A facilidade com que levantamos a mão para bater
Não é de hoje que vemos pais darem umas boas palmadas aos filhos quando fazem birra ou se portam mal, e dão cabo da paciência aos pais.
Antigamente, bem ou mal, era prática corrente e ninguém contestava. Nos últimos tempos, tem sido constantemente reprovado este método de resolução de um problema, castigo, repreensão ou chamada de atenção à criança.
Passámos do 8 ao 80.
É verdade que bater não resolve nada, não educa, não faz os nossos filhos perceberem o que fizeram de errado. Mas confesso que já dei umas palmadas à minha filha quando era pequena, e que ainda hoje, por vezes, quando começa a aparvar, me dá vontade de lhe dar umas lambadas!
Sim, dá vontade. Mas daí a fazê-lo ainda vai uma longa distância. A maioria das vezes, fico-me pela vontade, e a coisa passa. Mas é preciso ela aprontar das boas, e eu estar mesmo com os nervos em franja.
No entanto, algo que tenho reparado é que, actualmente, ainda se vêem muitas pessoas bater nos filhos, independentemente do local onde estejam, ou de quem esteja a ver.
Aliás, é incrível a facilidade com que nos vemos impelidos a levantar a mão, para bater. À mínima coisa, lá está ela no ar, pronta para atingir o alvo.
E no outro dia assisti a uma cena que me fez (e penso que a mais pessoas que calharam ver) alguma confusão, pelo contexto em que ocorreu.
Pelo que percebi, estavam mãe e filha no McDonald's, a fazer o pedido na máquina. A filha estaria a fazer o pedido, mas deve ter-se enganado, algo perfeitamente normal, que já me aconteceu tantas vezes. De repente, a mãe começa a reclamar com ela e a dar-lhe estalos na cabeça, só descansando quando a filha a deixou tratar do assunto.
Pôs a miúda a chorar, à frente de todos, e revoltada com a mãe, por a estar a tratar assim.
Não sei se já se tinha passado alguma coisa antes, que justificasse tal atitude, mas era escusada.