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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"Um Sonho Só Nosso", de Nicholas Sparks

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"Um Sonho Só Nosso" não é, de todo, um dos melhores livros do Nicholas Sparks.

Atrevo-me a dizer que é daqueles que, se não lesse, também não faria falta, porque é mais do mesmo, e pouco marcante, quando comparado com outras obras do autor.

Ao mesmo tempo, é um livro estranho e, por isso, foi uma leitura estranha também.

O livro está dividido em duas histórias que, sabemos, são aparentemente distintas mas, a determinado ponto, irão convergir numa só.

 

A primeira parte inicia com a história de Colby e Morgan, que se conhecem na Florida, e se apaixonam.

Em comum, têm o gosto pela música.

Mas cada um deles tem vidas completamente opostas, e aquela aventura poderá não passar disso mesmo, já que dali a uns dias cada um seguirá a sua vida, os seus projectos, e uma relação à distância não parece boa ideia.

 

Intercalando com esta história romântica, surge uma outra, que de romântica tem muito pouco.

Uma história de sobrevivência.

Uma mãe e um filho em fuga, de um marido e pai violento.

 

Eu, habituada que estou a quebrar as "regras de leitura", de várias formas, uma delas, ler o final antes de lá chegar, dei por mim, agora, a quebrar mais uma: saltar capítulos/ partes do livro, porque me interessou muito mais a história de Beverly, do que a de Colby e, por isso mesmo, queria ler aquela até ao fim, deixando a primeira para trás.

Até que cheguei a um ponto em que a história de Beverly fica em suspenso, e percebo que tenho que voltar à do Colby, até encontrar o ponto em que ambas se unem, e se tornam uma só, até ao final.

E, embora possa ter deduzido ou desconfiado de uma ou duas coisas, estava longe de imaginar o que resultaria daquela junção.

 

"Um Sonho Só Nosso" tem um enredo onde se destaca a relação, amor e dedicação incondicional entre irmãos, independentemente de tudo. Irmãos que se têm um ao outro, e se apoiam mutuamente, ainda que em diferentes fases da vida. Que estão sempre lá.

Aborda também a bipolaridade, os episódios maníacos e depressivos que alguém, que sofra desta doença, pode experimentar, e os riscos que podem correr.

 

E, claro, como não poderia deixar de ser, fala de sonhos.

Sonhos que, por circunstâncias da vida, não se podem levar adiante. Que ficam perdidos. Aprisionados.

Sonhos que boicotamos, quando deveríamos tentar concretizá-los. Que só esperam por um impulso. Um empurrão.

Sonhos que se guardam, num cantinho especial. Que visitamos quando queremos fugir à realidade. Quando esta se torna demasiado dura. Pesada. 

Sonhos aos quais não temos coragem de arriscar dar-lhes asas, por temer que não consigam voar e encontrar o seu caminho, e se desfaçam pelo meio.

E que, assim, mantemos apenas como uma memória. Uma recordação que dura eternamente, sem nunca ser real, e sem nunca a vivermos, de verdade.

 

 

 

SINOPSE:

"Houve um tempo em que Colby Mills acreditou no seu futuro como músico - até ao dia em que uma tragédia deitou por terra todas as suas aspirações. Ocupado agora a gerir uma pequena quinta na Carolina do Norte, é num impulso que aceita tocar num bar na Florida, buscando apenas uma breve pausa na dureza da vida rural. Não contava era que a encantadora Morgan Lee entrasse na sua vida e o fizesse questionar tudo…
Filha de médicos proeminentes de Chicago, e com formação musical, também ela sonha com o estrelato, e a sua paixão pela vida é contagiante. Morgan e Colby parecem completar-se na perfeição. Os dois jovens não são os únicos a iniciar uma viagem de autodescoberta. Beverly também tenta encontrar o seu caminho, ainda que de maneira bem diferente. Tendo fugido com o filho de 6 anos ao marido violento, procura começar de novo num local tranquilo e discreto.
Mas com o dinheiro a escassear e o perigo a espreitar a cada esquina, o desespero obriga-a a tomar uma decisão que vai mudar tudo. Enquanto o jovem casal vive os altos e baixos do primeiro amor, a centenas de quilómetros de distância, Beverly vai pôr à prova a sua devoção pelo filho. E o destino depressa se encarrega de fazer o resto, colocando estas três pessoas em rota de colisão - e obrigando-as a questionar o poder dos sonhos perante a ameaça das amarras do passado."

"Senhora do Meu Destino", de Lesley Pearse

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Oh Marta, queixaste-te do último livro da autora ser pequeno, ora toma lá este com mais de 700 páginas!

Mas, pelo menos, voltámos à autora de sempre. E à escrita, e histórias, a que sempre nos habituou.

 

Como não podia deixar de ser, é uma história sobre mulheres - Mabel, Amy e Tara.

Mulheres que, de tão parecidas que são, ainda que tão diferentes, chocam entre si, e têm dificuldade em compreender-se umas às outras, embora, lá bem no fundo, saibam exactamente como cada uma se sente porque, em algum momento das suas vidas, sentiram o mesmo.

Mabel quis viver a sua história de amor, com o seu "principe encantado" que, por conta do vício do jogo, não facilitou a sua vida. Ainda assim, ela amava-o, e a morte dele foi difícil de superar.

Amy, sua filha, quis viver o seu romance com o homem por quem estava apaixonada. A mãe era contra, e as duas cortaram relações durante anos.

Só que Amy não teve melhor sorte. Com um marido violento, que quase a matou, e que agredia os seus filhos, a única opção foi pedir ajuda, fugir, e recomeçar uma nova vida, com novos nomes, justamente, em casa da sua mãe.

 

A convivência entre ambas não foi fácil.

Ambas tinham muitas mágoas pendentes, que não se resolvem de um dia para o outro.

Por outro lado, Tara, a filha de Amy, neta de Mabel, é mais parecida com elas do que ambas quereriam. Avó e mãe acreditam que há uma maldição que afecta as mulheres da família, e querem que Tara escape dela, sem perceberem que não podem protegê-la, mas apenas deixá-la viver a sua vida, cometer os seus erros, e aprender com eles.

 

Tara, a personagem principal, sempre foi uma cuidadora.

Mas, a partir do momento em que descobre o seu talento, e se apaixona, Tara segue o seu próprio caminho.

E se, por um lado, existem na sua vida homens bons, como George, um amigo que sempre ajudou a sua família e as protegeu, prejudicando-se a si próprio com isso, Tara começa a ter dúvidas sobre em que homens deverá confiar, que homens não poderão, a qualquer momento, tornar-se agressivos, como o seu pai.

Tara sempre foi apaixonada por Harry, filho de George, mas a vida colocou outras pessoas no caminho de ambos.

Quando, finalmente, podem viver esse amor, já nada é como deveria ser e, talvez, afinal, não estejam destinados a ficar juntos.

 

No fundo, "Senhora do Meu Destino" levanta uma única questão: as pessoas são totalmente más, ou totalmente boas?

Será tudo assim tão preto no branco?

Uma pessoa que comete erros, que tem atitudes erradas, não pode, simultaneamente, ser uma boa pessoa?

Uma pessoa que sempre agiu correctamente não pode, em algum momento da sua vida, errar?

E se o fizer, isso faz dela, automaticamente, uma pessoa má?

Será que o amor nos tolda e distorce a visão, e o discernimento, na avaliação do carácter de uma pessoa?

 

No fundo, Tara terá que perceber quem está do seu lado, ou contra si, e o que realmente quer para a sua vida, antes que seja tarde demais.

 

 

"Depois do Universo", na Netflix

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"Medicina é curar quando possível, amenizar com frequência e consolar sempre"

 

Uma frase mais conhecida como "Curar quando possível; aliviar quando necessário; consolar sempre", que faz parte do juramento de Hipócrates.

Muitas vezes, muitos médicos, se esquecem desta menção.

Deixam de ver os pacientes como pessoas, como seres humanos, e passam a vê-los, unica e exclusivamente, pela sua condição clínica, pela sua doença, e pelo seu tratamento.

Muitas vezes, não é o senhor "x" ou a senhora "y". É o paciente do quarto "tal", da cama "tal".

É o distanciamento que impõem, porque ali são médicos, e têm como função tratar os doentes.

Mas tratar deles é muito mais do que fazer exames, examinar, prescrever tratamentos e/ou medicação.

 

E é isso que o Dr. Gabriel tenta fazer com os seus pacientes: tornar os seus dias mais leves!

Tentar, dentro daquilo que lhe é possível, sem menosprezar ou pôr em causa o tratamento, dar-lhes pequenos prazeres. Satisfazer algumas das suas necessidades para além do problema que os leva até ao hospital. Ajudar para além da sua função de médico, se isso, de alguma forma, contribuir para o bem estar dos seus pacientes.

 

Nina, uma pianista que aspira fazer parte da Orquestra Sinfónica, é uma das pacientes de Gabriel.

Sofre de lúpus desde pequena, e está agora numa longa lista de espera para transplante de rim, enquanto vai fazendo hemodiálise.

Uma realidade que deixa muitos doentes desesperados, quando percebem que, provavelmente, nunca chegará a sua vez.

Apesar da sua pouca esperança e positividade já que, naquele momento, Nina só consegue ver o copo meio vazio, Gabriel vai ajudá-la a lutar pelos seus sonhos.

 

"Depois do Universo" é mais do que um filme romântico e dramático.

É sobre estarmos com quem amamos, enquanto estão presentes.

É sobre tentar tornar os dias dos doentes mais felizes, com pequenos prazeres, ainda que paire sobre eles uma sentença de morte.

Porque já basta todo o penoso processo de tratamentos e hospitais.

 

É sobre não desistir.

Porque enquanto há vida, há esperança.

Há que ir buscar força às pessoas que nos amam, que nos rodeiam, que querem o nosso bem. 

Há que agarrar aos sonhos que se querem concretizar.

Há que ser feliz, enquanto der.

 

E é, também, sobre não termos qualquer controlo sobre a vida e a morte.

Por muito que os nossos dias pareçam estar contados, nada é garantido.

Nina acreditava que ia morrer em breve.

Mas o que sabe ela sobre isso?

Quem sabe alguém, de perfeita saúde, não morre antes dela?

Quem sabe se ela chega a morrer?

 

Mais motivos para ver "Depois do Universo"?

Os protagonistas são a conhecida Giulia Be, autora das músicas "Menina Solta" e "(não) Era Amor", e Henrique Zaga, actor que já participou em séries como "13 Reasons Why" e "Teen Wolf".

 

E a música final, da autoria de Giulia Be, é a cereja no topo do bolo!

 

"O Assalto do Passado", de Sandra Brown

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Mais um livro de uma das minhas autoras favoritas que, logo ao início, não me cativou, como habitualmente.

Felizmente, ultrapassadas as primeiras páginas, o enredo começou a compôr-se, e a história a ganhar ritmo começando, então, a vir ao de cima o melhor da Sandra Brown, num livro em que há mais segredos por revelar, que aqueles que pensamos que já conhecemos.

A revelação final foi mesmo surpreendente, a cereja no topo do bolo!

 

Tudo começa quando Arden, a filha mais nova de um dos envolvidos no assalto, volta à terra da família, onde tudo aconteceu, reavivando aquilo que estava quase esquecido, pondo em perigo a vida de várias pessoas, incluindo a sua. 

Permanece por esclarecer o que aconteceu ao dinheiro roubado, que desapareceu, e ao pai de Arden que, para todos os efeitos, fugiu com o dinheiro, sem nunca mais ninguém o ver.

 

Ledge, um dos participantes do assalto, apaixona-se por Arden, e faz de tudo para a proteger de quem a quer ver fora do caminho sem, no entanto, lhe contar quem é, quando ela começa a investigar os crimes ocorridos há 20 anos.

Ao mesmo tempo, também ele tem que se proteger a si, e aos que lhe são próximos, do homem que, desde sempre, lhe tenta estragar a vida - Rusty - a autoridade da região, que tem todos os habitantes na mão, e faz o quer quer, saindo sempre impune.

 

"O Assalto do Passado" deixou marcas e mudou a vida daquelas pessoas, sem nunca ter ficado totalmente esclarecido.

Agora, está de volta ao presente, para preencher os espaços em branco, e trazer à tona a verdade.

E qual ela se souber, o que daí resultará, e quem escapará aos estilhaços que ela irá provocar?

 

 

Sinopse:

"A meio da noite, quatro homens realizam um assalto que lhes rende meio milhão de dólares. Ao raiar do dia, porém, tudo se desmorona.
Um deles está no hospital.
Outro está na prisão.
Outro perde a vida.
E o último… desaparece.

Vinte anos depois, Arden Maxwell, a filha do homem que desapareceu sem deixar rasto, está cansada de viver ensombrada pelo passado e pela memória de um pai que todos acreditam ter fugido cobardemente com o dinheiro. De regresso à terra da família ao fim de tanto tempo, ela está longe de saber, claro, que os cúmplices do pai estão de olho nela.

Mas alguém não está a dizer tudo o que sabe sobre o dinheiro, o assassinato e a traição. A verdade tem sempre uma maneira de vir ao de cima, e há quem esteja disposto a matar para descobrir o que realmente aconteceu.

Perigo, vingança, desejo e ganância. Pleno de tensão, o novo romance de Sandra Brown é impossível de pousar!"