O desafio era simples.
Cada uma tinha que segurar o seu balão com as pernas, e aguentar o máximo de tempo com ele cheio. Numa das mãos, tinham um alfinete.
O balão representava, naquele caso, a sua paciência.
A única coisa que poderiam mexer, era a mão que segurava o alfinete no ar que, suponho, utilizariam para rebentar o balão quando já não aguentassem mais.
Quem chegasse ao final do desafio com o balão cheio, ganhava um prémio.
A moderadora deu início ao desafio e, o que é que aquelas mulheres fazem todos em menos de 2 segundos?
Rebentam os balões das outras! À excepção de uma, que nem teve tempo de agir e já tinha o seu balão rebentado, e de outra, que rebentou o seu próprio balão sem querer.
O que se retirou deste desafio?
Que, muitas vezes, as pessoas, em vez de tentarem manter a sua paciência e o seu balão cheio, preferem estoirar a dos outros!
É algo inato, impulsivo, que parece estar programado pelo nosso cérebro.
Nenhuma daquelas mulheres percebeu o que lhes foi explicado, e o que era suposto fazer. Todas elas poderiam ter ganhado! Bastava que permanecessem quietas. E, quando a moderadora lhes explicou isso mesmo, perceberam o quão parvas tinham sido.
É isto que acontece também na vida real, não só no que respeita às relações entre casais, mas às relações em geral.
Mais do que se preocuparem se o seu próprio balão está cheio ou rebenta, o que importa é que, de qualquer das formas, os baloes dos outros estejam rebentados.
É mais fácil dirigir as nossas forças contra os outros, do que virá-las para nós mesmos.
Muitas vezes, as pessoas vivem mais felizes com o mal dos outros, do que com o seu bem. Apontam mais para os defeitos dos outros, do que para os seus. Criticam mais as acções dos outros, sem se perguntarem se fizeram diferente ou sequer, fizeram algo?
Este é um bom retrato da sociedade em que vivemos, visível através de um simples desafio, e uma simples atitude.
No caso concreto desta experiência, a intenção era mostrar a estas mulheres que, numa relação, os balões devem estar mais ou menos ao mesmo nível e, sempre que um deles estiver a descer, cabe ao outro tentar fazê-lo subir. Não com críticas, com imposições, mas com atitudes e palavras positivas, de incentivo. E que devem pensar duas vezes e tentar ser mais pacientes, para que o balão do outro lado não estoire, e se acabe a "brincadeira" ainda esta mal começou.
Quanto à única que, no meio de todas, rebentou o seu próprio balão, só posso concluir que, na ânsia de querer rebentar o balão do outro, através das suas atitudes, não percebe que ela é quem sai mais prejudicada. Que é a ela que, efectivamente, está a fazer mal, ao não dar uma oportunidade, ao não se permitir ser feliz, preferindo afastar todos do seu caminho.