Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada...
Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!
Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada...
Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!
Se os últimos dias do ano até foram relativamente pacíficos, tranquilos, diria até, felizes, o mesmo não se pode dizer dos primeiros dias do novo ano.
A verdade é que 2025 começou com muito stress, e muitos nervos.
E, claro, tudo isso se traduziu, em termos físicos, numa total falta de energia, o corpo todo dorido, e o sistema imunitário enfraquecido e desregulado.
Já para não falar da dificuldade em respirar, que não parece querer dar tréguas (e já lá vão quase 5 anos nisto).
O ânimo perdeu-se, algures, pelo caminho, e não o tenho conseguido encontrar.
Há, antes, uma certa desilusão, uma certa descrença.
Poderia culpar o inverno.
Ou o mês de Janeiro.
Poderia dizer que é da falta de sol e calor.
Mas é, talvez, e apenas, o facto de estar sobrecarregada com mil coisas ao mesmo tempo.
A resolver problemas que nem sequer são meus, mas que não posso delegar em mais ninguém.
A acudir aqui e ali, porque não sei dizer que não (embora já tenha começado a pôr em prática).
A lidar, e recuperar, de alguns sustos inesperados que, felizmente, não passaram disso.
E a digerir uma espécie de decepção que, acredito, pode vir a condicionar, ou inviabilizar definitivamente, um eventual futuro.
Sinto-me como se uma força invisível me estivesse a prender, literal e metaforicamente, os movimentos.
E não me permitisse seguir para lado nenhum.
Talvez na tentativa de me vencer pelo cansaço.
Ou na esperança de me dissuadir do que quer que seja.
Uma vida em suspenso.
À espera de um "empurrão" que, suspeito, tenho que ganhar força e coragem para, eu mesma, dar.
Uma série de apenas 4 episódios, que aborda uma hipotética catástrofe natural, na ilha de La Palma.
Em plena época natalícia, e cheia de turistas, entre eles uma família norueguesa que tem, por hábito, ali passar a quadra todos os anos, há um perigo à espreita: um vulcão prestes a entrar em erupção, e um tsunami capaz de causar estragos inimagináveis.
A narrativa intercala entre o trabalho dos investigadores e o seu dever de alertar, quem de direito, para as suas descobertas e perigos que podem representar, o protocolo a adoptar pelas entidades competentes e o conflito de interesse entre trabalho e família, e os problemas normais das famílias, entre casais, irmãos, pais e filhos.
Por um lado, temos uma jovem investigadora que lança o alerta, e um chefe que não quer cometer o mesmo erro do passado, que quase o fez perder o trabalho, por causar o caos desnecessariamente, por uma ameaça que não se concretizou.
A questão que se coloca é: é preferível o caos, ainda que, no final, tudo corra bem, ou manter a calma e toda a população na ignorância, até ser tarde demais, e ninguém se salvar?
Por outro, trabalhando para uma entidade que tem conhecimento da iminente catástrofe, e sabendo que a sua família corre perigo, o que fazer?
O protocolo diz que, nestes casos, não se pode dar prioridade à família, devendo agir com total isenção de interesses.
Mas é difícil. E nem sempre possível, mesmo para as pessoas aparentemente mais frias.
Marie é a jovem investigadora que dá o alerta.
E, tanto para ela, como para o irmão, Erik, é ainda mais pessoal, porque são ambos sobreviventes de um anterior tsunami, que lhes levou os pais.
Por isso, embora tenham as suas desavenças, farão de tudo para não terem que reviver o passado, e salvarem-se um ao outro.
Quanto à família norueguesa, Jennifer e Fredrik são um casal que parece não estar nos seus melhores dias. Enquanto ela tem apostado em manter a sua saúde física e mental, Fredrik parece não seguir a mesma onda, mesmo com problemas de saúde, desleixando-se e, sem se dar conta, descurando a mulher.
Para além dos problemas conjugais, têm ainda que lidar com um filho autista, e uma filha adolescente à descoberta do amor, com todas as inseguranças inerentes à mesma, acrescidas do facto de perceber que é lésbica, e o que isso significa em termos de discriminação.
No meio da crise, das discussões, dos ciúmes, e das acusações de parte a parte, Jennifer e Fredrik percebem que tudo isso é tão insignificante, quando estão prestes a perder a vida, e a perder-se uns aos outros.
Tudo pode ser resolvido, menos a morte.
E o tempo está a contar.
Perante o aviso, agora do conhecimento público, e com a falta de meios para sair da ilha e procurar um refúgio seguro, tal como no Titanic, em que os salva-vidas não chegavam nem para metade dos passageiros, também aqui, nem todos terão a mesma sorte.
Haja dinheiro, e conhecimentos, mas também coração, coragem e fé.
Porque a lava está a descer a alta velocidade, e a onda gigante já vem a caminho, para arrasar com tudo.
E não só em La Palma.
Uma das cenas mais surpreendentes da série, é o momento em que os investigadores Haukur e Álvaro se dirigem ao topo da montanha, em pleno coração do vulcão, para ali morrer, em grande, junto àquilo que toda a vida estudaram.
Nem sei se se pode dizer que é falta de inspiração. Ou apenas preguiça.
Há sempre qualquer coisa sobre a qual poderia falar, ou comentar, mas...
Não tenho vontade. Porque penso que não é nada de especial e, escrever só para "picar o ponto", não quero.
Mas não é só com a escrita.
Ou uma preguiça geral.
Comecei a ler um livro há semanas, fiquei a meio. Não voltei a pegar nele. Ofereceram-me livros. Comprei outros tantos. está tudo lá parado.
Televisão pouco tenho visto e, o que vejo, não me entusiasma ao ponto de me marcar, e querer falar sobre isso.
Os dias são passados entre casa-trabalho-casa, a tentar dormir o mais que puder porque o cansaço e o sono não me largam.
O meu problema de respiração (que a médica insiste que é ansiedade) não tem fim à vista, nem tão pouco diagnóstico.
Parece-me que, antes de descobrir o que provoca essa dificuldade em respirar, me vão ser detectados outros problemas que nem sabia que tinha.
Foi o caso da endoscopia que fiz esta semana.
Fi-la, na esperança de que alguma lesão no esófago justificasse a dificuldade em respirar. Mas não.
Tenho, realmente, a zona entre o esófago e o estômago, e o próprio estômago, inflamados (colheram amostras e enviaram para análise para perceber a causa), dizem que tenho refluxo, mas não é isso que provoca o problema da respiração.
Aconselharam-me a ir a uma consulta de pneumologia.
Portanto, a saga continua, com a consulta de medicina interna recusada pelo hospital por falta de dados que a justificassem (acho que a médica fez de propósito), e eu sem saber para que lado me virar.
Até porque não posso propriamente andar a correr todas as especialidades por conta própria, para bem da minha saúde financeira.
E é isto.
Espero que, no que falta deste ano, a preguiça dê uma folga, o entusiasmo volte, e consiga compensar estes períodos de abstinência geral.