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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

O caracol

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Nada como um dia de chuva, para ele sair à rua!

 

Íamos pelo caminho e, às tantas, digo à minha filha: "Olha, um caracol!"

Mais à frente: "Olha, outro caracol!"

Uns passos adiante: "Olh'ó caracol!"

 

A minha filha, já farta, vira-se para mim e diz: "Não tarda nada vais ver mais um caracol e dizer o mesmo"!

E eu, olhando para o chão: "Como é que sabias?! Olha, mais um caracol"!

 

O mistério das moedas espalhadas no chão

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A zona onde moro é um poço de mistérios.

O mais recente, é o das moedas que, por acaso, ou propositadamente, apareceram espalhadas no chão da rua.

Não juntinhas.

Não em fila, a indicar um caminho percorrido.

Estavam espalhadas aleatoriamente, uma para cada lado.

 

Seria um teste?

Uma experiência?

Uma nova modalidade de ataque às vítimas, distraídas que estão a apanhar moedas do chão?

Alguém que não queria moedas "pretas" e decidiu deixar por ali para quem estiver atento?

Ou, simplesmente, alguém que por ali passou, com um bolso roto?

Mistério!

 

Não é que a fortuna seja grande: eram moedas de 1, 2 e 5 cêntimos!

Mas deu para apanhar em dois dias diferentes.

Agora imaginem que a moda pega, mas com notas!

 

 

Quando as pessoas vão parando no caminho enquanto conversam

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Que se encontre alguém conhecido na rua,  e se pare para dois dedos de conversa, é uma coisa.

Mas nunca consegui perceber porque é que as pessoas, que já estão a caminhar juntas e a conversar, têm que fazer paragens, de 10 em 10 segundos, ao longo do caminho em vez de, simplesmente, continuarem a caminhar, enquanto conversam.

 

Qual o sentido?

Será para pensar melhor?

Para respirar?

Para reforçar a mensagem, e garantir que lhes prestam atenção?

Para descansar, nessas pequenas pausas?

 

Certo é que nem se apercebem que, muitas vezes, ao fazê-lo, estão a empatar o caminho a quem segue atrás delas, ou a quem está a ir nessa direcção, obrigando a desvios.

Mas isso nem é a parte pior.

Pior, é quando nos calha uma pessoa que nos obriga a fazer essas mesmas paragens, enquanto conversa connosco!

 

 

 

 

Que demónio é este?...

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Mas que demónio é este, que por aqui ciranda?

Seja ele qual for, que volte depressa para de onde veio.

É impossível andar na rua.

 

Mal uma pessoa sai, fica à mercê dele.

Revoltoso, gélido, sem dar um único segundo de tréguas.

Esbofeteia-nos de um lado. E do outro.

Empurra-nos, fazendo-nos acelerar mesmo sem querer. Outras vezes, trava-nos, como se nos tentasse impedir de seguir caminho.

Desorienta-nos.

 

Já não basta a chama intensa que nos fere os olhos, também ele quase nos cega.

Enquanto nos debatemos com ele, nem nos atrevemos a respirar. Sustemos a respiração, até estarmos em relativa segurança.

Que só chega quando entramos em casa.

Até então, percorremos o caminho o melhor que conseguimos, quase sem o ver, em modo automatico, porque perceber onde estamos e com o que estamos a lidar é doloroso e cansativo demais.

 

Na rua, o demónio anda à solta.

Chama-se vento.

Já deveríamos estar habituados.

Mas o vento nem sempre está assim.

Com esta fúria desmedida. Com esta raiva descontrolada.

A fustigar cada centímetro da nossa pele, e do nosso corpo.

 

Em casa, continuamos a ouvi-lo.

A sentir que ele tenta, de todas as formas, quebrar as barreiras. Chegar até nós.

Mas não consegue.

E nós podemos, então, tranquilamente, abrir os olhos, que demoram a habituar-se à calmaria.

Podemos respirar de alívio.

Podemos descontrair o corpo que, só então, percebemos como estava contraído, e relaxar.

 

Até à próxima luta, quando tivermos que voltar à rua, e enfrentá-lo novamente.