Depois de Já Te Disse Que Te Amo e de Já Te Disse Que Preciso de Ti, chega o terceiro e último livro da colecção, da autora Estelle Maskame.
No final do último livro, e depois de tudo parecer encaminhar-se para um final tempestuoso, mas feliz, Tyler acaba por ir embora, com a promessa de, um dia, voltar, deixando Eden entregue a si mesma, e a lidar com a confusão que ambos causaram, e com todas as consequências que daí resultaram.
Foram vários os meses sem notícias, sem respostas às mensagens, com chamadas ignoradas.
Foram vários meses de rejeição por parte do pai, do meio irmão Jamie, de amigos e de todos, em geral.
Foram vários meses de choro, de raiva, de dúvidas, de incertezas.
Hoje, Eden não suporta ver casais felizes, nem nada que esteja relacionado com amor. Hoje, Eden não quer ouvir falar de Tyler, nem tão pouco vê-lo à sua frente, algo que não acredita que aconteça, de qualquer forma.
Até ao dia em que ele volta, e ela se vê frente a frente com a pessoa que nos últimos meses passou a odiar.
Ali está ele, como se tivesse apenas ido passar uns dias fora e estivesse de volta, com um sorriso na cara, que depressa desaparece quando se depara com a reacção de Eden.
Por onde andou Tyler todo este tempo? O que fez? Como é agora a sua vida? Porque razão deixou Eden sem qualquer explicação durante todos aqueles meses, e volta agora?
Eden diz-lhe que já não o ama, que já desistiu dele há muito tempo, que nada resta e é tarde demais. Que não o quer ver. Será verdade?
Mas a sua madrasta, decidida a tentar resolver todos os problemas pendentes que afectam a sua família, desde que os dois largaram a bomba e a fizeram explodir, organiza um fim de semana em família, para finalmente conversarem e entenderem-se.
No entanto, as coisas não estão a correr bem para ninguém.
Eden ouve palavras duras do pai, e fica com a certeza de que ele a odeia, e nunca haverá uma relação de pai e filha entre eles.
Tyler não consegue convencer o padrasto de que as coisas mudaram, nem tão pouco ver o seu pedido de desculpas aceite.
Jamie não suporta nenhum dos dois - Eden e Tyler - e parece mesmo sentir nojo deles.
E Ella começa a desesperar, no meio de uma batalha entre os próprios filhos, a enteada e o seu marido. Ella tem a sua opinião, e apoia incondicionalmente o filho, mesmo que as suas atitudes não sejam aquelas que o marido gostaria.
Esta parte da história, tal como a primeira, acaba por explorar muito a vertente psicológica das várias personagens.
Porque reagem da forma que reagem, o que está por detrás dessas atitudes, o que nunca foi dito e que agora vem à tona.
Se tivesse que resumir este livro numa palavra, seria "perdão".
É um livro sobre perdoar aqueles que nos magoaram, e perdoarmo-nos a nós próprios, pelos erros cometidos.
De encontrar um sentido para a nossa vida, de ter um objectivo traçado, de agir por nós, e não pelos outros.
De darmos, a nós e aos outros, uma nova oportunidade de fazer as coisas certas, de forma certa, com maturidade, com certezas, com confiança.
De deixar de recear a opinião dos outros, e preocuparmo-nos mais com o que realmente desejamos.
De tornarmos aquele lugar onde nos sentimos bem, o nosso lar.
Confesso que fiquei surpreendida por tudo o que fui descobrindo. Depois de tudo, algumas revelações provocam mesmo uma espécie de choque, e levam tempo a compreender e aceitar.
De toda a história, destaco a frase "Às vezes, as pessoas têm que ser egoístas. Às vezes, as pessoas têm de se pôr em primeiro lugar."
Mesmo que os outros não compreendam.
Se isto significa que Eden e Tyler ficam juntos, ou se seguem, definitivamente, cada um o seu caminho, só o saberão quando lerem a história!