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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Do baile de gala, ensaios e falta de pares

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Há coisas que não consigo perceber, que não me entram na cabeça e me fazem confusão.

O baile de gala dos finalistas, organizado pela escola, é uma delas.

 

Os directores de turma, querendo mostrar o melhor dos seus meninos, e ter a respectiva turma bem vista, esperam que todos participem no baile e, como tal, nos ensaios de dança, para não fazerem má figura na hora.

 

A questão é: há rapazes e raparigas em igual número, para fazerem par, entre os que querem participar?

Não!

 

O que acontece é que há pares que já estão combinados, e há vários alunos, sobretudo raparigas, sem par.

A minha filha é uma delas.

 

Para poder participar nos ensaios, tivemos que alterar o horário da explicação de matemática, que lhe faz falta para a preparar para o exame que aí vem mas, como a directora de turma fazia questão, e dança é algo que ela gosta, assim fizemos.

 

Ontem, foi o primeiro ensaio.

Treinou a parte individual. A parte que pertence às raparigas. Tal como algumas colegas suas.

Depois, quando chegou o momento de ensaiar com o respectivo par, as que não tinham ficaram sentadas a ver, sem fazer nada.

 

Ora, se as raparigas não têm par, nem lhes arranjam um, como foi dito pela directora de turma, que o faria, o que raios vão elas para lá fazer? 

A minha filha já disse que, se no próximo ensaio continuar sem par, deixa de ir.

 

É de lamentar esta falta de organização relativamente aos alunos que querem participar no baile, e respectiva formação de pares.

Adolescência, autoestima e redes sociais

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O que é que estas três coisas têm em comum?

Estão, cada vez mais, ligadas entre si.

 

 

É sabido que uma baixa autoestima pode levar uma pessoa a problemas físicos e emocionais. E, se aos adultos, já traz consequências nefastas, aos adolescentes os estragos podem ser ainda piores.

Eles estão numa idade em que precisam de ser aceites, precisam que gostem deles e da sua imagem, precisam de amizades e grupos com os quais conviver e viver aventuras. Não é fácil sentirem-se excluídos, não estarem dentro da norma, serem diferentes.

 

 

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Por exemplo, uma adolescente que veja as amigas começarem a ter amigos rapazes, a ver que estes se interessam por elas, ou até perceber que as amigas já namoram, e que nada disso acontece no seu caso, vai sentir-se à margem. Para compensar, por achar que talvez tenha defeitos, não seja bonita nem tenha qualidades que cativem os rapazes, e que nunca ninguém gostará dela, ou qualquer outro motivo, vai tentar encontrar aprovação e elogios que lhe elevem a autoestima, e a façam acreditar que também consegue o mesmo que as outras.

As redes sociais são um dos meios mais eficazes para o conseguir. Conhecem rapazes de qualquer lugar, muitos com perfis falsos, com os quais mantêm conversas que resultam, muitas vezes, em pedidos de fotografias que as adolescentes enviam, na esperança de receber os tão almejados elogios. Fotografias que podem pôr em risco a sua vida, ser usadas de forma abusiva e divulgadas entre outros, ou até para fins criminosos.

 

 

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Como se costuma dizer, a culpa não é só deles. Eles "deitam a escada", só sobe quem quer. E elas querem muito. Vale tudo por um "és linda", "és perfeita", "tens um corpo fantástico", "és uma querida" e por aí fora. Ainda que metade desses elogios possam ser falsos. E sendo que, na maior parte das vezes, mesmo verdadeiros, escondem segundas intenções. 

Mas isso somos nós, adultos, que compreendemos. As adolescentes não têm ainda essa noção, e para elas essa subida da autoestima é fantástica, ignorando que podem vir a pagar um preço bem alto por ela.

 

 

Da mesma forma, funcionam todos esses desafios e jogos sem sentido que se vão fazendo nas escolas, ou em directo nas redes sociais, e que já resultaram em mortes para os adolescentes que os aceitaram, porque não queriam ser diferentes, porque queriam fazer uma coisa espectacular e ser famosos, porque queriam, de alguma forma, ser aceites e fazer aquilo que, supostamente, os adolescentes normais fazem. O que não percebem, é que os adolescentes normais não precisam de fazer nada disso.

 

 

Mas tudo isso só saberão se tiverem um grande suporte emocional por detrás, que ajude estes adolescentes a viver esta fase da sua vida sem correr riscos desnecessários, elevando-lhes a autoestima e incutindo-lhes confiança em si próprios, mostrando-lhes o valor que têm, e o que os torna diferentes mas especiais à sua maneira.

Caso contrário, descobrirão, agora ou somente mais tarde, quando atingirem uma outra maturidade, ou quando forem atingidos pelas consequências dos seus actos.

 

 

É certo que, já nos meus tempos de adolescência, existiam perigos e situações semelhantes, mesmo sem redes sociais, que nem sonhávamos que viessem a existir. 

No entanto, hoje, as redes sociais funcionam, cada vez mais, como uma bola espelhada, que reflete a luz em várias direcções, multiplicando os efeitos de algo que, por si só, já é grave.

O Sítio Secreto de Tana French

 

E eis o livro que tanto tempo demorei para terminar!

O Sítio Secreto, da autora Tana French. Dois colégios, uma vítima mortal, oito suspeitas.

 

A história passa-se entre as raparigas do colégio St. Kilda's e os rapazes do colégio Colm's, e vai alternando entre a actualidade - um ano depois do acontecimento que desencadeou tudo o resto, e o que aconteceu até então.

E que acontecimento foi esse? Chris Harper, um jovem do Colm´s, aparece assassinado nos jardins do St. Kilda's. Nessa altura, as suspeitas recairam sobre o jardineiro, mas ninguém conseguiu provar nada e o caso ficou sem pernas para andar.

Um ano mais tarde, uma das alunas - Holly - filha de um polícia, leva até ao detective Moran uma fotografia do rapaz assassinado, com a legenda "Sei Quem o Matou"! Fotografia essa que encontrou no quadro do colégio designado por "Sítio Secreto". Um quadro onde qualquer aluna poderá afixar o que lhe apetecer dizer, sem que ninguém saiba quem foi que lá pôs.

Na posse dessa foto e da mensagem que ela contém, que não se sabe quem escreveu e colocou no quadro, Moran e Conway vão até ao St. Kilda's inquirir novamente todas as alunas. Será que foi alguma brincadeira? Ou alguém sabe ou viu mesmo alguma coisa e calou-se todo este tempo? E porque é que agora resolveu afixar essa mensagem? 

No entanto, de entre as alunas, apenas oito se destacam e se tornam suspeitas, divididas em dois grupos rivais. De um lado, Joanne, Gemma, Alison e Orla, também conhecidas por Daleks. De outro, Holly, Julia, Selena e Rebecca.

Foi nesta fase que fiquei estagnada, porque a autora vai contando o que foi acontecendo no colégio St. Kilda's, desde que este segundo grupo foi para lá estudar: as peripécias características de uma escola, as amizades, os encontros com os rapazes, o que fazem para se entreter nos tempos livres, as rivalidades, as competições, as implicâncias, as parvoíces próprias desta idade. Mas, acima de tudo, a autora vai descrevendo cada uma delas através dos seus comportamentos e acções.

Pelo meio, vamos tendo interrogatórios pouco esclarecedores, mentiras, omissões, protecção entre amigas e acusações entre rivais, num verdadeiro "jogo do empurra" de suspeitas de umas para as outras, para desviar a atenção delas próprias.

Só então, já quase a meio do livro, é reduzido o número de suspeitas a 4! Vão-se desvendando alguns segredos, vão-se ligando alguns pontos que ainda estavam soltos, e a autora faz-nos, num momento, acreditar que a assassina é uma determinada aluna para, no momento seguinte, nos dar a quase certeza que é outra, e logo em seguida, nos fazer mudar de opinião e concentrar a nossa atenção noutra, até que finalmente descobrimos como tudo aconteceu, os motivos, a justificação para determinadas acções, os segredos que se escondiam naquele colégio de freiras, os pactos, as promessas quebradas.

No final, resta apenas saber quem, afinal, colocou aquela mensagem no Sítio Secreto... 

Ser mãe de meninas

 

Começa a ser cada vez mais complicado à medida que elas vão crescendo e se tornando pequenas mulheres!

Eu que o diga!

Ainda ontem fomos os três a uma festa popular aqui da zona. Como gostamos os três de dançar, costumamos dançar à vez, ou seja, eu danço uma música com o meu marido, outra com a minha filha, e assim sucessivamente.

Mas acabo por nunca estar descontraída porque os meus olhos estão sempre postos na minha filha. É certo que não podemos estar sempre a pensar no pior, mas basta uma distracção para o pior acontecer. Nunca nos afastamos mais que uns metros dela, mas mesmo assim, é preferível estar sempre com atenção.

Ontem, por exemplo, numa dessas músicas que estava a dançar com o meu marido, a minha filha sentou-se no banco, à espera da sua vez. Quando olho para lá, vejo um rapaz com um aspecto não muito recomendável, a fumar, sentado ao lado dela. Disse logo ao meu marido - "fica de olho nela", e fomos imediatamente dançar para o lado onde ela estava. 

Já depois de termos saído da festa, o meu marido disse-me que o tal rapaz já tinha feito sinal a outro e apontado para a minha filha. O que isso quereria significar, não sei nem quero saber.