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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Histórias Soltas #18: Prenúncio...

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Precisava de sair.

Apanhar ar. 

Dentro de casa, sentia-se a sufocar. Sabia que não podia continuar ali.

Não estava frio. Nem calor.

Ainda não chovia.

 

Saiu sem pressa.

Estar na rua sabia-lhe bem.

O vento no rosto sabia-lhe, ao contrário de outras vezes, muito bem.

Por companhia, o campo.

Arbustos que se unem no topo e formam uma espécie de gruta.

Troncos vestidos de verde.

Muros coloridos das flores que nascem por entre eles, ou que caem sobre eles.

E flores... Muitas flores... Brancas, amarelas, roxas, cor de rosa, e tantas outras. Ora misturadas. Ora separadas.

À medida que ia seguindo o seu caminho, melhor se sentia, por entre os campos verdes e castanhos, num dia que não se sabia bem se era de outono, ou de primavera, tais os contrastes com os quais se deparava na natureza.

 

Então, começou a chover.

Uma chuva miudinha.

Mas não se importou. Nem apressou o passo.

Até a chuva, nesse dia, lhe estava a saber bem. Como se aquelas gotas fossem, de certa forma, terapêuticas. E tivessem o poder de lavar o corpo e a mente.

Seria o céu a chorar, pelos que estavam em terra?

Para os aliviar? Para se solidarizar com estes?

Certo era que as "lágrimas" que caíam ficavam marcadas nas folhas verdes, como o orvalho que costuma cair de madrugada.

 

Colocou o gorro, e continuou.

Não havia quase ninguém na rua. 

Apenas um atleta passou por si.

Nem sequer os cães andavam a passear os donos. Nem estes, os cães.

Era perto da hora de almoço. Mas parecia manhã cedo. Quando ainda todos estavam a dormir. Ou com preguiça de sair.

Afinal, era feriado.

 

Duas horas se passaram.

Estava na hora de voltar. 

Abriu a porta, e entrou.

Lá dentro, os semblantes carregados prenunciavam aquilo que mais temia.

Bastou um olhar para perceber, naquele momento em que acabava de chegar, que alguém tinha partido, para não mais voltar...

 

O regresso ao trabalho

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Foi molhado!

Aliás, parece que S. Pedro escolhe os dias em que vou trabalhar, para mandar tudo a que tenho direito.

Ao longo das últimas semanas, ia alternando o trabalho presencial, em alguns dias da semana, para fazer coisas que só podiam ser feitas no local de trabalho, e o teletrabalho, nos restantes dias.

Num desses dias em que fui trabalhar, choveu toda a tarde, até granizo, e trovejou até à noite!

Da minha janela, só via os relâmpagos a avisar que o que lhes seguiria. E até faltou, momentaneamente, a luz.

No último dia em que fui, já só chovia. A cântaros, a fazer jus ao ditado "Abril, águas mil".

 

Hoje, foi dia de regresso definitivo ao trabalho e, para me dar as boas vindas, mais chuva.

Espero que este regresso molhado seja prenúncio de regresso abençoado!