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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Sobre a proposta de alargamento do prazo para o aborto

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Abortar é matar uma vida? Sim.
Existem formas de evitar chegar a esse ponto? Existem.
É um direito que assiste a todas as mulheres, se assim o decidirem? Sim. E ainda bem.

 

Ainda que o Estado proporcione todas as condições, financeiras e psicológicas (que nunca o fará!), para evitar um aborto com base na falta de apoio, a verdade é que nem sempre é, esse, o único motivo para se abortar.
Só quem está prestes a assumir (ou não) essa responsabilidade, que é trazer uma criança ao mundo, a este mundo louco, sobretudo nos dias que correm, tem o direito de decidir se está pronta e preparada para assumi-la em todos os sentidos, ou não.

 

Não é uma decisão que se tome de ânimo leve, deve ser bem pensada, sem pressões alheias (tanto para um lado, como para o outro), e que não se deve basear em promessas vãs, ou em estatísticas de natalidade.
O corpo é da mulher, é ela que passa pelas transformações, pelas dores do parto.
É uma responsabilidade para a vida, que lhe pode mudar a vida, para o bem, e para o mal.
E que, muitas vezes, acaba por ser só dela, quando a outra parte se descarta.
Portanto, sendo ela a única responsável, e a única com a qual só ela poderá contar, é justo que seja da mulher o poder de decisão.

 

Porque as outras pessoas até podem ser contra - cada um tem direito à sua opinião - mas não têm o direito de influenciar ou querer decidir a vida dos outros, com base nas suas crenças e convicções. Até porque depois, no dia a dia, não são elas que lá estarão, a ajudar essas mulheres a quem quiseram fazer desistir de algo que elas não queriam.

 

Sendo totalmente a favor do aborto, concordo com o alargamento do prazo.

Dez semanas é muito pouco, tendo em conta o tempo que leva a perceber ou confirmar a gravidez, e o tempo que se perde em todo o processo, desde que se dá início, até ao acto em si.

Até porque as semanas nem são contadas a partir do dia da concepção, mas da última menstruação (para quem a tem), pelo que está a ser roubado tempo precioso (duas semanas) às mulheres que se decidem pelo aborto.

No entanto, infelizmente, acredito que as alterações propostas vão cair em saco roto, e serão vetadas.

 

 

Amanhecer

(1 Foto, 1 Texto #66)

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Amanhecer...

Quando a noite dá lugar ao dia

Quando a lua cede a sua vez ao sol

Quando a escuridão é vencida pela luz 

 

Amanhecer...

Quando tudo fica para trás

E um novo dia começa

Como uma nova oportunidade

 

Amanhecer...

Carregado de promessas e esperança

De energia renovada

Mas também de responsabilidade

 

Amanhecer...

São apenas uns minutos

Que depressa se desvanecem

Sem hipótese de voltar atrás

 

E, hoje, este amanhecer colorido valeu a pena!

Ainda que, ao longo do dia, os tons vermelhos tenham dado lugar aos cinzentos.

 

 

 

Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1 Texto 

Das legislativas do passado domingo...

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Acredito que uma boa parte da população vota por simpatia com determinado partido ou representante, ou por hábito antigo.

Quantas vezes não ouvimos, sobretudo os mais idosos, dizer que votam em "x" partido porque sempre votaram. Porque os pais votavam. Ou porque gostam muito de "x" líder, porque é muito simpático.

 

Acredito que muitas pessoas votam por saturação com o mesmo de sempre, com esperança numa mudança. 

E que outras tantas o façam apenas numa atitude de desafio, de ser do contra.

 

Acredito que apenas uma pequena parte da população conhece os programas de cada partido, sabe distinguir as promessas exequíveis das promessas vãs, as medidas praticáveis das utópicas, e vota de acordo com aquilo que, dentro do que há, poderá ser o menos mal.

 

Pessoalmente, prefiro um partido que mostra as coisas como elas são, de forma prática, ainda que o cenário oferecido não seja cor de rosa, do que aquele que me diz tudo aquilo que eu gosto de ouvir. Que, no fundo, as pessoas querem ouvir.

 

No entanto, independentemente do motivo que leva alguém a votar, pelo menos, já levou a pessoa a exercer o seu direito.

Vejo sempre tantas críticas à abstenção mas, depois, se as pessoas vão às urnas, e votam, chovem as críticas porque votaram em determinado partido. Ou seja, quase querem que as pessoas levantem o rabinho do sofá e vão votar, mas apenas nos partidos que os outros acham bons.

 

Sou da opinião que, se a pessoa estiver convicta de que está a votar no que lhe parece melhor (ainda que na prática não o seja) deve fazê-lo, sem julgamentos, nem recriminações.

Isto é gozar com quem trabalha

Desenho de Smiley irritado pintado e colorido por Usuário não registrado o  dia 16 de Março do 2016

 

Como se costuma dizer "Quem trabalha para aquecer é o microondas".

Nós, comuns mortais, trabalhamos porque precisamos do dinheiro. Porque chega ao fim do mês e há contas para pagar. Contas que não esperam. Cujo pagamento não se pode adiar para quando calhar.

Suponho que qualquer empresa/ pessoa, que contrate os serviços de alguém, saiba que esse trabalho tem que ser pago. E até sabem, mas algumas estão-se nas tintas para isso.

 

Este mês, foram contratados os serviços de vários seguranças para fazer o Carnaval (4 dias), dizendo que o serviço seria pago após o Carnaval (depreende-se que seria nessa mesma semana, mas a verdade é que o "após" é muito vago).

Enviadas mensagens para saber quando, exatamente, seria feito o pagamento, foram informados pelo responsável que seria até ao fim da semana seguinte. Não foi.

 

Nova mensagem na segunda-feira, após saber que um dos colegas já tinha recebido, e o responsável pergunta se o segurança pode ir a um sítio qualquer buscar o dinheiro, ou seja, gastar gasolina, para receber aquilo que é seu por direito, o que não faz qualquer sentido. Como não podia fazer o pagamento por MBWay, pediu então o IBAN para transferência. Que não fez.

 

Quarta-feira, nova mensagem e o dito responsável pede novamente o IBAN (como se já não o tivesse) para a transferência, que ainda não tinha sido feita, apesar das promessas, dizendo que vai fazer, para o segurança estar descansado. E, de caminho, já a perguntar se o mesmo pode fazer mais serviços. É preciso ter lata!

Sim, porque lata há muita. Dinheiro é que continua a não se ver.

 

Qual é o ojectivo?

Depois admiram-se de ninguém querer trabalhar para ele.

Primeiros serviços, para cativar o pessoal, pagos na mesma semana, ao fim de 2 ou 3 dias.

Quando tem os seguranças garantidos, começa a pagar cada vez mais tarde, sempre com muitas promessas vãs de "é hoje", "é amanhã", "é na próxima semana".

E com o funcionário a ter que se chatear, e estar quase a "mendigar" o que lhe é devido e que esta gente, se tivesse um mínimo de bom senso, deveria pagar sem lhe ser pedido.

 

Qual é o objectivo?

Ficar com o dinheiro a marinar?

Ou nem sequer o têm, e vão dando desculpas?

Estão à espera de trabalho voluntário? De borlas?

 

É que isto é mesmo gozar com quem trabalha, ao mais alto nível.

 

 

 

 

 

 

Isto não é trabalho, é escravatura disfarçada!

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Estão a ver aquela pessoa mesmo branquinha, que não pode apanhar um bocadinho de sol que fica logo vermelha, que usa sempre protector solar factor 50, e leva sempre chapéu de sol para a praia, para se proteger?

Estão a imaginar essa mesma pessoa, enviada para uma espécie de deserto sem qualquer protecção e sem saber para o que ia, estar cerca de 10 horas exposta ao sol, sem poder sair de onde está, a não ser quando lhe derem autorização, caso precise ir à casa de banho, ou na sua escassa meia hora de almoço, únicos momentos em que lhe é permitido sentar-se?

Como é que acham que essa pessoa chegará ao final do dia?

Com sorte, com um valente escaldão e sem se poder mexer. Com azar, sujeito a ir direitinho ao hospital, com desidratação, queimaduras de pele, cefaleias, tonturas, febre e, em casos mais graves, perda de consciência.

 

Como já perceberam, embora ambos os casos fossem graves, isto não aconteceu, como seria de esperar em pleno Agosto, em diversão, numa praia ou numa piscina. Foi mesmo em trabalho.

Que empresa é esta que coloca os seus funcionários a trabalhar nestas condições, neste caso, total falta de condições, sem qualquer protecção? Qual é a empresa que permite que um funcionário seu seja obrigado a estar 10 horas de pé, sem qualquer abrigo, sem o avisar para levar um chapéu ou protector solar, e garrafas de água?

 

 

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E ainda vêm cá dizer que compensa? Compensa para eles, que não passam por metade daquilo que os funcionários passam.

O meu marido saiu do trabalho anterior porque era, psicologicamente, desgastante. Porque tinha que trabalhar vários dias a 12 horas, para poder ter uma folga, e o ordenado não compensava.

Contrataram-no para um posto provisório, que seria de 8 horas, com folgas aos domingos e dois sábados por mês, além dos feriados, até Junho, sendo que depois lhe arranjariam um posto fixo, de preferência mais perto de casa. Promessas...

A realidade foi ter que começar a trabalhar aos sábados e, inclusive, um feriado, ficando com a única folga ao domingo.

A realidade, foi fazerem-no andar a saltitar de posto em posto, a gastar dinheiro em gasolina e portagens, para trabalhar  de 10 a 12 horas por dia, para postos que não ficam nada perto de casa.

A realidade, foi ter que, muitas vezes, gastar dinheiro a comer fora, ou comprar comida por ali, por não saber que condições iria encontrar.

A realidade, foi dizerem-lh o horário que iria fazer nos próximos dias, num dia, e no seguinte alterarem-lhe a vida toda.

Mas a gota de água foi mesmo o último posto em que foi colocado.

Que tenha que trabalhar mais horas que o suposto, custa, mas ainda se faz. Que não tenha computador ou televisão para se entreter, mas tenha ao menos uma cadeira, e um sítio onde comer, também se aguenta. E até se aguentava, com esforço, estar várias horas de pé, desde que no interior.

Mas ter que ficar 10 horas debaixo de sol, em pé, com mau ambiente entre colegas de trabalho, valendo-lhe unicamente os homens da obra, que lhe foram dando garrafas de água para não desidratar, e chegar a casa de tal forma que até metia medo, só de olhar, sujeito a ter problemas graves de saude, não se admite. É desumano. Se todas as empresas têm que ter condições mínimas para os funcionários, onde estavam elas neste caso? 

E se acontecesse algo de grave, quem é que assumia a responsabilidade?

 

É revoltante...

 

Ah e tal, a empresa só tem postos bons. Tinha, há anos atrás. Agora, não me parece.

Ah e tal, a empresa só tem postos de 8 horas. Mentira! Pelos vistos, agora fazem mais.

Ah e tal, a empresa paga bem. Já lá vai o tempo! Agora, paga o mesmo que as outras, por mais tempo de trabalho. 

 

E quem diz esta, diz outras. 

Trabalhos em part time, de 8 horas, a receber 600 euros, trabalhos de 12 horas, de segunda a sábado, a ganhar 800 euros, e por aí fora, é o que mais se encontra hoje, quando se anda à procura de trabalho.

 

Dizem que a escravatura já acabou há muito tempo. Pois não parece que seja verdade. O que me parece, é que ela continua a existir, mas de outra forma, mais disfarçada!