Quando os nossos filhos começam a revelar um interesse especial por alguém, a mostrar-se apaixonados, ou começam a namorar é normal que nós, pais (sobretudo, mães), fiquemos entusiasmados com a ideia, com essa nova fase da vida deles.
E, com o entusiasmo, vem a curiosidade. Afinal, é uma novidade.
De repente, queremos perguntar mil e uma coisas. Queremos ajudar no que pudermos. Dar sugestões. Opinar.
Só que, tudo o que é em exagero, é mais prejudicial do que benéfico.
Por isso, nestas situações, a palavra de ordem é controlar os nossos impulsos, as nossas palavras, e as nossas acções.
Não quero, com isto, dizer que nos devemos alienar, ignorar ou fazer de conta que não se passa nada. Nem tão pouco, mostrar-nos indiferentes.
Temos é que moderar a forma como manifestamos o nosso interesse.
Dica (regra) número 1 - Não comparar
Já todos passámos pelo mesmo e a tendência é compararmos as relações e/ou sentimentos dos nossos filhos, ao que nós próprios experienciámos.
Estar apaixonado é estar apaixonado. É universal.
Mas essa paixão, atracção, ou amor podem ser sentidos, e demonstrados, de muitas formas diferentes, até porque cada pessoa é diferente da outra. E os tempos também são outros.
Dica (regra) número 2 - Interferir o menos possível
É muito fácil querermos fazer isto ou aquilo, dar um "empurrãozinho", tentar resolver algum arrufo, dar sugestões sobre o que devem fazer ou de que modo agir. Afinal, queremos o melhor para os nossos filhos, e queremos vê-los bem e felizes.
Mas...
É necessário controlar esse nosso instinto, e interferir o menos possível, a não ser que nos seja solicitado. Nunca por iniciativa própria.
Dar a nossa opinião uma vez, e chega. A não ser que nos seja pedida. E sem a impôr.
Ir acompanhando, mas mantendo um certo distanciamento.
Esta é a relação deles, o momento deles, os amores e paixões deles. E, com isso, vêm também as desilusões deles, os desgostos deles, os erros deles, e as aprendizagens deles.
Dica (regra) número 3 - Mostrar apoio
Se eles estão felizes, independentemente do rumo que as coisas vierem a tomar, é importante mostrar, enquanto pais, o nosso apoio.
Mostrarmo-nos disponíveis. Presentes.
Eles acabam por se sentir mais libertos, mais fortalecidos, mais seguros.
Dica (regra) número 4 - Conhecer e conviver, mas sem forçar
Há duas hipóteses numa situação destas:
- Ou os nossos filhos preferem manter as coisas entre eles, sem meter os pais ao barulho e, nesse caso, há que respeitar essa privacidade (muitos pais também podem não querer criar laços, não vá a relação ser algo passageiro).
- Ou fazem questão que os pais conheçam a pessoa em causa e, de certa forma, procuram uma espécie de aprovação.
Neste segundo caso, conhecendo já a pessoa, e entrando esta, de alguma forma, no seio familiar, é normal que queiramos começar a incluí-la nos mais diversos programas, em saídas ou eventos a quatro, ou com mais familiares.
No entanto, também aqui é preciso conter.
Afinal, estão a iniciar uma relação, a conhecer-se, e é mais que natural que queiram vivê-la a dois.
Claro que não tem mal nenhum em, uma vez ou outra, convidar. Mas sem forçar esse convívio.
É importante dar-lhes esse espaço. E respeitar se preferirem fazer coisas sozinhos.
Dica (regra) número 5 - Controlar a curiosidade
Eu sei que é difícil, mas devemos evitar aqueles interrogatórios cerrados que temos tendência a fazer após cada encontro, ou saída.
Mostrar interesse, sim. Perguntar uma coisa ou outra, mas sem saturá-los, ou deixá-los constrangidos.
E isto vale também para a outra pessoa. É mais que natural que queiramos saber tudo sobre ela, mas ninguém aguenta ser bombardeado com mil e uma perguntas.
Dica (regra) número 6 - Tentar ser imparcial, e livre de preconceitos
Esta é ainda mais difícil porque, afinal, tratam-se dos nossos filhos.
Há sempre receios.
Há sempre uma tendência para tomar o partido dos nossos.
Mas devemos ser imparciais.
E deixar os preconceitos de lado.
Quem tem que gostar, ou deixar de gostar, são os nossos filhos.
E, assim de repente, é o que me ocorre.
Alguém por aí tem mais alguma dica/ regra que considere útil para os pais que estão a lidar com as paixões dos filhos pela primeira vez, e que queira partilhar?