“Sinto que estou a perder as minhas forças. A cada dia que passa estou a deixar-me vencer…vencer pela tristeza, tristeza por não te ter ao pé de mim…pela incerteza, incerteza por não saber definir ao certo que sentimento é este…pela insegurança, por não saber se sou correspondida da mesma maneira…
Sinto-me frustrada, desanimada, apática…nada faz sentido…quero levar a minha vida para um lado, e tudo a empurra para outro…
Neste momento, parei. Não tenho mais vontade de andar, não tenho mais forças para me mover…
Já não consigo disfarçar, preciso de estar ocupada, distraída…sozinha, a única coisa que consigo fazer é chorar…
Sinto que é uma luta perdida…Se é que se pode chamar de luta…
Quero culpar alguma coisa, quero culpar alguém…
Culpo-me a mim porque não sou forte, não sou corajosa, não arrisco, não luto…sou conformista, sou comodista, prefiro o mais fácil, o mais confortável, sou cobarde…
Culpo-te a ti, porque não me vens salvar, porque não me vens tirar deste pesadelo em que eu própria me meti…
Culpo a distância, que nos afasta, que me faz sentir saudades, que não nos permite viver o que tanto desejo….
Tento encontrar algo ou alguém a quem possa responsabilizar, mas simplesmente não existe!
Quanto muito poderei culpar o meu coração, por sentir o que não deveria sentir…
Tudo o que me dás é tudo aquilo a que me posso agarrar…
Todas as tuas palavras, todos os teus gestos, são alguns dos poucos momentos em que consigo sorrir…
Queria tanto acreditar que o sonho se iria tornar real…mas cada vez mais me convenço que não passa disso mesmo…de um sonho.
A realidade é bem diferente, mais dura…
Não há lugar para fantasias, não há lugar para sonhos que, por circunstâncias da vida, nunca vão passar disso.
E essa é a parte mais difícil…perder a esperança…encarar a realidade…
De que me serve ter a capacidade de amar, se não posso amar quem eu quero…se não consigo dar amor a quem me ama…"
Na adolescência, encaramos as primeiras paixões como se de verdadeiros amores se tratassem!
Somos protagonistas das mais belas histórias, com tudo aquilo a que temos direito - amores proíbidos, amores desencontrados, amores distantes, sempre à espera do Happy Ending, mas não sem antes passar pelo típico sofrimento do desenrolar da trama.
Ao fim de tantos anos cheguei a uma simples conclusão - somos mais fortes do que pensamos, e não morremos por amor, ou melhor, pela falta dele!
Não quer dizer que os nossos sentimentos não sejam verdadeiros (porque geralmente até o são), mas temos uma capacidade de ver tudo de forma mais simples, mais prática, e sem aquele romantismo e dramatismo de outrora.
Não significa que não tenhamos saudades daqueles que amamos, quando estão longe de nós, mas não paramos no tempo à espera do regresso.
Não quer dizer que não nos sintamos tristes muitas vezes, que não tenhamos vontade de chorar, que não nos afecte minimamente, mas temos a força necessária para reagir, para para nos recompormos e seguir em frente com a nossa vida.
Afinal, o amor não mata, mas mói!
Mas, se puder ser correspondido e vivido plenamente, pode ser muito compensador. Por muito que sejamos fortes, decididos e independentes, não há nada melhor do que termos alguém na nossa vida com quem partilhar as nossas tristezas e as nossas alegrias, as nossas derrotas e as nossas vitórias, os nossos pesadelos e os nossos sonhos, tudo o que faz de nós aquilo que somos!
É importante viver cada dia, e saber aproveitar o melhor que temos e com quem estamos - a nossa vida está em constante mudança, e a nossa história deve ser feita de pequenos finais ao longo do tempo. Quem sabe se na vida real não será ainda melhor do que o que idealizámos?!