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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Voltar atrás: coragem, ilusão, cobardia ou imaturidade?

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É legítimo que alguém, depois de tomar uma determinada decisão, queira voltar atrás na mesma?

Sim. 

 

Acredito que, enquanto humanos em constante evolução e aprendizagem, estamos sempre a tempo de mudar de ideias, de opinião, de voltar atrás numa decisão que, na altura, nos parecia a mais correcta mas, agora, parece apenas errada ou precipitada.

Visto assim parece, até, um acto de coragem. Alguém que não se deixa guiar pelo orgulho ferido, e tem a coragem de voltar atrás na sua decisão. Alguém que tem a coragem de assumir sentimentos, e de arriscar, ainda que o resultado não seja o esperado.

 

No entanto, e dependendo muito do contexto, e do momento, querer voltar atrás parece-me uma mera ilusão, a que as pessoas se querem agarrar.

Acreditar que se pode mudar o que nunca se mudou, até então. 

Acreditar que se podem mudar feitios e personalidades, que fazem parte da pessoa.

Acreditar que podem ser felizes, anulando-se, e àquilo que, ainda há uns dias atrás, desejavam para a sua vida.

 

Ou, até, uma certa cobardia, quando acontece ainda antes de colocar em prática a dita decisão.

Talvez por medo de enfrentar as consequências da mesma. 

Quando chega o "momento da verdade", assustam-se e recuam. 

Com medo das responsabilidades, do trabalho, e do risco que essa decisão acarreta.

 

E isto, de alguma forma, não deixa de soar também a uma certa imaturidade, sobretudo emocional, para consigo mesmo, e para com os outros.

Porque tenho para mim, sempre com a legitimidade de voltar atrás, que há decisões sérias demais para se tomar de ânimo leve e, como tal, quando verbalizadas, e tomadas, devem ser decisões seguras e, realmente, sentidas.

E, até aceito que esse "voltar atrás" seja equacionado quando a decisão já está a ser posta em prática. Quando já se experienciou os dois lados da questão.

Porque já houve tempo para reflexão.

 

Agora, decidir algo em conjunto, aparentemente, ciente do que isso implicava e, sem que nada o fizesse prever, exprimir que, afinal, não é isso que quer, sem que nada tenha mudado? 

Quando o outro já avançou, já se "formatou" e mentalizou para a nova realidade?

Quando o outro já considerava essa mudança certa?

 

De certa forma, parece que se anda a brincar.

Com as pessoas.

Com os sentimentos.

Com as relações.

 

Principalmente, quando a decisão, ainda que tomada em conjunto, foi puxada por aquele que agora volta atrás.

Sobretudo, quando já não é a primeira vez que o faz: voltar atrás nessa decisão que levou a ser tomada.

E se isto se torna sistema?

E se se começa a banalizar tanto uma decisão, que chega a um ponto que deixa de ser credível?

 

 

 

 

 

 

Oficialmente aberta a época das comédias românticas!

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Apesar de não gostar tanto delas, como há uns anos, a verdade é que é o que mais tenho visto por aqui, nos últimos tempos.

Há quem se "vingue" com um balde de gelado.

Ou quem se empanturre em chocolate.

Aqui, está oficialmente aberta a época das comédias românticas!

E com um toque de magia natalícia à mistura.

 

O primeiro filme foi "Próximo Natal, À Mesma Hora?".

É uma comédia fraquinha, mais do mesmo, a velha receita já usada tantas vezes.

Tendo como mote o papel do "destino" nos relacionamentos amorosos, este filme deixa-nos como reflexão que, tantas vezes, procuramos o amor no lugar, e na pessoa errada. Que nem sempre aquilo que acreditamos que nos está destinado, é o que o destino tem reservado para nós, mas apenas um meio, para lá chegar. O motor, que nos faz percorrer o caminho necessário, para chegar à meta.

 

 

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O segundo filme foi "Derreter de Amor".

Este, com muito mais fantasia, ou magia, como lhe queiram chamar!

É uma comédia que aborda as segundas oportunidades no amor.

E como ele chega, mesmo quando não estamos para aí virados.

No entanto, a lição que retiro daqui nada tem a ver com romance, mas com as relações entre as várias pessoas de uma comunidade, e faz jus ao meu lema "menos conversa, e mais acção".

Enquanto um xerife que promete muito, mas pouco faz, e com muito mau feitio, tenta ganhar o respeito dos habitantes locais, sem sucesso, um recém chegado, prestável, simpático e que tudo faz para melhorar as coisas para as pessoas à sua volta ganha, em pouco tempo, o carinho de todos, a ponto de se unirem para o salvar das garras do dito xerife. Até o próprio filho dá uma lição de empatia e justiça ao pai.

 

Suspeito que, até ao final do ano, me vou servir de várias doses destas comédias românticas.

Pelo menos, nelas, os finais são sempre felizes! 

 

 

 

Histórias Soltas #27: O último dia do ano

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Aqui estou...

No último dia do ano.

Sem companhia.

Mas, nem por isso, só.

Por opção. Pelas circunstâncias.

 

Porque, por vezes, é necessário estar connosco próprios. Sem mais ninguém.

Reflectir.

Ou desligar.

Ouvir os nossos pensamentos.

Perceber os nossos sentimentos.

E, nem sempre, no nosso dia a dia, o podemos fazer.

Sem interferências.

Sem ruído.

 

Não é que não goste de companhia.

De festa.

De música, dança e celebração.

De dar as boas vindas ao novo ano.

É só que, muitas vezes, a realidade leva a melhor sobre a esperança e os desejos para o novo ano.

Chegamos a um ponto em que percebemos que, por mais que queiramos ou esperemos que o novo ano seja sempre melhor que o anterior, nem sempre (poucas vezes) isso acontece.

Ou, então, talvez não consigamos, verdadeiramente, perceber, apesar de tudo, as pequenas coisas boas que fazem valer a pena. A sorte que, apesar de tudo, temos a agradecer.

Mas acredito que, também isso, faz parte de nós.

Os dias em que acordamos felizes, bem dispostos, cheios de energia.

Os dias em que o mau humor chega para ficar.

Os dias em que estamos tristes sem qualquer motivo aparente. Ou apenas nostálgicos, sem sabermos bem de quê.

Mas a verdade é que essa melancolia está dentro de nós. 

Os dias em que a ansiedade nos consome, por tudo em geral, e nada em particular.

 

É assim que me tenho sentido...

Nestes últimos dias...

Neste último dia...

 

Este ano não foi fácil. 

E sei que, daqui a pouco, este ano vai ficar para trás.

Adormeço, despedindo-me dele.

Acordarei num novo ano.

Mas nada irá mudar.

Ou, pelo menos, não para já.

Será só mais um dia...

 

E, ainda assim, representa tanto...

Um novo dia.

Um novo ano.

O "virar da página".

Uma nova esperança...

 

Reflexão ao livro "Terra Azul", de Célia Fernandes

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A Célia celebrou o aniversário do seu blog, mas fomos nós, leitores, os presenteados com o seu livro "Terra Azul", uma chamada de atenção para a importância de preservarmos o que de melhor, mais bonito e fundamental à vida, temos no nosso planeta. 

 

"Terra Azul", no entanto, não se refere, unicamente, à Terra, conhecida como "o planeta azul".

Pode ser uma aldeia, uma vila, uma ilha, um refúgio natural que, ainda que habitado por humanos, continua a ser respeitado ou preservado. O que é cada vez mais raro no mundo em que vivemos, porque o ser humano é egoísta ao ponto de só se preocupar consigo, de usar e abusar dos recursos que foram colocados à sua disposição, e de pensar que tudo estará sempre ali, dado de mão beijada pela natureza, sem consequências, causadas pelas alterações que o mesmo, constantemente, provoca. 

O ser humano ainda não percebeu, por exemplo, que, sem "verde", não há alimento para os animais. Nem para si. E se os animais morrem, ainda menos alimento há para si. Que, sem "verde" não há oxigénio. E, sem oxigénio, o ser humano morre.

Ainda não percebeu que, sem "azul", não há água. Não há sol. Não há vida. E ele morre.

Por isso é tão importante preservar os recursos que temos e que, ao contrário do que possamos acreditar, não são inesgotáveis.

 

Por outro lado, "Terra Azul" pode simbolizar um conjunto de valores, tradições, crenças e atitudes, que ainda se vão mantendo e que, por serem tão raros, se escondem e isolam, para que não sejam perdidos também.

Para quem lá vive, é a única forma de o evitar. 

A não ser que consigam encontrar outros seres, e outras "terras" igualmente "puras", que lhes devolvam a esperança de poderem juntar-se, e transformar um mundo em decadência, a caminhar para a morte, num mundo renovado, que devolva a vida!

Mostrando que, por vezes, a união faz a força.

 

Relativamente à história, Sara vive na Terra da Esperança, onde os seus habitantes são gente boa, amiga e que se ajuda mutuamente, respeitando a natureza.

Já Fernando, vive na Terra Azul, um paraíso escondido de todos, onde só entra quem tiver pureza no coração e, por norma, quem entra não poderá sair.

O nascimento de Sara pareceu trazer alguma mensagem especial, que só iremos perceber quando ela for adulta, e partir à aventura, para devolver à sua terra a vida de antigamente.

Será assim que, juntos, Sara e Fernando irão fazer algo inesperado, unindo duas terras, e dois povos, numa única comunidade, com os mesmos valores e princípios, renovando a esperança.

 

Quem diria que, de uma história tão simples, e tão pequena, se poderia retirar tanto!

Muito obrigada, Célia, por me (nos) teres proprocionado esta leitura.

 

 

 

Nevoeiro

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Nevoeiro...

O que escondes atrás de ti?

O que estará para além de ti?

Porque nos roubas a nitidez?

Porque nos impedes de ver com clareza?

Porque crias essa barreira? 

 

Porque nos envolves na incerteza, na dúvida?

Porque nos desorientas, nos deixas sem norte, e sem chão?

Porque é que a tua luz, e a tua brancura, nos cegam, nos deixam na escuridão?

 

O que, de tão misterioso, encerras em ti próprio?