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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

A diferença de idade nas relações...

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... e mais uns quantos preconceitos que é preciso pôr de lado.

 

Eu sei que é difícil.

Que todos nós já temos ideias pré concebidas, e que é muito fácil fazer juízos de valor mas, seja pela idade, seja pela aparência, ou por outro motivo qualquer, a única forma que temos de saber como ela é, é conhecendo-a.

 

"Ah e tal, um homem mais velho tem mais experiência, é mais sabido, só quer sexo."

E os rapazes mais novos, não querem?

Será que um rapaz de 25 anos não pode ter mais experiência que um de 30, dependendo do estilo de vida de um e de outro?

Será que os rapazes mais novos são os que pensam em relações duradouras? Ou, pelo contrário, querem é divertir-se?

Mas, lá está, a idade é um número. Não define a personalidade nem as intenções da pessoa.

 

"Ah e tal, o que é que um homem mais velho quer com raparigas novas?"

Pois, não sei.

Mas da mesma forma, há tantas raparigas novas a quererem homens mais velhos.

E rapazes a querer mulheres mais maduras.

Mas, afinal, vamos andar a escolher as pessoas de quem gostamos, por quem nos apixonamos, ou que amamos, pela idade?

Podemos gostar de alguém mas, dependendo da idade, desistimos só por isso?

Não faz sentido!

 

"Ah e tal, um homem assim só quer usar, e depois elas saem magoadas."

Será que as raparigas hoje em dia são assim tão ingénuas?

Será que são só os homens que magoam? Que usam?

Não poderá acontecer o contrário?

Serem elas a usar, a brincar, a magoar?

 

"Ah e tal, usa brinquinho. Um homem a sério não usa brinco."

A sério?

Não poderá um homem que usa brincos ser mais homem que um que não usa?

Mais uma vez, é um brinco que define o carácter de alguém?

Se é boa ou má pessoa?

Se é bandido? Delinquente? Drogado?

 

Até se pode estar certo em tudo o que se pensa, mas a única forma de confirmar, é conhecer.

Ainda assim, só quem está nas situações é que sabe o que sente.

E se são elas as únicas visadas, são elas que têm que lidar com o que de uma relação entre elas venha a resultar.

Faz parte da vida.

 

 

 

 

 

 

Big Brother Desafio Final: a vitória histórica de Bruna Gomes!

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E foi histórica porquê?

Porque foi, pela primeira vez, uma brasileira a vencer.

Algo que, para muitos, era inadmissível. Porque, em Portugal, a vitória deve ser dada aos portugueses. Até porque, no Brasil, nunca daria a vitória a um português.

Portanto, esta vitória foi uma "bofetada" para todos aqueles que tinham este pensamento.

 

 

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Porque, creio, foi a vencedora que obteve maior percentagem de votos.

Apesar de todas as sondagens a apontarem à vitória. E de ter sido sempre a preferida dos internautas, com grandes percentagens, e diferença, relativamente aos restantes, nunca se esperaria que arrecadasse 91% de votos.

E foi uma bofetada até mesmo para alguns colegas de casa, que achavam que seria ela, mas torciam por um concorrente que nem deveria estar na final.

 

 

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Porque, pela primeira vez, com a vitória dela, houve um casal vencedor, em duas edições seguidas.

Já aconteceu haver concorrentes que participaram em edições seguidas, e se tornaram vencedores, mas esta vitória da Bruna foi uma vitória também do casal Bruna/ Bernardo, já que o namorado tinha vencido a edição anterior.

 

 

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Porque venceu uma pessoa que, realmente, merecia, por tudo o que ela é!

A Bruna foi muito criticada por ter entrado novamente.

Disseram que ia com muita sede ao pote.

Condenaram-na, por ter deixado o namorado cá fora e voltar para dentro de casa.

Porque ele já era o prémio.

Porque ele tinha dinheiro, e ela não precisava disso.

Depois, acabaram por perceber e elogiá-la (lá está, a bipolaridade das pessoas).

A Bruna é a Bruna.

Ela quis ir à luta por ela.

Ela tinha os seus objectivos, e lutou para os alcançar.

E, com isso, inspirou muita gente!

 

Aliás, ela inspirou de várias formas:

Mostrou que se pode dar opinião sem atacar nem ferir ninguém

Mostrou que vale sempre a pena arriscar e que, por vezes, é preciso mesmo sair da zona de conforto

Mostrou que a amizade é mais importante que qualquer jogo

Mostrou que não é mau ter fragilidades, e mostrá-las, desde que se saiba lidar com elas e ultrapassá-las

Ela falou quando tinha que falar, fez silêncio quando não tinha nada a acrescentar

Mostrou que, independentemente das críticas negativas (que doem e provocam tristeza em quem as ouve), não se deve deixar de seguir aquilo que se quer

É uma menina/ mulher divertida, sempre pronta para a brincadeira

Mostrou que não é preciso arranjar conflitos e discussões, planear grandes estratégias, ou inventar grandes teatros

Tem uma grande educação, inteligência, bons valores e princípios

Mostrou que a independência não tem preço, e que é importante lutar por ela

 

Se foi uma vitória real, ou entregue pela produção?

Não quero saber.

Para mim, foi mais do que justa! 

E acredito que para muitos portugueses, a julgar pelo carinho com que a receberam em estúdio, e fora dele, também 

 

 

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PARABÉNS, BRUNA!

 

Imagens: Big Brother TVI e Flash

 

Batalhas pouco justas no The Voice Portugal

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Terminou ontem a fase das provas cegas no The Voice Portugal, mas ainda houve tempo para estrear a fase das batalhas.

E com novidades que, a mim, não me agradaram muito.

 

Agora, em vez de serem os mentores a escolher quem querem colocar frente a frente, com a mesma música, os concorrentes são escolhidos à sorte, e esses escolhidos escolhem, por sua vez, com quem querem travar a batalha.

Embora faça mais sentido do que a, muitas vezes tendenciosa, escolha dos mentores, penso que deveriam ser ambos tirados à sorte.

Pelo que percebi, a música, será escolhida pelos concorrentes, e não pelo mentor.

O que leva à pior novidade das batalhas: cada concorrente canta uma música diferente, e à vez. O que não faz qualquer sentido, porque os mentores deveriam avaliar a prestação de cada um, no mesmo tema e registo.

Nos tira-teimas já iriam ter a oportunidade de fazer o que agora estão a fazer nas batalhas.

 

 

 

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Posto isto, veio a primeira batalha, entre dois concorrentes fortes da Aurea que, por acaso, nas provas cegas, cantaram o mesmo género musical e, por isso, fez sentido quando a Catarina, sorteada, escolheu o António para travar a batalha consigo.

No entanto, se o António se manteve fiel a esse registo, e com uma boa prestação, a Catarina optou por mostrar a sua diversidade, com outro estilo musical.

Cada um no seu registo, ambos estiveram bem e seria difícil escolher, mas pareceu-me óbvia a escolha da mentora.

 

O António mencionou que nunca sentiu discriminação ou preconceito pela sua idade.

Pois aqui, não retirando mérito à Catarina, pareceu-me uma atitude um pouco preconceituosa da mentora. É óbvio que querem dar oportunidade aos mais novos, de se lançarem na música, e a Catarina é jovem, ao contrário do António.

A Catarina mostrou um outro lado dela, que faz o género da Aurea e, por isso, aliando o gosto à diversidade da concorrente, foi meio caminho andado para a decisão. Talvez, se a Catarina tivesse optado pelo lírico, a escolha não fosse tão fácil.

Mas está mais que visto que o lírico nunca vingou neste tipo de programas e, como tal, dificilmente chega muito longe.

 

 

 

Imagens: The Voice Portugal

 

 

"O amor não é cego", de Teresa Caetano

O amor não é cego

 

Também me parece que "o amor não é cego". E atrevo-me a afirmar que, tão pouco, cega.

Acredito que, quando existe amor, conseguimos ver tudo, seja bom ou mau.

Aliás, quando existe um amor verdadeiro, existe uma total clareza e limpidez, que nos permite ver aquilo que está à vista, e o que está escondido. O superficial, e o mais profundo.

E nem precisamos de olhar, para o conseguir.

Mas, muitas vezes, aquilo que está à frente dos nossos "olhos" não é o que gostaríamos de ver.

Então, apenas fingimos não ver, ou optamos por não olhar para o menos bom, focando-nos no que mais nos agrada. 

E esse é, muitas vezes, o grande erro. Porque não se pode amar pela metade, ou apenas uma parte. Porque a pessoa por quem é suposto sentirmos amor, tem os dois lados e, por mais que queiramos, não podemos ficar com o que mais nos interessa, ignorando o outro, como se não existisse. 

A nós, cabe escolher entre as duas opções possíveis: ou amamos por completo, ou não amamos.

 

Quando optamos por ignorar, mais cedo ou mais tarde, as relações acabam por não dar certo.

Nem mesmo quando apostamos noutras relações, procurando apenas compensar aquilo que faltava à anterior. Porque nenhuma relação é um complemento da outra. Nem a solução para a falha da outra. Ao fazê-lo estamos, mais uma vez, a procurar aquilo que mais queremos, ignorando o restante, que poderá não nos agradar.

 

Nesta história, Carolina e André pareciam perfeitos um para o outro mas, afinal, houve muita coisa que ficou por ver, ou que se fingiu não ver, porque tudo parecia bem como estava. Mas não estava.

E, assim, vemos André procurar noutra relação, aquilo de que sentia falta na primeira. Mas o que ele queria mesmo, era aliar a parte boa da primeira relação, com a parte boa da segunda. E isso é impossível.

 

Sim, as pessoas podem mudar e, talvez, André e Carolina pudessem, observando e interpretando os sinais e, sobretudo, conversando abertamente, resolver e aplacar as diferenças que os separaram.

Mas, pela minha experiência, só depois da separação é que temos a tendência a ver as coisas de forma diferente. Porque é ela que nos abre outra perspectiva. Outros horizontes. Outra forma de encarar a vida, e as relações. Porque é ela que nos faz perceber onde errámos, para fazer melhor da próxima vez.

E isso não significa que, da próxima vez, já vamos fazer tudo bem, acertar, ver tudo com clareza. Por vezes, é um processo que se vai desenrolando, ao longo das várias relações e que pode, um dia, levar a esse amor em que vemos, aceitamos e amamos tudo por inteiro, ou nunca chegarmos a encontrá-lo.

 

Mas, mais do que o amor, as relações, ou o romance em si, que são o fio da história, destaco, acima de tudo, duas temáticas que a mesma aborda: o preconceito geral, seja em relação a estatutos sociais, a limitações físicas e tantos outros, e os entraves impostos pela sociedade às pessoas portadoras de deficiência, muitas vezes aliados a mesquinhez, egoísmo e egocentrismo.

 

Relativamente ao primeiro, é incrível como, numa traição e no fim de um casamento, aquilo que mais importância assumiu não foi a traição em si, nem tão pouco a pessoa em si, mas o estatuto social daquela pela qual foi trocada. Como se fosse um total absurdo tal troca. Uma audácia, uma ousadia a que ninguém no seu juízo perfeito se deveria atrever.

E como, mais tarde, por comparação, já tudo isso se tornou irrelevante, perante uma ousadia ainda maior, e ainda pior, aos olhos de determinadas pessoas, ao se desprezar o menino rico e de boas famílias arrependido, preferindo um homem cego.

 

No que respeita ao segundo tema, a sociedade está formatada para lidar com pessoas ditas "normais". E é em função destas que tudo gira, que tudo é construído e adaptado. E, embora já se comece a ter em consideração as minorias, as pessoas portadoras de deficiência vêem-se, muitas vezes, limitadas, discriminadas, diminuídas, esquecidas, ignoradas, menosprezadas, pelos demais.

Faltam condições de acessibilidade, e de acesso, àquilo que deveria estar ao alcance de todos. Falta respeito. Falta solidariedade. Falta tratar o que é diferente com igualdade, e equidade, não acentuando as diferenças. É necessário derrubar barreiras, obstáculos, e tornar possível.

Há ainda um longo caminho a percorrer nesse sentido, mas é mais do que necessário.

 

Por fim, outra temática muito actual nos dias que correm: as redes sociais e as aparências.

Vivemos grande parte da nossa vida em função daquilo que os outros pensam, querem, dizem, gostam, sem nos preocuparmos naquilo que, realmente, nos faz falta, e nos faz bem. Vivemos muitas vezes no mundo do faz de conta, encarnando uma personagem que nada tem a ver connosco. 

Existe vida para além das redes sociais, para além dos "likes" dados só por dar, por quem nem sequer nos conhece verdadeiramente, para além da ostentação, para além das amizades por conveniência, para além da fama momentânea, para além de um corpo tonificado, uma cara bonita e uma roupa elegante. 

 

"O amor não é cego" não é um livro para puxar a lágrima, ou emocionar, mas antes para reflectir.

Reflectir sobre aquilo que é, realmente, importante, e nos faz, verdadeiramente, felizes. E como podemos alcançar parte dessa felicidade, marcando pela diferença, e fazendo a diferença na vida daqueles que ainda não se conseguem fazer ouvir, por aqueles que insistem em pensar apenas em si próprios.

 

Sinopse

"Desde cedo, Carolina habituou-se a viver num mundo de aparências, onde o culto pela imagem não a deixava ver a verdadeira essência das coisas.

Poder morar numa boa casa, usar roupas e acessórios de marcas caras, frequentar festas cheias de brilho e casar com o homem que se ama poderá cegar alguém perante os pequenos pormenores da vida?

Quando se está acostumada a ter tudo o que se deseja, sem qualquer esforço, será possível dar valor ao que se tem?

Este livro fala-nos de duas formas distintas de amor: o aparente e o verdadeiro que, muitas vezes, se poderão confundir.

Os diálogos entre as personagens são uma marca constante nesta história, pois é através deles que serão reveladas algumas verdades escondidas, repletas de fortes emoções.

Será que uma forma diferente de ver o amor nos poderá ajudar a encará-lo com um novo olhar?"

 

 

Autor: Teresa Caetano

Data de publicação: Outubro de 2020

Número de páginas: 314

ISBN: 978-989-52-9263-9

Colecção: Viagens na Ficção

Idioma: PT

 

 

Como a Netflix aboliu a hegemonia das produções americanas

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E me fez encarar outras produções, com outros olhos.

 

Preconceito, ou hábito, a verdade é que sempre estive tão habituada a ver filmes e séries americanas que, se me sugerissem, por exemplo, um filme francês, ou alemão, torceria o nariz e poria de parte, ainda que pudesse ser bom. Penso que só vi, ainda em pequena, uma série italiana. Mais nada.

 

No entanto, desde que tenho Netflix, que dei por mim a assistir a diversas séries e filmes espanhóis, colombianos, mexicanos. Já vi também uma série sueca, e um filme norueguês. 

Acho que, quando me surge uma produção americana, até estranho, porque acaba por não ser a regra nas minhas escolhas.

 

Por exemplo, a série que a Netflix irá produzir "Cem Anos de Solidão", baseada na obra-prima do colombiano Gabriel Garcia Márquez, para além de outras questões, só agora seguirá adiante porque o autor queria que, se algum dia isso acontecesse, fosse falada em espanhol, e os herdeiros sentem que, só agora, está aberto esse caminho para a aceitação de produções noutra língua que não o inglês.

 

Nesse aspecto, a Netflix tem o mérito de ter revolucionado a forma como eu e, provavelmente, mais pessoas, começaram a receber, aceitar e apreciar produções diferentes, diversificadas e em vários idiomas, sem aquele preconceito e rejeição habitual.