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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

O cancro da pele não é um mito!

 

É real.

E não acontece só aos outros.

 

Ano após ano, repetem-se as campanhas, as recomendações, os alertas.

A importância do uso de protector solar. E de se evitar as horas de maior risco.

Não há quem não o saiba.

 

Mas nem todos o levam a sério.

Afinal, a pessoa quer é aproveitar o verão. Se for preciso, dias inteiros na praia, ou na piscina.

 

Ir à praia de manhã? Ou ao fim do dia?

Isso é para quem tem a sorte de poder frequentar praias em zonas quentes. Para muitos, o único momento em que a praia está boa, é quando não deveriam lá estar, sob pena de apanharem vento, frio e nevoeiro, em vez de sol.

 

Protector?

Até se usa. Põe-se uma vez ou duas, quando se chega à praia, se se chegar cedo. Ou, então, não. Que uma corzinha é sempre bem vinda.

 

Chapéu de sol?

Isso é coisa dos nossos pais ou avós. 

A malta nova não quer andar carregada com chapéus.

Além de que, lá está, o mais certo era passar o tempo a correr atrás dele pela praia, por causa do vento.

 

E pronto, seja qual for o motivo, a verdade é que, mesmo com alguns cuidados, volta e meia, lá se apanham uns escaldões.

Quem não os apanhou na vida?

A pessoa assusta-se na hora, trata das mazelas, sofre um bocadinho mas, depois, passa.

E está pronta para outra.

 

Cancro da pele?

Sim, sabemos que existe mas... não vamos necessariamente apanhar, pois não?

 

Pois...

A verdade é que os sucessivos escaldões, e erros que se vão cometendo ao longo dos anos, têm consequências.

Sobretudo para quem tem pele clara.

E, muitas vezes, para quem tem dezenas de sinais no corpo.

Como eu.

 

Mas, que raio!

Sempre tive sinais. 

Para mim, fazem parte do meu corpo.

São tantos, de diferentes tamanhos, cores e feitios, espalhados por tantos sítios que, simplesmente, nunca lhes dei importância.

 

E agora, por causa de uma coisa estranha que nem sinal é, e que me fez recorrer a uma consulta de dermatologia, fiquei a saber que a dita coisa estranha é um carcinoma basocelular.

Ah, e como bónus, uma suspeita de melanoma maligno relativamente a um sinal mais escuro que tenho na coxa.

Que eu não faço a mínima ideia de há quanto tempo lá está (suponho que anos), nem se aumentou de tamanho ou mudou de cor em algum momento.

Tudo nomes pomposos, para um único diagnóstico - cancro da pele.

 

Uma coisa é certa: nunca mais vou olhar para um sinal da mesma maneira!

Se, antes, não lhes ligava a mínima, agora, sou capaz de imaginar mil e um cenários, e encontrar no mais básico dos sinais, todas aquelas características ABCDE (assimetria, bordas, cor, diâmetro, evolução) campatíveis com cancro.

 

Diagnosticado o dito cujo, o próximo passo é a referenciação para um hospital público, para a excisão de ambos, sendo que o suposto melanoma irá para análise, para confirmação da sua malignidade.

 

Então, e como te sentes? - perguntam-me.

Bem, não é como se me tivessem dito que tenho pouco tempo de vida, ou que não há solução. 

Porque, à partida, há.

Não sinto nada fisicamente. Não me sinto doente.

 

Se bem que, pensando bem, e com a sementinha já plantada, é muito fácil começar a associar mil e um sintomas a eventuais efeitos do suposto melanoma (que ainda nem certo é), que poderá já ter disseminado a outros órgãos.

Afinal, se está ali há tanto tempo que nem me lembro...

 

Mas, vale a pena fazer filmes?

Não!

É levar com calma, ser positiva, e acreditar que, se fosse assim tão grave, já se teria manifestado de outras formas.

 

O que vale, daqui em diante, é redobrar os cuidados.

É servir de exemplo (infelizmente mau), para que a minha filha evite fazer as mesmas asneiras que eu.

E já sei que, para o resto da vida, vou andar com rédea curta e constantemente vigiada, para o caso de surgirem novos visitantes.

 

Por isso, para quem ainda acha que o cancro da pele é só um mito, algo que usam para nos incutir medo ou impedir de aproveitar o sol, ou que só acontece aos outros, aqui está a prova de que não é assim.

E pode bater à porta de qualquer um.

 

 

Incêndios em Portugal: todos os anos a história se repete

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Eu não sei se quem de direito não está com atenção às "aulas".

Se não estuda a lição diária. 

Se não se prepara para os testes.

 

O que eu sei é que, quando chega a hora da verdade, a nota é sempre negativa.

Mesmo que a teoria esteja toda correcta, chega a prática, e é o falhanço total.

Se calhar, fazia falta um estágio, para treinar a aplicação dos conhecimentos.

 

Portugal é um país que aposta em remediar, em vez de prevenir.

Não é que não queiram.

É que as medidas de prevenção, apesar das boas intenções, não são para todos. E quem mais as deveria cumprir, pouco caso faz delas, ignorando-as, como se, simplesmente, estivessem isentos de tal.

Por outro lado, são duvidosas. E não são, sem dúvida,  suficientes.

 

Portugal é um país sem meios.

Dependente da coragem dos bombeiros para combater os incêndios sem condições mínimas, e enfrentar os perigos para salvar os outros, ainda que eles próprios não se salvem. 

Dependente da população que, perante a inércia de quem deveria agir, põe mãos à obra, com o que tem ao dispôr, mas nem sempre com sucesso.

 

Dizem que a História serve para compreendermos o passado, e nos prepararmos melhor para o futuro.

Ora, Portugal tem uma longa história de incêndios.

De tragédias que não se conseguiram evitar, e que ainda hoje se lamentam.

Mas continua a não estar preparado.

Ano após ano, a história torna a repetir-se.

 

São as pessoas que ficam sem casas, e perdem tudo o que têm. Em casos extremos, a própria vida.

São os animais que correm perigo, e alguns acabam mesmo por morrer.

São hectares e hectares de mato que ardem, e reduzem tudo a um manto negro.

 

Este fim de semana, Portugal voltou a estar em chamas.

Um dos incêndios foi aqui no concelho de Mafra.

Li, depois, que os dois aviões Canadair que estavam a combater o fogo em Mafra abandonaram as operações por não poderem abastecer na base do Montijo, e apenas em Castelo Branco.

Sem comentários...

 

Isto de se morar num país, à beira mar plantado, com imensos campos, serras, e árvores de todas as espécies é muito bonito.

É qualidade de vida. É oxigénio. 

 

Mas é, igualmente, um perigo.

Sobretudo, em tempo de seca, em pleno verão.

À volta de onde moro, para além da famosa Tapada Nacional de Mafra, vítima de vários incêndios ao longo dos anos, há todo um espaço de campo, e terrenos que, neste momento, estão completamente secos. 

E, como aqui, acredito que, um pouco por todo o país, a situação seja semelhante.

 

Já nem se coloca a questão se é fogo posto, negligência ou efeito natural.

Por mais que se tente evitar, e sejam aplicadas medidas (o que pouco ou nada acontece), o que importa é que haverá sempre algum incêndio inesperado.

E, se a prevenção falha, ao menos que o remedeio funcione bem.

 

Mas, também aí, tudo falha. 

Há descoordenação, ausência de meios.

Há serviços que não funcionam quando mais se precisa deles.

Muitas vezes, há um orgulho que impede de pedir ou aceitar ajuda externa.

Há um sacrificar de vidas desnecessário, e evitável.

 

E continuará a haver.

Tudo isso, e muito mais. 

Enquanto se preferir andar a exibir diplomas obtidos pela teoria certeira, em vez de se arregaçar as mangas e mostrar real eficiência, na prática.

 

 

 

 

Baixar a guarda

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- De vez em quando, devias permitir-te baixar a guarda. Descontrair.

- Não posso. Se eu o fizer, coisas más podem acontecer.

- Coisa más acontecerão de qualquer forma...

 

Muitas vezes, as pessoas vivem em constante estado de alerta, porque pensam que, dessa forma, estarão mais  prevenidas, ou mais preparadas, para o caso de alguma coisa acontecer.

A sensação que têm, talvez por experiência própria é que, sempre que se permitem relaxar, descontrair, pensar positivamente e acreditar que nada irá acontecer, acontece sempre algo que acaba por provar o contrário.

 

Mas, o que o que tiver que acontecer, vai acontecer de qualquer forma.

Não temos qualquer poder sobre isso.

E, verdade seja dita, por mais que estejamos em estado de prevenção e alerta, nenhuma preparação será suficiente, para o que vier a acontecer.

 

 

Vacinados versus Não Vacinados

As divisões nas denominações pentecostais parecem estar no gerúndio

 

"Trabalhadores da RTP defendem que não vacinados não devem utilizar espaços coletivos."
"... ninguém que tenha recusado vacinar-se pode impor a sua presença em espaços fechados a colegas que se vacinaram, para proteção própria e para proteção alheia."

 

Não venho aqui defender nenhum dos lados.

Sou uma "não vacinada" assumida. 

O meu marido é um "vacinado".

Cada um foi livre de tomar a sua decisão. E respeitamo-la.

Não digo que não venha a levar a vacina. Mas gostaria que fosse por iniciativa própria, sem "chantagens", "discriminações", "imposições". Pelo real motivo para o qual foi criada.

 

Adiante.

Como referi, respeito tanto quem foi vacinado, como quem não o foi.

E, sempre que vejo a necessidade de apresentar um certificado de vacinação, para poder fazer uma vida normal ou, pior ainda, notícias como esta que li hoje, sobre os trabalhadores da RTP, que querem fazer uma divisão entre vacinados e não vacinados, para protecção, não consigo deixar de me irritar com tamanha estupidez.

Porque, se me falarem de um teste negativo, ainda compreendo, porque é uma informação mais actual e, aparentemente, mais indicadora de que não haverá contágio.

Mas certificado de vacinação?!

 

Qual foi a parte que eu não percebi?

- A vacina não evita que a pessoa vacinada contraia o vírus, mas também não a impede de contagiar os outros, portanto, o risco de contágio funciona nos dois sentidos.

- Em caso de contágio, é a pessoa não vacinada que, por sua conta e vontade, mais risco corre, por os sintomas se manifestarem mais severos.

 

Será que, agora, os vacinados são "seres superiores", que não se misturam com a "ralé" não vacinada?

 

 

Das vacinas, prevenção e contágio das doenças

(o bicho papão da papeira)

Vetores de Garotinha Ter Caxumba e mais imagens de Caxumba - iStock

 

O meu marido foi, há dias, diagnosticado com papeira.

Que é altamente contagiosa.

Alguém o contagiou. Não se sabe quem. E numa altura em que quase todos nos andamos a proteger da Covid-19, até parece estranho apanhar algo que se transmite, basicamente, da mesma forma.

 

A minha filha ainda não teve e, por isso, por prevenção, disse-lhe para se manter afastado dela, e se tiver que ir ao pé dela, para usar máscara.

Eu já tive, em pequena, pelo que, à partida, não correria grande risco.

 

Fui ver se havia vacina, e fiquei a saber que, em Portugal, existe desde 1987.

Funciona numa vacina tripla, contra sarampo, rubéola e papeira.

Depois, fui ver o boletim de vacinas da minha filha, para ver se tinha sido vacinada contra a papeira.

E lá estava, a vacina administrada em 2 doses, a primeira com 1 ano e a segunda com 5 anos.

 

Fui ver o meu boletim. Aparece uma primeira dose com 2 anos. E a segunda, aos 13 anos.

Ora, tendo eu nascido em 1978, quando levei a vacina, em 1980, ainda não havia a da papeira, pelo que suponho que tenha sido apenas imunizada contra a rubéola e sarampo. E antes de ter levado, aos 13 anos, lá contraí a doença que, na altura, me custou horrores.

 

Suponho que o meu marido, tendo nascido em 1983, tenha levado as duas doses da vacina.

Nunca teve papeira em criança. No entanto, agora que é adulto, contraiu.

 

A vacina previne a maioria dos casos mas, sobretudo, a gravidade dos casos.

Não a evita a 100%.

Não impede que alguém vacinado não possa vir a ter.

E que quem tenha tido não possa voltar a ter.

Mas minimiza, em muito, os riscos, e a incidência da doença de uma forma geral.

Seja para uma que já é muito rara nos países desenvolvidos, como a papeira.

Como para as mais actuais, e que ainda são comuns nos dias de hoje.