ela me faz.
Foi bom relembrar aquilo que parecia já estar esquecido. Como um regressar às origens.
Um despertar de algo adormecido. Mas que está lá, e sempre estará, por mais que os anos passem, e a vida mude.
Eu sei que nós, humanos, reclamamos muito, nem sempre aceitamos bem a mudança, nem sempre reagimos bem às adversidades, mas temos uma infinita capacidade para nos adaptarmos, assim sejamos obrigados, ou queiramos fazê-lo.
De certa forma, é essa a grande prova que temos vindo a superar com a quarentena, o confinamento, o teletrabalho, e todas as medidas que temos que seguir naquilo que nos é essencial.
Com o progressivo desconfinamento, começam também a vir as regras e recomendações para os espaços de lazer que, não sendo essenciais, acabam por também fazer parte da nossa vida e contribuir para o nosso bem estar.
A praia, é um desses locais.
Mas, confesso, não sei se estarei preparada para usufruir da praia, algo que é suposto libertar, descontrair, relaxar, em tempo de pandemia, com todas as limitações inerentes.
É certo que adoro a praia, adoro um bom banho de sol e um bom mergulho, mas seria um pouco assim:
- apanhar autocarro e fazer o percurso com máscara
- sair do autocarro, tirar a máscara
- chegar à praia e ver como está a lotação (em dias normais, é tipo sardinha em lata, por isso, o mais certo é já estar cheia)
- se houver espaço, ver por onde devemos seguir para lá chegar; se não, procurar outra praia da zona, que esteja disponível (se não houver, fizemos a viagem em vão, e voltamos mais cedo para casa)
- tentar medir a distância a que ficamos, de quem já lá estiver, seja no areal, seja no mar
- depois, é a constante preocupação com o possível contágio, por quem se aproxima mais do que deve, por quem espirra ou tosse ali perto,
- é o não se poder usufruir da praia na sua totalidade, e com a liberdade que gostaríamos
- no final, voltar a colocar a máscara, para apanhar o autocarro e voltar a casa
Até pode correr tudo bem.
Até me posso vir a habituar.
Até posso não resistir a ir, nem que seja para dar um mergulho e vir embora, em horários que antes não fazia, só mesmo pela sensação de deixar lá todo o stress, purificar, revitalizar.
Mas não é a praia que eu gosto de fazer. Não é a praia a que sempre me habituei a fazer, desde a infância.
E palpita-me que posso sair de lá pior, do que não indo.
Vamos ver quando chegar as férias, se mudo de ideias e me rendo a esta nova forma de fazer praia ou se, pela primeira vez, corto temporariamente relações com ela!
Serra de Montejunto - Alenquer
Rio Alcabrichel - Vimeiro
Lagoa de Óbidos
Foz do Lizandro - Ericeira
Praia do Ribeiro do Cavalo - Sesimbra
Praia de S. Julião - Ericeira
Foz do Arelho - Caldas da Rainha
Azenhas do Mar - Sintra