Pingos da chuva
Passei, literalmente, pelos pingos da chuva, e não resisti em fotografá-los!
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Passei, literalmente, pelos pingos da chuva, e não resisti em fotografá-los!
Muitas vezes, aquilo que apontamos aos outros, nada mais é do que aquilo que nós próprios somos.
Aquilo que vemos nos outros, nada mais é que o nosso próprio reflexo.
Mas, ignorantes, ou cegos, pensamos que não. Até porque não identificamos essas características em nós.
E porque, afinal, acreditamos que conseguimos, realmente, ver e conhecer os outros, e o seu interior.
Só que nem sempre os outros se mostram, ou dão a conhecer.
Aliás, quanto maior for, deste lado, o "brilho", mais encandeados ficamos com ele, e menos ele nos permite ver do outro lado.
Se, de ambos os lados, esse brilho exagerado se manifestar, acabam por se ofuscar um ao outro, e nada conseguirão ver, de nenhum deles.
O segredo está, então, em moderar ou até atenuar o nosso brilho, para que o outro lado seja mais visível, mais claro, e mais real.
Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1 Texto
Estava um daqueles dias de verão em que, apesar de saber o quão bem faria uma ida à praia, não apetece nada.
Custa a ganhar coragem. Custa sair de casa.
Está frio. Sol, mas vento.
Se nem roupa de verão apetece usar, quanto mais ficar em biquini.
Mas lá saímos.
A verdade é que, na praia, estava melhor.
Para quem achava que nem sequer se ia despir, até à água fui.
E que bem soube o sol a aquecer as costas, no regresso ao areal, já deitada na toalha.
Viro-me para cima.
Olho para o céu.
Estou calma. Relaxada.
Estou cá em baixo, e quase me consigo ver reflectida lá em cima.
Já que, friorenta como sou, nunca poderia fazer de anjo da neve, ao menos imagino-me a sê-lo no azul do céu!
Ou, então, quem sabe, é um outro anjo que por lá anda, a tomar conta de mim.
A dar-me algum sinal, ou a transmitir-me alguma mensagem...
Desafio proposto pela Isabel
Mais depressa olhamos para os outros, do que para nós. E é tão mais fácil observar quem nos rodeia, do que direccionar a visão na nossa direcção, pela dificuldade de conseguirmos ver tudo, e de forma isenta.
Mas, se pensarmos bem, muitas vezes, aquilo que vemos e apontamos nos outros é, também, um reflexo de nós próprios.
Somos as pessoas que, em determinado momento, agem com o coração. E em outro, com a mente, com ponderação.
Somos as pessoas que preferem ver o lado bom das coisas, mas também somos aquelas que, algumas vezes, não conseguem esquecer o mau, e se revoltam.
Somos aquelas pessoas que, muitas vezes, guardam para si as suas opiniões, que preferem calar-se, ignorar provocações, mas também aquelas que, noutras ocasiões, dizem o que têm a dizer, e explodem.
Somos pessoas organizadas e metódicas mas, também, quando calha, menos perfeccionistas.
Somos pessoas de trabalho mas, como outras, também nos sabe bem o descanso, o não fazer nada.
Somos pessoas de causas que, muitas vezes, não precisam de causas para agir.
Somos pessoas calmas, mas até as mais calmas, em determinados momentos, podem exaltar-se.
Somos inseguros, vulneráveis, mas outras vezes confiantes e fortes.
Podemos parecer frios em algumas circunstâncias mas, noutras, oferecer aquele calor humano que conforta.
Somos um conjunto de "camadas", de diferentes pessoas numa só, com características mais vincadas e activas que outras e que, à partida, nos definem.
Mas somos, não raras vezes, um reflexo daquilo que criticamos nos outros, mas que também poderá existir dentro de nós, ainda que adormecido, ou pouco visível.
Alguns dias depois de ter feito 41 anos, apercebi-me de algo que, até agora, nem me tinha dado conta, e surgiu-me a seguinte questão:
Quando uma pessoa faz "x" anos, no dia do mês de igual número, diz-se que casa os anos.
Ou seja, quando fiz 14 anos, no dia 14, deu-se a união.
E quando acontece o inverso?
Quando, fazemos anos no dia "x", mas os anos são o inverso da data?
Neste caso, tendo feito 41 anos no dia 14, será que posso decretar oficialmente o divórcio, já que estão de costas voltadas?!