Confinamento não é sinónimo de ficar em casa por obrigação
No outro dia, dizia-me o meu marido "Deves ser das poucas pessoas que cumpre à risca o confinamento, não sais de casa!".
Dito assim parece que vivo enclausurada! Não é o caso.
Todos os dias vou para o trabalho, faço 4 caminhadas diárias no percurso casa-trabalho-casa.
Quando não vou às compras à sexta-feira ao almoço, vou ao sábado.
Por isso saio, caminho, faço o que tenho a fazer.
Já chegou a acontecer estar em casa, e ter que sair para apanhar ar.
Da mesma forma, se estou bem em casa, porquê sair?
Não é uma questão de cumprir o confinamento, ou de ter receio de apanhar o vírus.
É mesmo porque me sinto bem e não me faz falta andar por aí na rua só para não estar em casa.
Sim, é verdade que, desde que a pandemia surgiu, nunca mais almocei fora, por exemplo. Ou estivemos numa esplanada. Mas eu também não sou mulher disso. À excepção de uma ou outra ocasião especial, é sempre o meu marido que me convence e convida a almoçar fora.
Não sou mulher de andar por aí a tomar o pequeno almoço ou lanche. Normalmente, faço-o em casa. Ou levo de casa.
Não sou mulher de querer sair todos os fins de semana e andar a passear, até porque há muito para fazer em casa, e em tempo de aulas mais ainda.
E se já ando na rua, e farto-me de andar durante a semana, que sentido faz, quando posso estar descansada em casa, andar a cansar-me na rua.
Para fazer os mesmos passeios de sempre? Onde já andámos mil vezes?
Portanto, não me estou a privar de nada, nem a obrigar a nada.
Estou a agir conforma já agia.
Não fico em casa por obrigação. Porque é confinamento.
Fico em casa se, quando, e porque me apetece.