Respeitar o mar
Já tinham anunciado agitação marítima para ontem, por conta do furacão Erin.
Para quem arriscou ir à praia, pode ter achado que eram as habituais marés vivas de Agosto mas, a verdade, é que não foi isso o que aconteceu, e que provocou estragos, e diversos incidentes, no norte a sul do país.
Por aqui, na praia mais calma da Ericeira, o mar estava assim. Nem é bom imaginar como estaria nas restantes praias.

De manhã, ainda esteve bandeira amarela mas, à tarde, a bandeira vermelha não deixava dúvidas: não entrar no mar.
Nesse aspecto, as pessoas respeitaram.
Ainda assim, não deixava de ser, como tudo o que é perigoso, um espectáculo digno de ser visto, fotografado, filmado.

E eu não fui excepção!
Também por ali andava a tentar fotografar as ondas.
Os nadadores salvadores pediram-nos a todos para recuarmos, ainda que estivessemos a meio do areal.
Certo é que uma onda já tinha, antes, quase chegado ao bar.

Mas o mar tinha, temporariamente, acalmado um pouco.
Por isso, fui tentar a minha sorte novamente.
Distraída a tentar "apanhar as ondas", foi uma delas que nos apanhou!
A mim, sem grande susto, apenas a passar-me pelos joelhos, com alguma força, mas consegui voltar para trás na boa.
Já outras pessoas, não tiveram a mesma sorte.
Um homem que por ali andava a filmar, um pouco mais ao lado de onde eu estava, foi atingido por uma parte do passadiço, que a onda arrancou da areia, no tornozelo o que, aliado à força da onda, o fez desequilibrar-se e cair.
Felizmente, conseguiu levantar-se, mas tinha o tornozelo em sangue.
Imagino que tenha apanhado um valente susto.
Valeu-lhe o nadador salvador, que lhe prestou logo os primeiros socorros.

Qualquer um de nós, ali presentes, sabia como o mar estava.
E sabe, certamente, que o mar não é nosso inimigo, mas há que respeitá-lo.
Infelizmente, nem sempre (quase nunca) o fazemos. Nem o mar, nem a natureza, nem os perigos, nem os avisos. Costuma, até, ter o efeito contrário.
Depois, acontecem acidentes, incidentes desnecessários, e evitáveis.
Somos responsáveis pelas nossas atitudes.
E, por vezes, por causa delas, pomo-nos a nós, e aos outros, em perigo.


