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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Expectativas

O que queremos ou esperamos das outras pessoas? O que querem as outras pessoas de nós? O que queremos de e para nós próprios?

Em algum momento, ou momentos, da nossa vida, esperamos algo de alguém. Esperamos compreensão, esperamos solidariedade, esperamos amizade, esperamos amor, esperamos companhia, esperamos palavras, esperamos gestos de alguém, esperamos atenção, esperamos carinho, esperamos lembranças…

Por vezes, não só esperamos, como exigimos!

Mas devemos nós esperar tanto dos outros, criar demasiadas expectativas? Ou isso só levará à desilusão? Não será melhor esperarmos menos e sermos surpreendidos? Afinal, ninguém deve ser responsabilizado pelas expectativas que criamos. E, de certa forma, quando essas expectativas não são satisfeitas, podemos acabar por desenvolver ressentimentos, mágoas, críticas, e até ódio.

E quando os papeis se invertem e são as outras pessoas que esperam demasiado de nós? Como é que nos sentimos? Pressionados? Sobrecarregados com um fardo que nos puseram em cima como se fosse nossa obrigação carregá-lo? Frustrados por não correspondermos a essas expectativas?

Não podemos passar toda a nossa vida a esperar e exigir dos outros, assim como os outros não podem passar a sua vida a fazê-lo em relação a nós.

E quanto a nós próprios? O que queremos para nós? O que esperamos e exigimos de nós próprios? Será que não procuramos nos outros aquilo que nós próprios não nos conseguimos dar?

Ou serão essas expectativas que criamos dia após dia, uma espécie de estímulo, de energia que nos move e torna mais fácil e agradável a nossa existência, que nos faz seguir em frente, com entusiasmo e com esperança?  

O que seria de nós de nunca esperássemos nada de nós próprios, dos outros e da vida? Seríamos mais felizes assim, sem qualquer expectativa?

Será melhor não esperar nada de ninguém, correndo o risco de ser ou não surpreendido, ou criar expectativas, ainda que a não concretização das mesmas nos possa desapontar?

Listen to the beat of your heart...

 

"Listen to the beat of your heart, keep on fighting"...

 

Sinto-me como se estivesse permanentemente com uma espada sobre a cabeça, que a qualquer momento me pode cair em cima. Uma espada que parece estar à espera de um qualquer pretexto, de um qualquer motivo, por menor que seja, para disferir o golpe final.

Simplesmente não sei mais como agir, como continuar a ser eu...

Nos últimos tempos, tudo aquilo por que nos esforçámos e lutámos para conseguir alcançar, parece querer reduzir-se a pó.

É verdade que muitas relações chegam ao fim por falta de tempo, pela rotina, pelas mais variadas incompatibilidades. Não sei se será tudo isso que está a provocar este tumulto na nossa relação, mas tenho medo que chegue o dia em que já não haverá mais volta a dar... Em que até a amizade e o respeito se transformarão em ressentimento e mágoa...

No outro dia, sonhei que nos tínhamos chateado...e aconteceu. Ontem, voltei a sonhar que tudo tinha chegado ao fim. Hoje, ele sonhou que nos tínhamos separado...não nos separámos, mas discutimos. Teimamos em nos magoar um ao outro. Ontem foi ele. Hoje fui eu. Fiquei tão chateada quando o vi molhar a toalha de limparmos as mãos para limpar as calças lavadas que tinha acabado de sujar, que lhe esfreguei a toalha na cara, para ele ver se também gostava de se limpar a uma toalha molhada. Foi uma atitude irreflectida, eu sei, mas caramba, as coisas dão trabalho a limpar e a manter em condições, e também cansa fazê-lo para depois vir ele, e deitar por terra o meu trabalho. Seja como for, podia ter chamado a atenção de outra forma. E ele ficou magoado. Pelo menos, desta vez, dei-lhe um motivo real para estar magoado, para me criticar.

Mas será um motivo para, mais uma vez, pôr tudo em causa? Se é, também eu teria vários para o fazer. 

E assim estamos nós, cada vez mais distantes, magoados um com o outro, cada um a sua maneira...

 

  

 

Nuvens negras

 

Como é que duas pessoas que se amam chegam a este ponto? Não sei...mas a verdade é que chegámos. Pior que dois estranhos, vejo-nos, de repente, quase como dois inimigos em plena batalha. Batalha que nenhum de nós alguma vez quis lutar.

É um facto que cada vez temos menos tempo, e esse pouco tempo que temos, não o temos ao mesmo tempo. Parece que a falta de tempo e a rotina são mesmo os piores vírus de uma relação.

Vão-se sucedendo situações atrás de situações e, quando damos por isso, juntamente com o tempo que nos escapou, parece ter ido também a amizade e a cumplicidade. E isso não é um bom sinal. Nenhum de nós está feliz assim.

Se continuamos a amar-nos? Continuamos. E nenhum de nós tem culpa que o dia tenha apenas 24 horas, e que nem uma consigamos estar juntos sem coisas para fazer pelo meio. Não tivemos um dia de anos de namoro romântico, não tivemos um dia dos namorados romântico, e não há nada de romântico numa gripe, mal estar, cansaço e enjoos permanentes, em tarefas domésticas sem fim, em jogos de futebol ou playstation, em trabalhos de casa da filha, em compras e tudo o mais que surge pelo caminho. E mais uma vez repito, nenhum de nós tem culpa. No entanto, parece ir-se acumulando de ambos os lados uma espécie de ressentimento em relação ao outro, e daí a surgirem acusações é um instante. Quando começam, parecem uma espiral sem fim à vista, e a visão daquilo que já vivemos de tão bom surge bem distante, sem promessas de algum dia voltar a acontecer.

De repente, damos por nós a conversar. Afinal a amizade parece voltar a surgir, a cumplicidade reaparece de mansinho e tudo se parece resolver. Mas as ameaças permanecem - a rotina continua, e a falta de tempo também. Vamos ver como conseguiremos lidar com elas daqui em diante...