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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Por que não me segues?

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Existem "regras de etiqueta", no que respeita a redes sociais?

Nomeadamente, no que respeita a seguir, ou deixar de seguir, alguém?

É tipo, por simpatia?

Ah e tal, eu sigo-te, então deverias seguir-me também?

 

Pois comigo não funciona assim.

Eu sigo quem me apetece, quem quero, quem escolho seguir, quem gosto.

Não sigo por favor, nem por obrigação, nem porque as outras pessoas querem que as siga, ou acham que eu as devo seguir.

Da mesma forma que gosto que o façam comigo. 

Portanto, acho que isso responde à pergunta.

 

E, convenhamos, não vem nenhum mal ao mundo por eu não seguir alguém.

Tenho muito pouca importância para ser assim tão necessário que o faça.

 

 

 

Quando os nossos filhos começam a namorar

Como Fazer Um Homem Querer Namorar Com Você!

 

Quando os nossos filhos começam a revelar um interesse especial por alguém, a mostrar-se apaixonados, ou começam a namorar é normal que nós, pais (sobretudo, mães), fiquemos entusiasmados com a ideia, com essa nova fase da vida deles.

E, com o entusiasmo, vem a curiosidade. Afinal, é uma novidade.

De repente, queremos perguntar mil e uma coisas. Queremos ajudar no que pudermos. Dar sugestões. Opinar.

Só que, tudo o que é em exagero, é mais prejudicial do que benéfico.

Por isso, nestas situações, a palavra de ordem é controlar os nossos impulsos, as nossas palavras, e as nossas acções.

 

Não quero, com isto, dizer que nos devemos alienar, ignorar ou fazer de conta que não se passa nada. Nem tão pouco, mostrar-nos indiferentes. 

Temos é que moderar a forma como manifestamos o nosso interesse.

 

Dica (regra) número 1 - Não comparar

Já todos passámos pelo mesmo e a tendência é compararmos as relações e/ou sentimentos dos nossos filhos, ao que nós próprios experienciámos.

Estar apaixonado é estar apaixonado. É universal.

Mas essa paixão, atracção, ou amor podem ser sentidos, e demonstrados, de muitas formas diferentes, até porque cada pessoa é diferente da outra. E os tempos também são outros.

 

Dica (regra) número 2 - Interferir o menos possível

É muito fácil querermos fazer isto ou aquilo, dar um "empurrãozinho", tentar resolver algum arrufo, dar sugestões sobre o que devem fazer ou de que modo agir. Afinal, queremos o melhor para os nossos filhos, e queremos vê-los bem e felizes.

Mas...

É necessário controlar esse nosso instinto, e interferir o menos possível, a não ser que nos seja solicitado. Nunca por iniciativa própria.

Dar a nossa opinião uma vez, e chega. A não ser que nos seja pedida. E sem a impôr.

Ir acompanhando, mas mantendo um certo distanciamento.

Esta é a relação deles, o momento deles, os amores e paixões deles. E, com isso, vêm também as desilusões deles, os desgostos deles, os erros deles, e as aprendizagens deles.

 

Dica (regra) número 3 - Mostrar apoio

Se eles estão felizes, independentemente do rumo que as coisas vierem a tomar, é importante mostrar, enquanto pais, o nosso apoio.

Mostrarmo-nos disponíveis. Presentes.

Eles acabam por se sentir mais libertos, mais fortalecidos, mais seguros.

 

Dica (regra) número 4 - Conhecer e conviver, mas sem forçar

Há duas hipóteses numa situação destas:

- Ou os nossos filhos preferem manter as coisas entre eles, sem meter os pais ao barulho e, nesse caso, há que respeitar essa privacidade (muitos pais também podem não querer criar laços, não vá a relação ser algo passageiro).

- Ou fazem questão que os pais conheçam a pessoa em causa e, de certa forma, procuram uma espécie de aprovação.

Neste segundo caso, conhecendo já a pessoa, e entrando esta, de alguma forma, no seio familiar, é normal que queiramos começar a incluí-la nos mais diversos programas, em saídas ou eventos a quatro, ou com mais familiares.

No entanto, também aqui é preciso conter.

Afinal, estão a iniciar uma relação, a conhecer-se, e é mais que natural que queiram vivê-la a dois.

Claro que não tem mal nenhum em, uma vez ou outra, convidar. Mas sem forçar esse convívio.

É importante dar-lhes esse espaço. E respeitar se preferirem fazer coisas sozinhos.

 

Dica (regra) número 5 - Controlar a curiosidade

Eu sei que é difícil, mas devemos evitar aqueles interrogatórios cerrados que temos tendência a fazer após cada encontro, ou saída.

Mostrar interesse, sim. Perguntar uma coisa ou outra, mas sem saturá-los, ou deixá-los constrangidos.

E isto vale também para a outra pessoa. É mais que natural que queiramos saber tudo sobre ela, mas ninguém aguenta ser bombardeado com mil e uma perguntas.

 

Dica (regra) número 6 - Tentar ser imparcial, e livre de preconceitos

Esta é ainda mais difícil porque, afinal, tratam-se dos nossos filhos.

Há sempre receios.

Há sempre uma tendência para tomar o partido dos nossos.

Mas devemos ser imparciais.

E deixar os preconceitos de lado.

Quem tem que gostar, ou deixar de gostar, são os nossos filhos.

 

E, assim de repente, é o que me ocorre.

Alguém por aí tem mais alguma dica/ regra que considere útil para os pais que estão a lidar com as paixões dos filhos pela primeira vez, e que queira partilhar?

 

 

 

 

 

 

 

 

Quando deixar os filhos sair à noite com os amigos?

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Acredito que todos os pais ficam assustados quando começam a ver os filhos a ganhar asas, e a querer voar.

É certo que, consoante a idade, a etapa em que se encontram, e a confiança que depositam neles, lhes vai sendo dada mais alguma liberdade.

Mas...

Qual a medida certa dessa liberdade?

 

De repente, os nossos filhos querem sair com os amigos.

Primeiro, durante o dia.

Eventualmente, dormir em casa deles.

Depois, o pânico, quando nos pedem para sair à noite, sem adultos a tomar conta, mas apenas para ir levar ou buscar.

E, então, pensamos:

"Quando deixar os filhos sair à noite com os amigos?"

 

Pois...

Não é que não tenhamos confiança neles.

Ou nos amigos.

Não é que não saibamos que eles gostam de se divertir, e que não mereçam sair.

Não é que os queiramos prender ou enjaular em casa.

 

O que temos, é receio desse mundo louco em que vivemos, em que todos os dias nos chegam as piores notícias.

O receio de que algo de mal lhes aconteça.

E, depois, a culpa por termos permitido que tal acontecesse.

É legítimo. Mal seria se os pais não o sentissem.

 

O que não pode acontecer, por muito que nos custe, é deixar que os nossos receios (fundamentados ou imaginários) e inseguranças limitem a vida dos nossos filhos.

Que os impeçam de viver e experienciar aquilo que, na idade deles, ou mais novos, também vivemos, e experimentámos.

 

É certo que os tempos são outros, os perigos são maiores, e não queremos facilitar.

É certo que há saídas mais "controladas e seguras" que outras.

Mas, algum dia, teremos que os deixar sair.

 

Quando?

Cabe aos pais perceber, e dar esse voto de confiança, guardando para si todos os receios, estabelecendo regras básicas, e acreditando que tudo irá correr bem.

 

Claro que, da teoria à prática, e do pensamento racional, ao emocional, vai uma longa distância!

 

 

Desafio de Escrita do Triptofano #11

Fugir à normalidade

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A caminho de uma gala solidária

 

Anacleta: Pablito, não queres fazer um desviozinho?

Pablo: Não posso, menina. Tenho instruções para a levar, sem demoras, à gala de beneficência.

Anacleta: Chato! Não te cansas de fazer sempre o mesmo? De ser assim tão certinho?  

Pablo: É o meu trabalho, menina. Se não o fizer bem feito, sou despedido. E se for despedido, não tenho como sustentar a minha família.

Anacleta: Podias sempre arranjar outro trabalho, mais divertido! Isto é uma seca. Sempre a mesma rotina, sempre as mesmas pessoas, sempre as mesmas malditas regras. Cada dia igual ao anterior. Não há nada pelo qual anseies. Que te faça querer viver. Olha para estes soldados! Todos iguais. Todos alinhadinhos. Que falta de personalidade!

Pablo: Não diga isso, menina. É apenas sentido de dever, e respeito para consigo e para com a sua família.

Anacleta: Tretas! Vá lá, Pablito. Vamos fugir um pouco à normalidade. Só hoje.

Pablo: A menina é teimosa! Não lhe expliquei já...

 

E parou de falar, ao ver que Anacleta já tinha tirado as roupas de cerimónia, e estava agora com uma t-shirt, calças e ténis.

 

Pablo: Mas o que é isso, menina?!

Anacleta (dando umas tesouradas na farda de Pablo): Isto?! Isto é a nossa desculpa perfeita! Agora que não estamos apresentáveis, podemos faltar à gala, e ir onde quisermos.

Pablo: A menina sabe os problemas que me está a arranjar? A mim, e a si! Ou acha que os seus paizinhos vão ficar contentes consigo?

Anacleta: Quero lá saber. Também já tiveram a minha idade! E, se calhar, também já quebraram as regras. Descontrai, Pablito. Vais ver que vais gostar!

 

Depois de umas horas a satisfazer os caprichos de Anacleta, Pablo dá-lhe a entender que está na hora de regressarem, e enfrentarem as consequências daquele acto de rebeldia.

E lá voltam, Pablo receoso, e Anacleta cansada e pensativa, a caminho de casa.

 

Às tantas, diz Anacleta: Sabes, Pablito, não percebo porque é que as pessoas são todas tão diferentes onde estivemos.

Pablo: Então, menina? Ainda há pouco se queixava de tudo ser sempre igual. 

Anacleta: Eu sei, Pablito. Mas é que se tudo for diferente, não nos encaixamos em nada. Sentimos que não pertencemos a nada.

Pablo: Mas não era isso que a menina queria? Ser alguém diferente?

Anacleta: Sabes que mais? Acho que afinal, até gosto da minha normalidade. É bom estar de volta.

Pablo (pensando para com os seus botões): Pelo menos ganhou juízo.  Sempre serviu para alguma coisa.

 

Anacleta (ao fim de uns instantes, como que lendo o pensamento de Pablo): Mas sabes que, mais dia, menos dia, vamos fazer outra escapadinha! Sabes porquê?

Pablo: Não faço ideia, menina.

Anacleta: Porque é a única forma de nos relembrar daquilo que temos, daquilo que somos, e do quão gratos devemos estar. De nos relembrar de que nem tudo é sempre bom, mas também nem tudo é sempre mau. De querer voltar para onde, antes, queríamos sair. Estás a perceber?

Pablo: Sim, menina. A única forma de lidarmos e aceitarmos a normalidade, é fugindo dela, de vez em quando.

Anacleta: Olha! Até que és um sábio companheiro de aventuras, Pablito! Quem diria...

 

 

Texto escrito para o Desafio de Escrita do Triptofano

 

Também participam:

Maria Araújo

Ana D.

 

 

Não vale tudo por jogo... ou será que vale?

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Em qualquer jogo, como na vida, existem regras.

E, ainda que essas não sejam infringidas, há que saber estar.

 

Um jogo é um jogo e, como tal, sendo o objectivo ganhá-lo, cada um usa a estratégia que melhor lhe servir, para chegar à vitória.

Essa estratégia poderá ser individual, a pares, ou em grupo, ainda que só um acabe por sair vencedor.

Também na vida, usamos as ferramentas que estão ao nosso alcance, e ajudamos, ou somos ajudados, a conquistar os nossos objectivos.

Em ambos se elaboram planos, se tentam alcançar metas.

Em ambos  - jogo e vida real - temos, por vezes, meio mundo contra nós. Temos obstáculos. Temos barreiras.

Em ambos nos sentimos mais fortes, em determinados momentos, e vamos abaixo, noutros.

Mas em nenhum deles deveria haver agressões, seja elas físicas ou verbais, desrespeito, atitudes infantis e vingativas. 

Em nenhum deles deveria haver uma vitória, "espezinhado" os outros.

 

Quando se trata de reality shows, nomeadamente, o Big Brother, há sempre várias hipóteses: ou a pessoa está em personagem, ou encara o jogo como aquilo que é, um jogo, e vai delineando a sua estratégia que poderá passar por alternar entre si próprio e personagem, ou não, ou a pessoa assume, como muitos concorrentes fazem, que são eles próprios, e que mostram aquilo que são.

A julgar por esta actual edição, e se aquelas pessoas estão a mostrar aquilo que são, estão a mostrar que vale tudo por jogo.

Que o jogo está acima das "amizades", das relações, dos sentimentos.

Que o jogo está acima da imagem que possam passar cá para fora, e que as prejudica mais do que ajuda.

Que vale insultar, massacrar, humilhar, armar-se, viver em clima de constante guerra, desrespeitar, por dinheiro

E que vale, ao mesmo tempo, por vingança, acabar com o prémio pelo qual estão a lutar, deixando de fazer sentido continuar lá a fazer o que quer que seja.

 

Quando as pessoas começam a ficar perdidas, sem rumo, sem argumentos, sem nada que justifique as suas acções, então, se calhar, é melhor para para pensar no que está a fazer.

Ainda é ela própria? Ainda está em personagem?

Onde acaba uma, e começa a outra?

 

O que não se percebe, também, é aqueles concorrentes que se afirmam genuínos e, depois, a cada gesto irreflectido que fazem, que depois traz consequências, mostrarem-se arrependidos, e afirmar que não são aquela pessoa, que não são assim. Então, em que ficamos? São, ou não são? Ou é conforme convém?

Gosto de jogo limpo. Jogo sujo, nem tanto. 

 

E depois, há aqueles que apelam para que as pessoas que os criticam tenham alguma consciência do que dizem, e do que acusam, porque por vezes fazem críticas de mau gosto e acusações graves.

Pois eu diria para os mesmos, e para quem os defende, que essa consciência deve começar por quem tem as acções.

E que parece não medir, pesar, perceber o impacto e as repercussões que as mesmas podem ter, para si, e para quem os rodeia.

Será que compensa queimarmo-nos, por jogo e dinheiro?