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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

O mistério das caixas desaparecidas

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Volta e meia, aparece por lá um ou outro gato à minha porta.

Não tanto como antigamente, é certo.

Mas gosto sempre de ter uma caixinha com água, e outra com ração, para os visitantes.

 

Só que, de há umas semanas para cá, ando a ser roubada!

Coloco uma caixa com ração de manhã. Está lá até à noite.

No dia seguinte, nem sinal dela.

Volto a pôr uma nova caixa com comida, e torna a desaparecer.

 

A caixa fica no degrau, junto à porta, por causa da chuva.

Não me parece que o vento (que há noites que nem se manifesta) fosse capaz de a fazer voar.

E também não estou a ver os gatos a levarem a caixa na boca, para algum outro esconderijo, com comida lá dentro e tudo.

 

Mas que elas desaparecem, nocturnamente, lá isso desaparecem.

Alguém deve andar muito necessitado, ou a fazer colecção de caixas.

E eu, que já tinha deixado de guardar as ditas, porque tinha de sobra, estou a ver que vou ter que começar a fazer uma nova reserva.

 

 

Fomos roubados na praia de Carcavelos

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Será que posso voltar atrás no tempo, ao momento em que as férias ainda não tinham começado?

É que isto não está a correr nada bem. E ainda só estamos na primeira semana.

 

Depois de receber notícias não muito boas, relativamente a um problema de saúde (que falarei num outro post), tínhamos que ser roubados.

Ou, como o meu marido diz, furtados, porque não envolveu violência.

Para mim dá no mesmo: ficámos sem as coisas, e com o prejuízo.

 

Foi burrice e estupidez?

Foi!

Foi excesso de confiança?

Foi!

Foi ingenuidade?

Foi!

 

Foi um pouco de tudo.

Já sabemos a fama que a praia tem.

E, mesmo assim, fizemos tudo mal. 

Mas, que raio, sempre fomos às praias da Ericeira, Troia, Peniche e por aí fora, sem problemas, e sem medos.

Mesmo nesta praia de Carcavelos, ainda no outro dia lá tínhamos estado. E correu bem.

 

Mas, nesta quinta-feira, estava tudo contra nós.

A minha filha não estava com vontade nenhuma de ir à praia.

Mas eu insisti. Primeiro erro.

O tempo aqui em Mafra estava mais para outono, e Carcavelos era a praia mais próxima, com bom tempo.

 

Quando chegámos, a minha filha queria ir mais para a frente no areal, para junto das pessoas, e mais perto do mar.

Mas eu achei que aí estaria mais frio, e acabámos por ficar mais atrás, e mais isolados. Segundo erro.

 

Colocámos protector solar, tapámos as mochilas com as toalhas, e fomos ao banho. Terceiro e decisivo erro.

 

Quando voltámos, uns minutos depois, a mochila da minha filha tinha desaparecido.

Logo a dela, da pessoa que nem sequer queria ir, e que tinha avisado para não ficarmos ali.

Portanto, ficou sem mochila, sem telemóvel, sem os óculos, sem os fones, sem o casaco, sem a toalha da praia, sem uns objectos sem qualquer valor para o ladrão, mas com valor sentimental para ela, e só não ficou sem roupa para vestir, porque tinha posto o vestido dela no meu saco.

Podiam ter levado a mochila do meu marido. Era velha, e só tinha comida dentro. Mas não.

E podemo-nos dar por felizes de não terem levado tudo.

 

Nessa tarde, houve pelo menos 3 vítimas deste "trabalho de verão".

Quando chegámos à PSP, estavam dois homens a apresentar queixa. Tinham sido roubados, e acabaram por encontrar a mochila na estrada, mas sem nada. 

Depois de apresentarmos queixa, fomos correr a praia, os estacionamentos, os caixotes do lixo, a estrada, para ver se tinham largado a nossa mochila em qualquer lado, depois de levarem o que queriam.

Mas não tivemos sorte.

 

Apenas encontrámos uma mochila num caixote do lixo, com um casaco dentro, que mais tarde fomos entregar na PSP, no momento em que outra das vítimas apresentava queixa, precisamente, o dono da mochila que tínhamos encontrado. Esse homem, nem as chaves do carro tinha.

 

Claro que me culpo por toda esta situação, mesmo sabendo que o único culpado foi o ladrão.

Mas fui eu que insisti.

Fui eu que quis contrariar aquilo que era suposto.

Não queria que nada estragasse as férias. E, no fim, ficámos com elas estragadas.

 

Sim, eu sei que eram só bens materiais. E que, felizmente, não nos aconteceu nada.

Mas a tristeza da minha filha era evidente.

Ela, que não queria ir, foi a única prejudicada. A que ficou a perder.

E, agora, ficou com medo de ir à praia, seja ela qual for, e voltar a perder as suas coisas.

 

Mesmo que ela diga que agora é seguir em frente, e que não vale a pena estar remoer no assunto, não me esqueço.

O telemóvel e os óculos, compram-se novos. É uma despesa que não estávamos à espera, que nos arrasa com o orçamento, mas é o preço a pagar. E mesmo assim, não conseguimos iguais. Que era o que ela gostava.

Mas tudo o resto, provavelmente, nunca vamos conseguir recuperar. São objectos com muitos anos, e que já não existem.

 

Sabe-se lá o que o ladrão fez com elas, se deitou para o lixo o que não interessava, se deixou em algum sítio para ser encontrado, se alguém encontrará e, se sim, se se dará ao trabalho de ir entregar à PSP. São muitos "ses", e muito pouca a probabilidade de vir a aparecer o que quer que seja.

 

Sei que não há nada a fazer.

Mas estou mesmo triste com tudo isto.

E vamos ver o que o resto das férias nos reserva...