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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

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Passes sociais: não chega uma boa medida, se tudo o resto não funciona

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Aqui na zona onde vivo, actualmente, um passe para Lisboa custa mais de 100 euros. Se a isso se juntar um horário condicionado, os atrasos que ocorrem quase diariamente, bem como outros transportes que seja necessário apanhar em conjugação com o autocarro, não incluídos no passe, é normal que a maioria das pessoas opte, muitas vezes, por gastar um pouco mais, e levar o seu carro.

É o que tem feito o meu marido.

 

 

Com esta nova medida, de alteração aos valores dos passes sociais, para valores que baixam em mais de metade do valor actual, muitas dessas pessoas vão pensar duas vezes, e preferir deixar o carro em casa, porque a poupança é astronómica, podendo chegar aos 100 euros por pessoa. E é dinheiro que dá jeito.

É uma medida que há muito fazia falta, e que o meu marido tenciona aproveitar. Ainda mais porque, no caso dele, "rema contra a maré" do trânsito.

 

 

Mas, por vezes, não chega uma boa medida, se tudo o resto não funciona.

Se aumenta a procura e utilização dos passes sociais por centenas de pessoas, é necessário que haja transportes suficientes para satisfazer esse aumento, e as necessidades dos utilizadores, sendo necessário um aumento da frota, e uma maior oferta em termos de horários. Um autocarro que hoje leva 40 pessoas não pode, amanhã, levar 80. Ou não deveria...

E, como sabemos, ninguém gosta de se sentir como uma sardinha em lata, ainda mais do que já se sente.

No metro, onde nos dias que correm já é a confusão que é, imaginemos com o triplo das pessoas, todos a quererem apanhar o mesmo, sem ter que esperar pelo próximo, e a querer sair rapidamente, aos empurrões, numa espécie de "salve-se quem puder"?

O Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART) prevê um apoio de 40%, para melhorar e aumentar a oferta, ou criar melhores condições no acesso à rede de transportes coletivos.

Quanto tempo demorará isto a ser feito? Será mesmo aplicado nessas medidas?

 

 

Por outro lado, as empresas de transportes não vão ficar a perder com esta medida.

Sabemos que o dito programa se traduz, igualmente, num apoio financeiro às autoridades de transportes das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto e das 21 comunidades intermunicipais (CIM), dos restantes 60%, aplicado na redução dos tarifários dos passes sociais.

No entanto, como sabemos, nem sempre essas verbas chegam atempadamente e, se as empresas começarem a ver que estão a dar um benefício do qual não têm retorno, poderão querer acabar com a medida, ou manifestar-se, com as consequências que, já sabemos, terão implicações nos utilizadores, que sofrerão pelos transtornos causados.

 

 

Por isso, se não forem asseguradas essas necessidades, vamos acabar por assistir ao efeito inverso, ao retrocesso.

Se não conseguem transporte a tempo e horas, se não existem condições de segurança e comodidade, se não existe oferta horária e maior número de transportes, se nem sempre podem contar com eles, então, as pessoas acabam por preferir levar o carro novamente.

E a medida, acaba por ir por água abaixo.

 

 

 

Imagem: olharesdelisboa

 

Quão importante é ter uma "vida social" activa?

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Dizia o meu marido que, na zona onde morava antes, era-lhe extremamente fácil comunicar com as pessoas e fazer amizades, com as quais acabava por sair, conviver entre jantaradas ou, simplesmente, um café, por exemplo.

E que aqui, onde moramos, é mais difícil porque não há essa abertura por parte das pessoas que cá vivem, ou com quem trabalha. Que são mais desconfiadas, fechadas e não criam muita empatia pelos outros.

Ou seja, antes tinha uma vida social activa. Agora nem por isso. E sente falta. Acha que é bom, que nos faz bem.

Já eu, tenho uma opinião um pouco diferente.

 

 

 

Não sou de amizades relâmpago, como se vê muito por aí. Para mim, as amizades costumam-se ir cimentando, com o tempo e, como tal, desconfio logo quando as coisas acontecem demasiado rapidamente, e quando pessoas que se conhecem há dois dias já se consideram amigas, e já querem combinar saídas e programas em conjunto.

Não é que não goste desses momentos, de sair, de conviver.

Quando era mais nova, também tinha um grupo de amigos, com o qual saía, ia ao cinema, à discoteca, fazíamos jantares de aniversário e passagens de ano, ou nos encontrávamos para um café. Mas, depois, cada um foi à sua vida, uns casaram, outros partiram, outros tiveram filhos, uns separaram-se, e o grupo acabou.

Hoje em dia, não sinto tanto essa falta, como o meu marido. E fico sempre renitente quando ele quer que nos juntemos para um programa qualquer com colegas de trabalho que vai conhecendo, achando que podem vir a formar um grupinho, porque sei que provavelmente, não vai sair dali nenhuma amizade, e que, muitas vezes, ao fim de uns tempos a febre passa, mudam de trabalho e deixam de se falar. 

Ou até mesmo com antigos amigos dele, ou conhecidos, que ao fim de uns anos se lembram de aparecer, ou ele de os procurar, mas dali a uns tempos, com sorte, voltam ao esquecimento.

 

 

 

O meu marido gosta de conhecer pessoas novas, de travar amizades, de falar com toda a gente.

Eu não procuro amizades, nem me faz diferença que, em último caso, para a maioria das saídas, sejamos só os 2, ou os 3. Não me incomoda que a minha vida social seja escassa ou quase nula. Prefiro isso do que estar a ali só por estar, e perder tempo a apostar em algo que sei, à partida, que não levará a lado nenhum. Claro que, se houver oportunidade e as coisas se proporcionarem, gosto. 

 

 

 

Assim, a questão que coloco é: quão importante é para o ser humano ter uma "vida social" activa?

Quão importante é, para vocês aí desse lado? É algo de que precisam, sentem falta, ou não estão preocupados com isso?

É algo que sentem que melhora a vossa vida e a vossa saude, quer física, quer mental? Ou é indiferente?

 

A feira já não é o que era!

 

Longe vão os tempos em que, quem não tinha dinheiro para comprar roupa e calçado nas lojas, ia à feira tentar encontrar produtos mais baratos.

Hoje em dia, arriscamo-nos a ir à feira, e pagar o mesmo ou até mais que numa loja.

Por exemplo, na sexta-feira vi umas botas numa sapataria aqui da vila, que custavam 45 euros.

Ontem, estavam umas semelhantes (mas mais feias para o meu gosto) na feira, ao mesmo preço!

Comprei na sapataria umas botas a 20 euros, numa promoção de fim de colecção do ano passado. 

Na feira, as botas do género rondavam todas os 32/ 35 euros.

 

Penso que até as pantufas de pelo saíram-me mais baratas na Serra da Estrela, do que aqui.

Mas como não vou à Serra...

Chego à conclusão que, na maior parte das vezes, não compensa comprar na feira.

 

É quase como aquela ideia de que ir às lojas dos chineses sai mais barato. Nem sempre.

Uns collants de lycra no chinês, custam € 1,50. Numa loja aqui do centro, € 1,30.

 

Mas depois, temos aqueles achados que valem a pena!

Um conjunto de lençóis de flanela por 10 euros, quando noutra banca me tinham pedido quase 30. Se são de boa qualidade, não sei, mas entre as duas hipóteses, não variava muito.

 

E, depois, há a facilidade com que hoje se compra, até mesmo aquilo que não faz falta.

Quando eu era pequena, tinha que esperar que os meus pais recebessem o abono de família, trimestral ou quadrimestral, penso eu, para poder comprar alguma coisa para mim. E, como não era muito, tinha que escolher aquilo que precisava mesmo, e barato, para dar para mais alguma coisita.

Hoje, chegamos ali, vemos alguma coisa, gostamos, e acabamos por comprar. Mesmo sendo algo que dá jeito, mas que não era mesmo necessário. Há sempre dinheiro.

 

Antes, tínhamos que ir munidos com dinheiro para a feira. Hoje, já há muitas bancas que têm multibanco.

Antes, a feira era maioritariamente dos ciganos. Hoje, vemos proprietários de lojas que vendem nas feiras.

Antes, havia sempre GNR a controlar o que por lá se vendia, e ainda me lembro de alguns feirantes, a vender contrafação, andaram a arrumar tudo à pressa e a fugir. Hoje, nem sinal da polícia.

 

Antigamente, os feirantes não gostavam que andássemos por ali a mexer em tudo, e ficavam irritados se não levávamos nada. Hoje, dizem-nos para ver, experimentar e pegar à vontade!

 

Há uma banca em especial, em que acabamos por parar sempre, para azar da minha carteira. Já em várias ocasiões comprei lá casacos e camisolas para a minha filha. E ontem não foi excepção!

 

Do amor...

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O amor não costuma fazer grandes amizades com as palavras. Sobretudo, quando essas palavras, pronunciadas inúmeras vezes, estão em constante contradição com a forma como aqueles que as dizem, agem.   

Outro dos grandes problemas do amor, é que nós queremo-lo tanto, que muitas vezes o procuramos em várias direções ao mesmo tempo, sem nunca chegar ao final de nenhuma, para saber se ele lá está. E, muitas vezes, tentamos alcançá-lo tão longe, quando ele está perto de nós. Simplesmente, não soubemos decifrar os sinais.

Talvez porque não estivéssemos ainda preparados para o encontrar, para o reconhecer, para o acolher.

Ou porque é tão mais fácil guiarmo-nos por ilusões, por fantasias que vamos criando na nossa mente e que, mais tarde, percebemos que não passaram disso mesmo.

Por vezes, conseguimos percebe-lo a tempo. Outras, chegamos tarde e desperdiçamos aquele amor que estava ali para nós.

Faz parte da vida…

E nós, vamos aprendendo com ela...

Constatações

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"Os portugueses dão preferência aos autores estrangeiros da moda. Os estrangeiros, dão preferência aos autores portugueses clássicos.

Haver alguém que se interesse pelo que é nacional, desconhecido, local e todos os livros que não se encaixam nas duas categorias acima referidas, é um golpe de sorte!"

 

 

Qual é a vossa opinião sobre o assunto?

Que livros costumam procurar, ou sabem que costumam ser procurados, nas livrarias portuguesas?

A literatura portuguesa está boa e recomenda-se, ou nem por isso?