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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Este médico é uma anedota!

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Minha nossa senhora, tirem-me deste filme!

Terão sido médicos como este que o governo foi buscar para compensar a falta de médicos em Portugal? Se o senhor ainda não se reformou, acho que está no momento certo. Se já estava reformado e veio dar uma mãozinha, pode voltar pelo mesmo caminho.

Devido ao facto de não ser necessária uma vigilância tão regular à doença da minha filha, e a vários adiamentos, só este mês fomos à consulta de pediatria.

Já sabia que a pediatra dela tinha ido embora, e que agora era um médico. Mas estava à espera de encontrar um médico mais novo. No entanto, este já deve andar na casa dos 60. O que não tinha nada de mal, se não fosse tudo o que se seguiu.

Mal entramos, pergunta-nos o que nos levou até lá?! Com certeza não fomos aproveitar o bom tempo para passear até Torres Vedras, almoçar no McDonalds e fazer uma visita ao hospital onde esteve internada!

Respondi-lhe que a pediatra tinha marcado a consulta de vigilância da púrpura, e que passou tanto tempo devido a estar sempre a ser adiada.

Em seguida, começou a perguntar-me o que ela tinha tido! Tinha o processo dela à sua frente, em cima da secretária. Disse-nos que não conseguia perceber muito bem o que tinha lido. A mim, parece-me que nem sequer leu o processo. A pediatra apontava tudo, explicado ao pormenor. Tanto que o processo já ia em 3 ou 4 folhas. No entanto, quando estávamos a entrar, estava a enfermeira a explicar-lhe o que a minha filha tinha tido.

Depois de umas perguntas básicas e que qualquer um pode fazer, a preocupação dele virou-se para as borbulhas que ela tem na cara. E eu sem saber se ria, ou se aguardava calmamente o término, para nunca mais lá voltar.

- Ah e tal "já foi a um dermatologista?"

- "Mas sabe do que é que são estas borbulhas?"

- Ah e tal, "agora há uns tratamentos mais modernos, mas não percebo nada disso. É ir ao médico de família. Eles são médicos de clínica geral, sabem mais dessas coisas que nós."

- À menção da minha filha, de que rebentava as borbulhas, e à do meu marido, que fazia o mesmo "não podes rebentar senão ficas como o teu pai, com marcas na cara. Isso já é uma coisa de família, vem de geração em geração". (ele é o padrasto, não o pai, o pai dela não tem borbulhas, quem teve fui eu, também rebentava, e não fiquei com marcas) 

No fim, porque eu tinha mencionado que na última semana tinham-lhe aparecido umas manchitas vermelhas nas pernas e não sabia se ainda poderia ser da púrpura, ou outra coisa, lá se resolveu então a ver. Olhou para elas, e disse que não. Que aquilo devia ser outra coisa qualquer.

Mas para não nos esquecermos então de ir com ela ver as borbulhas da cara, porque há umas pomadas que se põem, e outras coisas. Que antigamente havia outros métodos mas agora está tudo mais inovado.

E quanto à púrpura, não é preciso lá voltar. Nem para isso nem para mais nada, espero.

Como viram, o médico foi extremamente esclarecedor, profissional e atencioso! Só me pergunto o que foi feito daqueles médicos que, nestes últimos três anos, andaram por lá a estagiar e a assistir às consultas.

 

 

Há falta de médicos em Portugal?

 

Diz-se que Portugal tem "doutores" a mais.

Mas, ao que parece, nesses ditos "doutores", deve haver uma grande falta de médicos, já que uma das medidas anunciadas, pelo ministro da saúde, para melhorar a resposta nos centros de saúde e diminuir a afluência às urgências dos hospitais no SNS, foi recorrer a médicos reformados!

Para isso, tornam-se necessárias alterações à lei. Como diz Paulo Macedo, está a ser “ultimada a legislação no sentido de dar novas possibilidades de contratar médicos reformados, por exemplo, não lhes exigindo um horário de 40 horas integral mas flexibilizando essa prestação”.

De acordo com o ministro, esta possibilidade tem vindo a ser negociada com o Ministério das Finanças
porque, “claramente trata-se de uma excepção relativamente aos reformados do nosso país mas que nos parece que, face às necessidades das pessoas, se justifica”.

Será que, realmente, se justifica? E em que sentido?

Justifica-se porque é, de facto, necessário contratar médicos e não temos entre nós outros médicos dispostos a trabalhar nas condições propostas, ou suficientemente competentes para os cargos? Ou porque é mais conveniente para o Estado, e nem sequer ponderaram contratar médicos ainda no activo, ou à espera de uma oportunidade para exercer aquilo para que estudaram?

E, já agora, se se justifica abrir uma excepção à regra, e contratar profissionais reformados, face às necessidades das pessoas, no caso da saúde, por que não se justifica também para aqueles que, apesar de reformados, ainda se sentem úteis e capazes de trabalhar?

E como é que vão proceder em relação à reforma e ao pagamento pelos serviços prestados desses médicos reformados. Será que, justificando-se a excepção à regra, se justifica também a acumulação de uma e de outro? Ou suspenderão a reforma enquanto estiverem ao serviço do Serviço Nacional de Saúde? E, se se justifica para estes, porque não para aqueles a quem a reforma mal chega para sobreviver, e que arranjam um trabalho para compensar?

Aí já não têm interesse as necessidades das pessoas?