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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Alvos fáceis

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Por vezes, parece que nos tornamos um alvo fácil.

Tão fácil, que somos atacados em várias frentes, e ao mesmo tempo.

Como se o nosso escudo se tornasse frágil demais para evitar. Ou se perdesse totalmente o seu efeito.

Quando vem um ataque de cada vez, ainda nos conseguimos defender. Afinal, só temos uma ameaça na qual nos concentrar.

Mas, quando começam a disparar de vários lados, ora de um lado, ora do outro, por mais que nos tentemos proteger,  acabamos por perder a força.

Por nos deixar atingir, sem ripostar, na esperança de que os disparos cessem.

Que as munições acabem.

Ou que os ataques se redireccionem para outro alvo, por verem que este já está danificado o suficiente.

Porque só assim, consiguiremos respirar fundo, recuperar e reerguer.

A "ressaca" do Natal

(1 Foto, 1 Texto #65)

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Depois da correria, da azáfama, da euforia, e da noite de festa, eis que o dia amanhece tranquilo.

E, surpreendentemente, tendo em conta o frio dos últimos dias, quente!

Pelo menos, pela hora de almoço.

 

A "ressaca" do Natal faz-se sentir.

As pessoas acordam mais tarde.

E, muitas, deixam-se ficar em casa.

Afinal, ainda há um almoço. Mais comida e bebida. Mais celebração.

 

Mas há, também, que pôr a casa em ordem (mínima).

Há papéis de embrulho, caixas e caixinhas, sacos e saquinhos, fitas, laços e lixo para despejar.

Arrumar, nem que seja provisoriamente, os presentes recebidos.

 

E há a própria vida, que segue, porque é mais um dia.

Mas as ruas da vila estão desertas.

Só uma ou outra pessoa a passear o cão, mais por obrigação, do que vontade de sair.

Um ou outro corajoso, a fazer exercício. Quem sabe para compensar os excessos da noite.

 

Os cafés estão fechados e, por isso, o convívio faz-se em casa.

Embora meia dúzia de "gatos pingados" tenha vindo à rua fumar.

E trocar dois dedos de conversa.

Talvez para fugir, por instantes, do ambiente familiar.

 

Até o sol parece ter pouca vontade de se fazer sentir, deixando as nuvens levarem a melhor durante a tarde.

Uma tarde meio cinzenta, parada, calma, insossa.

À excepção das cabrinhas, que por ali andam a ver o que se pode comer. 

E dos coelhos bravos que, àquela hora, estão animados, e prontos para a correria.

 

Na objectiva, o retrato de um dia prestes a despedir-se.

Um último raio de sol.

Uma vila solitária e recolhida.

Gente que, naquele dia, fica dentro de portas, a recuperar para o dia seguinte.

A "ressaca" da "ressaca do Natal"!

 

Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1 Texto 

Grandes perdas levam a grandes mudanças?

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Será?

A vida ensina-nos, ou tenta mostrar, em diversas ocasiões, que não nos devemos prender ao que quer que seja.

Porque nada é eterno. 

Nada permanece para sempre.

 

E, ao longo da vida, são várias a perdas que vamos tendo.

Umas, maiores.

Outras, mais insignificantes.

Em qualquer uma delas, a vida tenta fazer-nos ver que, até nas grandes perdas, podemos ter a oportunidade para grandes mudanças. 

 

Sim, há perdas que nunca se poderão "compensar". 

O que perdemos, nem sempre é substituível.

Por vezes, era mesmo único.

 

E sim, nem sempre dá para recuperar o que perdemos.

Mas dá para recomeçar, recriar, inovar, actualizar, seguir em frente, e ver as coisas de uma nova perspectiva.

Quem sabe aquilo que tínhamos não nos prendia e, ao perder-se, liberta-nos para algo diferente, e melhor?

Quem sabe não era, exactamente isso, o que precisávamos?

Perder o controlo...

O que é Ilusão e o que é Real.jpg

 

Por vezes, acontece.

Numa questão de segundos.

 

Estamos a nadar e, de repente, ficamos sem pé.

Estamos a segurar o volante mas, repentinamente, a nossa mão larga-o.

Estamos a tentar mantermo-nos acordados mas, subitamente, os olhos fecham.

Estamos a agarrar as rédeas mas, inesperadamente, elas soltam-se.

 

Acreditamos que temos tudo controlado. E até tínhamos.

Mas, do nada, perdemos o controlo.

 

Nesse momento, o pânico invade-nos.

Queremos, rapidamente, recuperar o controlo.

No entanto, com a mesma rapidez com que o queremos recuperar, o mais certo será perdê-lo definitivamente.

Como quem esbraceja para se manter à tona, cansando-se, e acabando por se afogar.

 

Por isso, por vezes, a melhor forma de recuperar o controlo é, primeiramente, manter a calma.

Observar.

E, só então, agir.

De forma precisa, e certeira...

 

 

 

 

 

 

Quando as aparências contam mais que tudo o resto

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Estava a ter início o estado de emergência, quando começaram a fazer alguma coisa neste edifício.

Pelo que soube, havia um comodato à Santa Casa da Misericórdia mas, como nunca chegaram a fazer nada, o edifício voltou para as mãos da Câmara Municipal, que entendeu que era urgente a intervenção, uma vez que estamos numa zona que até tem ao lado uma igreja e um palácio históricos, e não era estético.

Além disso, era usado para fins menos próprios, pelo que era preciso cortar o mal pela raiz.

E eu pensei "Mais vale tarde, que nunca. Ao menos, que dêem um uso ao edifício". 

Assim, como podem ver, toda a frente foi pintada, as ervas do quintal arrancadas, todo o lixo retirado e, apesar de não se conseguir ver, levaram o mobiliário velho que lá havia dentro.

Para evitar intrusos, entaiparam portas e janelas, à excepção de uma lá no alto.

Só que, para já, foi mesmo só isso que fizeram.

 

 

Edifício da Misericórdia de Mafra palco de actividades marginais ...

 

Durante anos, este edifício esteve assim: degradado, abandonado, esquecido. Servia para actos de vandalismo, para morada de drogados e sem abrigo, para colónia de gatos, para depósito de lixo.

Agora, é verdade, tem outro aspecto. Está mais bonito. De cara lavada. 

Mas falta tudo o resto.

De que adianta esta bonita aparência (que mais dia menos dia tende a desaparecer), se o edifício ficar, de novo, mais uns quantos anos sem qualquer uso ou utilidade?

Só para ficar bem na fotografia? 

 

 

Imagens: Marta e jornaldemafra