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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

A rapidez e eficiência da Segurança Social

(só que não)

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Em setembro, por se ter confirmado ser uma doente oncológica, foi-me atribuído um Atestado Médico de Incapacidade Multiuso, com grau de incapacidade de 60%.

Quando mo entregaram, não fazia a mínima ideia de para que servia, mas logo pesquisei e me informaram das várias vantagens, que a nível fiscal, quer a nível de apoios da Segurança Social, entre outras.

Ainda em Setembro, fiz o pedido de alteração de dados no portal das Finanças, e enviei uma cópia do atestado para a Direção de Serviços de Registo de Contribuintes.

Cerca de 3 semanas depois, a alteração foi confirmada.

 

Na mesma altura, submeti o pedido de prestação social para a inclusão no site, através da Segurança Social Directa.

O pedido esteve em análise quase 2 meses.

Liguei para lá, não fosse dar-se o caso de faltar alguma coisa, ou ter que enviar o atestado em papel, mas disseram-me que não, que tinha que aguardar que estes pedidos podiam demorar a ser analisados.

Uns dias depois, ao consultar, vejo que consta do processo que o atestado é inválido.

Volto a ligar, para saber o porquê, mas não me souberam explicar ao certo. Talvez faltasse o número de processo. Ou talvez fosse outra coisa. 

Achei estranho. Para uma entidade pública era válido, para outra não?

Mas, como já tinha feito contas, e chegado à conclusão de que não teria direito à prestação solicitada, nem me preocupei mais.

 

Esta semana, cinco meses depois do pedido, recebo uma carta da Segurança Social a informar que o pedido tinha sido deferido!

Embora, apesar disso, não houvesse lugar ao pagamento de qualquer prestação, de acordo com os cálculos que anexaram.

 

Ou seja, o atestado sempre era válido.

Demoraram foi meses para fazer umas contas, e dar uma resposta!

 

A vantagem de morar perto do hospital...

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... é marcar a consulta, ir até casa e voltar, para ser atendida, três horas depois!

 

Apesar dos votos habituais de saúde para o novo ano, 2023 não fez caso, e trouxe, à minha filha, uma amigdalite.

Começou a sentir dor na segunda-feira. Quando saiu do trabalho, à tarde, estava com febre.

Entretanto, como tomou comprimidos e pastilhas, melhorou.

 

Aqui em Mafra, para sermos vistos por um médico, ou tentamos consulta do dia, no Centro de Saúde, entre as 8h e as 20h (que nunca é assim porque, muitas vezes, a meio da manhã, já não há vagas), ou vamos ao Atendimento Complementar (24 horas), caso não haja vagas no Centro de Saúde, ou fora daquele horário (8h-20h).

Só que, em horas normais, está sempre muita gente.

Ou vamos de manhã cedo, aí pelas 6h/7h, ou a partir da meia-noite.

 

Na terça-feira, a minha filha só trabalhava da parte da tarde, pelo que deixei-a dormir de manhã.

Continuava com dor.

Quando lhe vi a garganta, ao almoço, disse logo: tens mesmo que ir ao médico para te receitarem antibiótico, estás com amigdalite.

Foi trabalhar, com um arsenal de pastilhas e ibuprofeno para atenuar.

À noite, quando saíu, seguimos directamente para o hospital.

 

Marcada a consulta às 21.11h, foi-nos dito que tínhamos mais de 30 pessoas à frente.

Como moramos perto, fomos a casa para a minha filha jantar e descansar um pouco.

Eu adiantei algumas coisas em casa. Ainda dei colo à bichana e comecei a ler um livro.

Cerca das 23h, voltámos ao hospital.

Ainda tínhamos 12 pessoas à frente (e isto porque tinha havido várias desistências).

Esperámos por lá mesmo.

Foi atendida já passava da meia-noite, após 3 horas de espera (não está mau).

 

Num curto espaço de tempo, e quando digo curto, é mesmo curto, à volta de 7 minutos, se tanto, 3 pessoas foram atendidas pelo mesmo médico. Um médico que tinha entrado há poucos minutos ao serviço.

O que me leva a questionar se os que estavam de serviço, até aí, estariam a atender à velocidade de caracol (e daí tanta gente à espera, e tanto tempo de espera), ou se demoram cerca de 20 minutos com cada utente, num atendimento demasiado atencioso, e seria este último a estar mal.

Mas a verdade é que, no caso da minha filha, e se calhar, de tantas outras pessoas, não havia muito por onde demorar. Era só ver a garganta e passar a receita.

 

Como já era tarde e, para nosso azar, a farmácia de serviço ficava a mais de 10km, acabámos por ir directamente para casa. Estava com febre novamente.

Chá de limão quente, mais ibuprofeno e tentar controlar a coisa até ao dia seguinte, para comprar os medicamentos na farmácia ao pé do meu trabalho.

 

Infelizmente, havia ali pessoas, que tinham chegado à tarde, e já iam com várias horas de espera, sem ter para onde ir.

Infelizmente, há hospitais ainda com mais tempo de espera, para onde nem vale a pena ir, e cujas situações seriam fáceis e rápidas de resolver.

Talvez por isso, muitos tenham desistido.

Mas é o que temos. E quem precisa, tem que ser paciente, e resiliente.

 

Vou onde os meus olhos me levarem

(e desta vez, levaram-me à Multiopticas)

Óculos redondos

Há muito que precisava de uns óculos novos.

Normalmente, costumo comprar os meus óculos no Oculista Cristal D'Ouro, em Lisboa.

Mas isso implicaria ter que lá ir, pelo menos, dois dias diferentes, e gastar dinheiro em transportes. Apesar do desconto que teria, não compensava.

 

A minha filha precisava de óculos também.

Com ela, costumo ir à Optivisão, aqui em Mafra.

Também nada a apontar mas, a variedade em termos de armações não é muita, e costumam ser caras.

 

Por isso, decidi experimentar a Multiopticas.

Gostei do atendimento, e da simpatia de todos.

Tivemos desconto de 50% na armação.

Digamos que, quanto à minha, acho que gostei mais dela no dia em que experimentei, do que agora, que os fui buscar. Mas a da minha filha fica-lhe mesmo bem.

Ainda comprei uns óculos de sol, cujo valor também foi arredondado em jeito de desconto.

Fomos na 2ª feira. Na 4ª, os óculos estavam prontos. Muito rápido, dadas as especificidades das nossas lentes.

Fiquei satisfeita.

 

Normalmente, quando gosto, tenho tendência a ir sempre ao mesmo sítio.

Mas não faço "contratos de fidelização", por isso, a qualquer momento, posso mudar.

E sempre vou distribuindo o meu dinheiro por todos!

 

Quanto à visão, propriamente dita, a minha graduação não mudou, para já.

Mas o optometrista disse que, dentro de um ou dois anos, é provável que a minha visão ao perto seja afectada, e tenha que usar lentes progressivas.

Já a minha filha, aumentou ligeiramente para ficar com a visão a 100%.

 

 

"Desapaixonar"

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Será que nos "desapaixonamos" com a mesma facilidade e rapidez com que nos apaixonamos?

Para mim, a paixão funciona como uma ignição, um acelerador, um impulsionador, que nos faz sentir vivos, agir, experimentar, ter prazer naquilo que fazemos, ou naquilo que estamos a viver, e senti-lo de uma forma intensa, que mexe com todos os nossos sentidos, de uma forma boa. 

 

Dizem, os entendidos na matéria, que seria impossível as pessoas viverem em permanente estado de paixão, porque não fomos programados para viver em clima de constante expectativa e excitação.

É por isso que a paixão, ao fim de uns tempos, passa e, ou é o fim de tudo, ou dá lugar a outra etapa do processo.

Isto aplica-se ao que (quem) quer que seja que nos tenha feito, em algum momento, apaixonar.

 

Ou seja, depois de ser ligado, posto a funcionar, e experienciado de forma mais extravagante, o ritmo inicial abranda, e passamos a uma espécie de marcha regular. Da mesma forma que baixamos o fogão para cozinhar em lume brando, lentamente.

Não é que seja mau.

Quando fazemos e vivemos tudo demasiado depressa, com demasiado entusiasmo, quase num estado de delírio, experimentamos diversas sensações, mas acabamos por menosprezar outras.

Ao acalmarmos, conseguimos vislumbrar outros aspectos também importantes, temos outro tipo de vivência que pode ser, também ela, feliz, plena e prazerosa.

 

Ainda assim, sinto que, por vezes, era bom voltar a pisar o acelerador, voltar a sentir as emoções de outros tempos, ou novas, de uma forma mais apaixonada.

Afinal, o que nos move é a paixão. Seja em que campo for, e pelo que for.

A vida é feita de paixões.

Umas, maiores. Outras, nem tanto.

Umas mais importantes que outras.

Umas, mais prolongadas. Outras, mais efémeras.

Então, o que esperar de uma vida que não tenha, de vez em quando, uma paixão?

 

O que nos resta, quando nos desapaixonamos, e não houver nada que nos volte a apaixonar?