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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Quantos balões ainda mantêm intactos?

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No universo dos balões dos sentimentos, quais aqueles que ainda se mantêm intactos, e quais os que já levaram uma (ou várias) alfinetadas.

Que balões, mesmo não sendo picados, já começaram a esvaziar?

Quais aqueles que poderiam rebentar, por não fazerem falta?

E quais são os mais são protegidos, por serem essenciais?

O desafio do balão

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O desafio era simples.

Cada uma tinha que segurar o seu balão com as pernas, e aguentar o máximo de tempo com ele cheio. Numa das mãos, tinham um alfinete.

O balão representava, naquele caso, a sua paciência.

A única coisa que poderiam mexer, era a mão que segurava o alfinete no ar que, suponho, utilizariam para rebentar o balão quando já não aguentassem mais.

Quem chegasse ao final do desafio com o balão cheio, ganhava um prémio.

 

 

A moderadora deu início ao desafio e, o que é que aquelas mulheres fazem todos em menos de 2 segundos?

Rebentam os balões das outras! À excepção de uma, que nem teve tempo de agir e já tinha o seu balão rebentado, e de outra, que rebentou o seu próprio balão sem querer.

O que se retirou deste desafio?

Que, muitas vezes, as pessoas, em vez de tentarem manter a sua paciência e o seu balão cheio, preferem estoirar a dos outros!

É algo inato, impulsivo, que parece estar programado pelo nosso cérebro.

Nenhuma daquelas mulheres percebeu o que lhes foi explicado, e o que era suposto fazer. Todas elas poderiam ter ganhado! Bastava que permanecessem quietas. E, quando a moderadora lhes explicou isso mesmo, perceberam o quão parvas tinham sido.

 

 

É isto que acontece também na vida real, não só no que respeita às relações entre casais, mas às relações em geral.

Mais do que se preocuparem se o seu próprio balão está cheio ou rebenta, o que importa é que, de qualquer das formas, os baloes dos outros estejam rebentados.

É mais fácil dirigir as nossas forças contra os outros, do que virá-las para nós mesmos. 

Muitas vezes, as pessoas vivem mais felizes com o mal dos outros, do que com o seu bem. Apontam mais para os defeitos dos outros, do que para os seus. Criticam mais as acções dos outros, sem se perguntarem se fizeram diferente ou  sequer, fizeram algo?

Este é um bom retrato da sociedade em que vivemos, visível através de um simples desafio, e uma simples atitude.

 

 

No caso concreto desta experiência, a intenção era mostrar a estas mulheres que, numa relação, os balões devem estar mais ou menos ao mesmo nível e, sempre que um deles estiver a descer, cabe ao outro tentar fazê-lo subir. Não com críticas, com imposições, mas com atitudes e palavras positivas, de incentivo. E que devem pensar duas vezes e tentar ser mais pacientes, para que o balão do outro lado não estoire, e se acabe a "brincadeira" ainda esta mal começou.

 

 

Quanto à única que, no meio de todas, rebentou o seu próprio balão, só posso concluir que, na ânsia de querer rebentar o balão do outro, através das suas atitudes, não percebe que ela é quem sai mais prejudicada. Que é a ela que, efectivamente, está a fazer mal, ao não dar uma oportunidade, ao não se permitir ser feliz, preferindo afastar todos do seu caminho.

Somos como um balão!

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Ao longo do nosso dia, algumas situações menos boas vão-se acumulando, como o ar que vai enchendo, aos poucos, um balão.

Da mesma forma, acontecem outras que compensam as primeiras e, de certa forma, soltam a boca do balão por momentos, esvaziando algum do ar que lá se encontrava.

Se o balanço final for positivo, e conseguirmos pôr para trás das costas o menos bom, é possível que cheguemos ao final do dia com o balão vazio. E que bem que sabe soltar todo aquele ar que se foi acumulando!

 

 

No entanto, este processo vai-se repetindo ao longo da nossa vida, e o balão, de tantas vezes que se enche e esvazia, começa a ficar mais enfraquecido.

Por outro lado, não é saudável andar sempre com ar dentro do balão, por pouco que seja, sem o conseguir soltar. Até porque, quanto mais ficar acumulado, mais depressa o balão enche, e mais fraco e susceptível de rebentar se torna.

 

 

O resultado, num ou noutro caso, é que corremos o risco de, um dia, sem contarmos, o balão, simplesmente, rebentar. 

Se for por excesso de ar, muito mais rapidamente, é certo, e muito mais previsível.

Se pelas várias metamorfoses que foi sofrendo ao longo do tempo, mais demoradamente, e de forma imprevisível.

 

 

E o que acontece, quando o balão rebenta?

Para além de não haver nada a fazer, e ter que ser substituído por outro, pode atingir tudo à sua volta com os estilhaços daí resultantes.

Haverá sempre consequências, e mudanças.

Mas nem sempre o podemos evitar...