Erro 404, na RTP
Prometia muito, mas está a ficar aquém das minhas expectativas.
Lá está, não sou apreciadora de filmes nem séries de ficção nacional e, por isso, fujo muitas vezes para outros conteúdos.
Não é que seja um problema com o enredo, ou com a história. É mesmo com a nossa forma de actuar.
Uma mesma cena, um mesmo episódio, interpretado por portugueses, americanos ou brasileiros, por exemplo, será sempre diferente porque a própria forma de actuar, a dinâmica, o "à vontade" com que lidam e dominam, é diferente.
O primeiro episódio de Erro 404 é uma autêntica pasmaceira.
Parece tudo muito forçado, sem ritmo. Em algumas partes até, meio parvo.
E pensei "que desilusão"!
Mas, teimosa como sou, dei o benefício da dúvida.
E assisti ao segundo, ao terceiro, e ao quarto episódios chegando, assim, a meio da série.
Ao terceiro episódio melhora um pouco.
Começa a surgir aquele "bichinho" da curiosidade, de ver o que vai sair dali, e o que estará guardado para aquelas personagens.
No entanto, está longe de cativar como seria de esperar.
Com um elenco composto por Inês Aires Pereira, como Rita, a personagem principal, e ainda Cristóvão Campos, Ana Valentim, Rui Maria Pêgo, Dinarte de Freitas, Tomás Taborda, Sara Carinhas e Valerie Braddel, entre outros, Erro 404 aborda a insatisfação de muitas pessoas com as suas vidas, a ponto de quererem, nem que seja por meras horas, viver outras vidas que não as suas.
Para isso, só têm que instalar e inscrever-se na aplicação Appy, e embarcar nas diversas experiências/ vidas que a mesma tem para oferecer.
Claro que, como todas as aplicações, sobretudo em fase experimental, ocorrem erros.
Resta saber se esses erros poderão ser corrigidos, e que impacto terão, entretanto, nos utilizadores.
O primeiro problema que percebemos é o de, da mesma forma que um determinado utilizador vive a vida de outras pessoas, também outras pessoas começam a viver a vida desse utilizador.
Por vezes, mais do que uma vez, a mesma vida.
E se, de repente, quiserem aquela vida para sempre?
Ou não quiserem, mas não conseguirem voltar à sua?
E se o que os outros andam a fazer nas nossas vidas não é aquilo que queremos para nós, quando voltamos a elas?
Que "estragos" já foram feitos, entretanto, nesse tempo, e como remediá-los?
Aguardo pelos restantes quatro episódios para perceber o que ainda irá acontecer na vida da Rita, por conta da aplicação que, em boa (ou má) hora, decidiu usar.
Imagem: rtp.pt