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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

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Sete Vidas

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Quando perdemos alguém na vida, sobretudo se tivemos alguma responsabilidade, directa ou indirecta, nessa perda ou, de alguma forma, nos culpabilizamos por isso, temos tendência a tentar, de alguma forma, compensar esses erros, essas acções, com outras que, de certo modo, nos possam redimir.

 

Até que ponto essas acções poderão cruzar o limite entre meros gestos de bondade, loucura ou até uma espécie de mutilação, como punição contra nós próprios?

 

Até que ponto a morte nos libertará da culpa? Até que ponto as vidas dos outros são mais valiosas que a nossa? Teremos nós o poder de decidir quem é mais merecedor de uma nova oportunidade, e de uma nova vida?

 

 

Depois de nos habituarmos a vê-lo em comédias, Will Smith volta a protagonizar um drama, que até poderia ter funcionado, se não tivesse seguido o caminho mais fácil e já mais que batido - o do romance fatal, centralizando toda a acção em pouco mais que duas personagens, deixando por explorar e destacar as restantes.

 

 

Começamos a ver o filme com uma péssima impressão de um Ben Thomas arrogante, estúpido, diria até, desumano e sem qualquer sentimento a correr-lhe no sangue. Para, logo em seguida, ele agir de um modo totalmente protector e humano, levando-nos a crer que só pode ser bipolar. No meu caso, continuei ainda renitente, com a ideia de que aquele gesto não apagava de todo a primeira impressão, e que teria que fazer muito mais que isso para me fazer mudar de ideias.

 

É também no início do filme que ficamos a conhecer uma lista de sete nomes, e um homem com uma profunda raiva e frustração dentro de si, capaz de descarregar em tudo e em todos, completamente dominado pela depressão.

 

 

Sete vidas foram roubadas. Sete vidas podem ser devolvidas. E ficam saldadas as contas, a consciência mais apaziguada, e a partida, em paz de espírito, assegurada.

Mas terá Ben, realmente, parado para pensar nas consequências que essas suas atitudes teriam, na vida de cada um daqueles que irá envolver na sua redenção?

Conseguirá alguém, que não se consegue ajudar a si próprio, ajudar os que estão à sua volta?

 

 

E será Ben quem, realmente, diz ser?

É que, na verdade, um cobrador de impostos não age (a não ser, eventualmente, em filmes), com tanta generosidade, benevolência e paciência da forma como Ben o faz.

 

 

O tema é interessante, tem alguns momentos cómicos, outros em que puxa pela lágrima, até chegar ao final, que nos leva de volta ao início, e a perceber que o objectivo era apenas um, e estava há muito planeado e decidido.

 

Will Smith, Rosario Dawson e Woody Harrelson, entre outros nomes conhecidos, são bons motivos para ver este filme que, na minha opinião, poderia ter sido melhor explorado.