Não posso falar por experiência própria, porque não tenho colegas de trabalho, no local onde trabalho actualmente.
Da única vez em que os tive, foi numa fábrica pequena, em que as restantes funcionárias eram todas ali da zona, amigas ou conhecidas, e formavam uma espécie de "irmandade" ou círculo fechado onde não deixavam entrar estranhas. Ou seja, a experiência não foi muito boa.
Mas, sempre que vou a serviços públicos, algo que faço com frequência há anos, por conta do meu trabalho, vou assistindo à "camaradagem", ou falta dela, entre os colegas desses serviços.
Desde falarem bem quando estão juntas, e falarem mal pelas costas, a estar continuamente a apontar erros e criticar, ou até a deixar trabalho para quando os colegas vierem de férias, de propósito, porque não vão com a cara deles.
E, depois, tenho a experiência do meu marido, que trabalha constantemente com colegas.
A última experiência dele começou bem, mas não durou muito, relativamente a um deles.
Sendo a função que exerce, por turnos, há horários definidos em que os colegas têm que render e ser rendidos.
Seria de esperar que, pelo bem do serviço e da sã convivência entre todos, tentassem, dentro do possível, daquilo que a função exige e a responsabilidade pede, cumprir com o seu trabalho e horário.
No entanto, um dos colegas nunca cumpre o mesmo, chegando constantemente atrasado, por vezes até mais de uma hora, sem qualquer justificação, e sem se preocupar minimamente com o colega que está à espera de ser rendido, e com o trabalho que está a deixar por fazer, sobrecarregando quem esteve de serviço no período anterior que, assim, tem que prolongar o turno e continuar o serviço que pertencia ao colega.
Obviamente que um atraso esporádico, justificado, não prejudica ninguém. Mas que essa situação se repita constantemente, já não se compreende.
Menos ainda se compreende que o colega, para além de chegar atrasado, reclame do trabalho que tem à sua espera quando, ao que parece, pensava que, chegando mais tarde, tudo já estivesse feito pelo colega que lá estava, dando a entender que os atrasos são propositados, para que alguém faça o serviço por si, na hora de mais movimento para que, quando chegar, esse fluxo já tenha passado.
E como se de uma criança se tratasse, ainda afirma que, como tinha ficado trabalho para ele fazer, ia fazer o mesmo também - deixar para o outro.
Ora, isto não são comportamento de um adulto.
E se se começa a entrar num ciclo repetitivo, a relação entre colegas torna-se difícil, deteriora-se, o ambiente torna-se pesado, e o trabalho fica comprometido.
Por muito que não goste do trabalho que faz, por muito que não goste de acordar cedo, assumiu essas responsabilidade ao aceitar o trabalho. Só tem que cumprir. E mostrar consideração e respeito pelos colegas.
Como é óbvio, também existem colegas que, de facto, colaboram enquanto equipa, estão lá uns para os outros, apoiam-se, e tornam o trabalho mais leve, mesmo naqueles dias em que se está com menos vontade de ali estar.