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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Ultrapassar um autocarro em cima de uma passadeira

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A maior parte dos acidentes rodoviários dá-se por um motivo: a pressa.

Neste mundo em que vivemos, cada vez mais, as pessoas têm pressa.

Não podem (ou não querem) esperar.

Não têm a mínima paciência.

Mas, com a pressa, vêm as manobras perigosas.

 

Ontem, um autocarro parou para as pessoas, que estavam na paragem, entrarem.

A paragem fica quase em frente a uma passadeira.

Do lado onde eu estava, com o autocarro a tapar a visão para trás, só se poderia depreender que os veículos estavam à espera, atrás dele.

Do outro lado, não vinham carros.

Começo a atravessar a passadeira, protegida pelo autocarro.

No entanto, mal chego a meio, percebo que, apesar de ali estar uma passadeira, um condutor apressado não quis esperar que o autocarro avançasse, e decidiu ultrapassá-lo.

Correndo o risco de atropelar quem estivesse, nesse momento, a atravessar a passadeira. 

Até porque o próprio condutor não tinha como ver se havia pessoas a atravessar ou não, até estar quase em cima delas.

 

Correu bem.

Mas poderia ter corrido mal.

E não havia necessidade.

Até porque não serviu de nada.

 

Moral da história: os peões têm que ter "sete olhos", mil cuidados extra, e pensar por si, e pelo que pode vir do outro lado, abdicando das regras que o protegem, para zelar pela sua vida, já que nunca se sabe com o que podem contar da outra parte.

 

 

Fazer compras: a sós ou com companhia?

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Não sou daquelas pessoas que quer sempre companhia para onde quer que vá.

No que respeita a compras, sobretudo aquelas que semanalmente faço para a casa, não me importo nada de fazê-las sozinha.

Na maior parte das vezes, até prefiro.

Gosto de ir com calma, com tempo, de poder olhar para as coisas com olhos de ver.

Gosto de fazer as compras enquanto vou ouvindo a música que passa.

 

Uma vez ou outra, surge a vontade de ter companhia nessa missão.

Mas nem sempre dá bom resultado.

Detesto ir às compras e estarem, constantemente, a apressar-me.

A perguntar o que ainda falta. Se ainda demoro muito.

A querer ajudar para despachar a coisa.

Porque há produtos que a pessoa pode ir buscar. Mas há outros que gosto de escolher eu.

E porque, com a pressa, arrisco-me a deixar alguma coisa para trás, ou esquecer-me de comprar.

 

Também não é bom ter alguém ao lado a reclamar que está com fome.

Que está cansado.

Que ainda queria fazer isto e aquilo.

 

Muito menos,  a implicar.

A reclamar.

A embirrar com qualquer coisa.

De mau humor.

 

Nesses casos, como diz o ditado: "mais vale só que mal acompanhada"!

 

E por aí, preferem ter companhia nesta tarefa, ou nem por isso?

 

 

Dai-me paciência, 2023!

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Eu bem queria ser uma pessoa mais paciente, mas há coisas que me complicam com o sistema nervoso.

Instalam-se máquinas nos bancos, para retirar as pessoas (e funcionários) das caixas. 

Mas, depois, as máquinas não funcionam. Ou estão fora de serviço, ou não estão disponíveis para determinadas operações e, então, lá tem uma pessoa que ir às caixas.

Caixas essas onde está um único funcionário que, como se não bastasse ser insuficiente para as pessoas que estão à espera, ainda é interrompido por uma colega, que não podia esperar que ele tivesse atendido os clientes para lhe pedir o que queria.

E assim se perde tempo que, para quem trabalha, embora acredite que a maior parte dos clientes sejam reformados, é escasso e está contado ao segundo.

 

Mas, ainda antes de ir para a caixa, uma fila à espera para usar a única máquina disponível. 

Estava uma senhora a utilizar, um homem à espera, e eu a seguir.

Entretanto, um senhor que foi atendido na caixa, veio para aquela zona e, quando a dita senhora desocupou a máquina, queria passar à frente de todos por, dizia ele, estar lá primeiro.

Ao que o homem que estava à minha frente lhes respondeu "Estava? Só se estava nas caixas porque aqui não estava."

Infelizmente para o homem que estava à minha frente, e para mim, a máquina não dava para depósitos.

Lá tivemos que tirar senha, e esperar.

 

Já fora dos bancos, mais precisamente, nas ruas e na hora de atravessar as passadeiras, digam o que disserem mas cada vez mais me convenço que os peões são um estorvo e um mal a erradicar para os condutores.

É que nem me venham com a conversa de que os peões atravessam sem olhar, e à parva, que os há. Mas, ultimamente, de cada vez que paro numa passadeira, e espero pacientemente que os condutores me vejam, depreendam que estou ali à espera para atravessar, e parem, só ao segundo ou terceiro carro é que tenho sorte.

É impressionante a capacidade que os condutores têm de ignorar o óbvio, de fingir que não nos veem, de olhar precisamente para o lado oposto. E a pressa que sempre têm, que não lhes permite cumprir o código da estrada.

A não ser, claro, quando está algum polícia por perto, ou um outro condutor, em sentido contrário, faz questão de parar e, então, lá param também, a muito custo, para não parecer mal.

 

E não é que estrabuche, que reclame muito, que arme um escândalo por conta destas situações.

Quem me vir, continua a pensar que sou uma pessoa paciente.

Mas, por dentro, paciência é coisa que cada vez tenho menos.

E não me parece que o novo ano me tenha contemplado com alguma extra.

 

A indiferença do ser humano para com os que o rodeiam

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Estava, no outro dia, no carro, com o meu marido, a descer a rua do meu trabalho, quando vejo um senhor que costumava encontrar algumas vezes, quando ia levar a minha filha à escola.

O senhor tem dificuldades de visão. Não sei se será totalmente cego, mas vê muito pouco, e anda sempre com a sua companheira bengala branca, para saber, literalmente, onde pôr os pés.

 

Nesse dia, o senhor estava à beira da estrada, por sinal movimentada, e ora dava um passo à frente, iniciando a travessia para o outro lado da mesma, ora dava um passo atrás, provavelmente alertado pelo som dos carros que desciam a rua. Ainda fez isto duas ou três vezes, até decidir que era mais seguro ficar no mesmo sítio.

 

Dizia o meu marido que é triste, ninguém ajudar o senhor a atravessar a estrada.

É verdade.

As pessoas, hoje em dia, e cada vez mais, com as devidas excepções, tendem a pensar mais em si próprias, na sua vida, nos seus problemas, que nos outros.

 

É incrível a indiferença do ser humano para com todos aqueles que o rodeiam, nas mais diversas situações.

Muitas vezes, olhamos mas fingimos que não vemos.

Ou estamos com demasiada pressa para prestar ajuda a quem dela precisa.

Algumas vezes, achamos que haverá alguém que tome a iniciativa e, como tal, não temos que nos preocupar.

Não raras vezes, até manifestamos, em pensamento, a intenção de agir, mas não passa mesmo do pensamento.

Outras, simplesmente, pensamos em nós mesmos.

 

 

A propósito, vi um vídeo esta semana, em que uma mulher, no comboio, deu o seu lugar a um senhor idoso, depois de os restantes passageiros olharem para ele de lado, ignorando-o, ficando ela de pé por várias horas. Só mais tarde, quando o revisor indicou à senhora um lugar vazio noutra carruagem, perceberam que a própria também tinha dificuldades de locomoção e, ainda assim, tinha feito aquilo que mais ninguém fez.

E, na realidade, já me deparei, por diversas ocasiões, com assentos livres, ou meramente ocupados por malas, mochilas ou qualquer outra coisa, e não deixarem ninguém sentar-se, ou afirmar que os lugares estavam guardados!

Ainda este verão, num dos dias em que íamos no autocarro, iam várias pessoas em pé, quando havia um lugar livre. Mas a pessoa que estava no assento ao lado, em nenhum momento, se chegou para o outro, ou deu passagem para alguém se sentar.

 

 

Infelizmente, a indiferença e inacção manifestam-se das mais variadas formas, e nas mais diversas situações, muitas vezes para com aqueles que mais precisavam que reparássemos neles.

Seja por preguiça, por egoísmo, por desprezo ou, simplesmente, porque esperamos que alguém faça aquilo que, a nós, não nos apetece muito...